Segundo Stephen Grosz, psicanalista americano, a paranóia é uma defesa contra o sentimento de que ninguém pensa em nós.
Por mais trágico que seja sentirmo-nos traídos, perseguidos ou não gostados, é sempre melhor do que a ideia de não estarmos no pensamento de alguém.
Essa tendência evidencia-se à medida que se envelhece. Homens que foram poderosos e mulheres que foram bonitas ou com influência descobrem que o mundo os vota à indiferença.
Quem Torce Contra o Brasil
Segundo a presidente Dilma, “quem torce contra perde”.
Quem em sã consciência torceria contra o próprio país?
Na dialética petista originária da sua relação com a ditadura, todos que são contras as suas políticas são torcedores contra o país. Mesmo sendo situação continua a se colocarem como uma oposição que sofre perseguição. A oposição frente a um sujeito oculto, indeterminado ou inexistente ante a paranoia presente no discurso petista.
“Quem acha que o tempo todo é vigiado, em geral, é inseguro, possui baixa autoestima e não tem autoconfiança”, diz a psicóloga Cecília Zylberstajn, Quem tem mania de perseguição, não consegue enxergar o contexto e leva tudo para o âmbito do pessoal. Uma percepção distorcida onde a vítima não se dá conta de que apresenta a mania de perseguição. Imersa na certeza absoluta de que os outros não param de prestar atenção nela, não conseguem fazer uma autoavaliação.
Os especialistas avisam que, em exagero, o comportamento pode se tornar patológico e ser sintoma de alguma doença psiquiátrica mais séria, como o início de uma síndrome do pânico que pode requer tratamento com terapia e medicamentos.
“Tem gente que torce para o Brasil dar errado. Tem muita gente torcendo para o Brasil dar errado, é só você olhar”, disse, durante entrevista coletiva em Brasília, quando questionada se a economia pode atrapalhar a reeleição em 2014. Perguntada por um repórter se o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, é quem está contra o país, Dilma preferiu não nomear: “Não sei, não perguntei para ele.”
Este tem sido um frequente desabafo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua visão paranoica. Já criticou frontal e repetidamente os “que sempre torcem contra o Brasil”. Questionado a quem se referia, desconversou. “Vocês sabem quem torce contra.”
“Eu não vou falar porque vocês sabem quem são os que torcem contra”, contrapôs, ironizando. “Além disso, não posso revelar as minhas fontes.”
Em entrevista ao Jornal O Estão no dia seguinte à vitória da candidatura do Rio à sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o ex-presidente se colocou como o centro das atenções dos que são “anti-Brasil”.
“Possivelmente a diferença entre mim e outras pessoas no Brasil é que eu tenho de provar todo santo dia – se eu não provar as pessoas não perdoam – que o Brasil vai dar certo”, disse. “Não tem na história alguém que tenha de provar todo santo dia”, seguiu no desabafo.
Guido Mantega, atual ministro da Fazendo do governo Dilma, também apresenta a mesma síndrome. Merece enfatizar o seu tradicional comportamento irônico de reclamar muito e explicar pouco.
A cada vez que os microfones lhe são oferecidos, ele vem com pedras na mão, para atirá-las contra os que fazem previsões diferentes daquelas feitas pelo governo. Ao que parece existe esta
distorção das autoridades petistas de entender que as opiniões diferentes e eventuais críticas não têm caráter pessoal. Ao contrário do que diz a presidente Dilma e seu ministro, um outro problema a ser tratado, um governo não pode gastar indefinidamente mais do que arrecada, sob pena de ir à falência financeira e levar de roldão toda a nação. E não adianta ironizar e ironizar e desdenhar os críticos, como sempre insinuando que eles torcem contra o Brasil.
A presidente já havia se referido da mesma forma ao lançar seu projeto de baixar o valor da conta de luz, dizendo que também que “fracassaram” as previsões daqueles que “são do contra” e, segundo ela, afirmaram que o governo não conseguiria baixar o custo da conta de luz.
Mas, diante da crise de energia e o aporte dados pelo governo dado às distribuidoras de energia quem pagará será pago pelos consumidores em até 5 anos. As críticas são de que o governo postergou a solução de um problema – o ajuste das tarifas elétricas – por razões políticas, o que deve comprometer as expectativas de inflação.
A paranoia petista fica evidente diante do caso do mensalão. A prisão de Zé Dirceu, José Genoino e demais lutadores sociais foi colocada como o início de uma perseguição a toda a esquerda.
E o próprio Lula não apenas acredita que o mensalão não existiu, como disse em entrevista publicada pelo jornal norte-americano “The New York Times”, que não acredita na existência do mensalão. “Eu não acredito que o mensalão existiu”, disse Lula ao jornal.
Esta é a visão do O presidente do PT, Rui Falcão, do deputado André Vargas (PT-PR) que imitando o gesto dos condenados petistas na Ação penal 470, ao cerrar o punho ao lado do presidente do STF, diz em entrevista que “o que o Joaquim Barbosa faz é uma nítida perseguição ao PT.
A paranoia petista leva a outro comportamento bem comum á maioria dos brasileiros, a “síndrome do coitado.”
O complexo de vítima é outra armadilha emocional muito perigosa que todos devemos nos prevenir.
Em uma sociedade de maioria com formação cristã, o sentimento de sofrimento é algo muito valorizado. O que sofre é visto como mais “nobre”.O que não passa pela depuração da dor não tem o mesmo valor do que é vindo com calma e tranquilidade.
O valor que damos ao sacrifício pessoal está profundamente enraizado em valores católicos, que norteiam a sociedade e fazem com que ser vítima seja um sinal de que a pessoa é “boa”, e que outros sãos “maus”.
Essa dicotomia deve ser evitada, porque pode levar ao isolamento e a uma série de outros problemas de relacionamento.
E, frente aos acontecimentos do que vai pelas ruas e o que acontece no mundo, segundo o sociólogo Fernando Henrique Cardoso , em seu insolamento o governo petista não estaria a repetir os delírios de Maria Antonieta na Revolução Francesa?
ALIENAÇÃO
Estando no poder central, eles não se dão conta do que vai pelas ruas, nem do que acontece no mundo? Não estariam a repetir a velha história de Maria Antonieta na Revolução Francesa?