Tão antigo que remonte à pré-história. Anterior à maioria das religiões. O jogo é a uma paixão cultural.
Arraigado no inconsciente, muito antes de produzir bens materiais os jogos produzem o prazer.
Sua exploração é um mercado farto na regulamentação e na marginalização.
O prazer aliado à possibilidade de bens materiais numa maioria excluída, as loterias representam a possibilidade do paraíso.
Na “fezinha” do populacho o governo explora a fé tanto quanto a religião.
Talvez o homem frente as vicissitudes da vida tenha acreditado na sorte antes de Deus.
Na loteria da vida os deuses se apropriaram de tal instinto de fé.
A fé paulina, a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem.
em quais promessas temos crido?
Como a promessa do paraíso que não vemos a aplicação do dinheiro arrecadado pelo governo é destinado ao social.
Autorizada e explorada diretamente pela União, as dez modalidades de Loteria Federal com a execução desse serviço público atribuídos à Caixa Econômica Federal (Caixa), tem por finalidade redistribuir seus lucros com o social em termos nacionais.
Como a maioria das promessas do governo, parece que deu zebra em tal finalidade.
Mais do que as suspeitas sobre a manipulação dos sorteios promovidos pela Caixa Econômica Federal (CEF) e as teorias de conspiração que “explicam” as coincidências do acúmulo seguidos da Mega Sena, é fato o acúmulo da precária condição social. A marginalização dos jogos pelo governo.
Jogo de azar é uma contravenção e crime previsto no código penal e na constituição do Brasil.
Como o Estado pode ser um contraventor e não ser punido? Através do artifício de uma manobra política denominada medida provisória que decretou os jogos chamados loterias estariam em “teste” para depois serem legalizados. Após anos os teste a contravenção do Estado continuam valendo. O governo arrecada bilhões dos apostadores com somas bem maiores do valor do prêmio e retirando desde grande volume de dinheiro os impostos que supostamente deveriam ser empregados no falido sistema penitenciário e instituições de caridade. Jogos taxados de ilegais são aqueles que o Estado não pode tirar proveito como o antigo e conhecido jogo do bicho, cassinos e máquinas de caça niqueis.
Quando surge alguma desconfiança ou denúncia contra os jogos administrado pelo Estado é logo abafado e a Caixa trata de blindar o assunto.
O prêmio desta edição da Mega da Virada, estimado em R$ 200 milhões, é mais que o dobro do recorde do ano.
Na busca de novos consumidores as loterias no Brasil tem se inovado utilizando operadoras terceirizadas. Pelo fato de ainda existir um grande potencial de crescimento nessas loterias, algumas operadoras internacionais estão se estabelecendo no país, com o objetivo de disputar concorrências ou estabelecer parcerias com essas instituições, cujo objetivo é de implantar algumas modalidades lotéricas.
Os jogos de loterias tradicionais têm tido seu público renovado, com o desafio de oferecer novos jogos para estimular o interesse do consumidor e assim aumentar as receitas e lucros das loterias oferecendo produtos avançados em ambientes diferentes.
O que não vemos é a transparência do governo nos repasses sociais, seu principal objetivo.
Os jogos promovidos pelo Estado devem ser mais um item de cobrança da população em suas manifestações. Como diz o site da Caixa:
“Quem joga na Mega-Sena tem milhões de motivos para apostar e milhões de brasileiros para ajudar. Parte do valor arrecadado com as apostas é repassada ao Governo Federal, que pode, então, realizar investimentos nas áreas da saúde, educação, segurança, cultura e do esporte, beneficiando toda a população.”
O que temos observado é que estes milhões de motivos prometidos, investimentos nas áreas de saúde, educação e segurança não existem na prática.
O governo brinca com a fé do povo extorquindo além dos impostos através de sua política de loterias. Não deveria ter lucro neste tipo de “serviço”. No país dos recordes temos record em arrecadação de impostos, record em arrecadação das loterias, recorde em corrupção e enriquecimento do Estado.
No Brasil dos recordes a miséria continua.