A verdade não é incontestável, pura e imutável.
A diversidade humana é o fenômeno da pluralidade humana. Sua manifestação se dá no aprendizado de regras sociais que não enfatizam o preconceito e ou a discriminação. O não conhecimento de determinado fenômeno ou a construção de regras aprendidas sobre o fenômeno como verdades imutáveis, incontestáveis e “naturais” limitam a visão do fenômeno levando ao preconceito e a discriminação.
São atitudes emocionalmente condicionadas e crenças generalizadas independentes da experiência e da razão. Ou seja, temos simpatia, antipatia por determinados comportamentos, grupos, gêneros e crenças e nos comportamos como se isto fosse algo tão “natural” e impossível de mudança.
Nosso pensamento não se comporta como o agente. É como se existisse independente de um contexto, do aprendizado e de uma construção sócio-cultural.
Esta é nossa construção do que é natural.
Surge o fenômeno da intolerância, da violência e do medo.
Não é apenas a discriminação mas a criminalização. Criminalizamos por acreditarmos que determinado fenômeno é passível de punição, culpa, condenação e da necessidade de extinção.
Este é uma das nossas problemáticas de comunicação.
Em 1905, o Dr. William James, de Harvard, disse: “A crença cria o fato.” E acrescentou: “A maior revolução de minha geração é a descoberta de que os indivíduos, ao mudarem sua atitude mental, podem mudar os aspectos externos de suas vidas.”
O respeito pelas nossas aparentes diferenças é necessário para uma sociedade mais justa que leva em conta a sua diversidade em relação à cor, gênero, deficiência, orientação sexual, crença ou idade.
A riqueza social se caracteriza pela sua pluralidade de identidades possíveis. Estas identidades não são estanques, monolíticas, e apenas biologicamente construídas.
A construção do gênero humano transcende a cultura e a biologia.
E se olhamos bem de perto, perceberemos que nossas diferenças se caracterizam mais pela diversidade do teatro do que pela essência do fato.
Iguais nas diferenças, todos sofremos dos mesmos medos. A perda da segurança, do controle, do território. A solidão humana por que enjaulamos nossos pensamentos em crenças de aparência ímpares e individualizadas que sugerem e nos prometem o ingresso ao coletivo, ao eterno, ao seguro na imutabilidade do ser. O seguir bandeiras, partidos, nacionalidades, religiões, deuses e demônios na dualidade da separação inclusiva.
Bobagens humanas em conceitos formados por crenças sobre si mesmo e seu mundo. Se para você elas são reais, você pensará, sentirá e agirá de acordo com elas.
Todos estes pensamentos e crenças serviram à nossa própria destruição, escravização, separação, guerras e isolamento. Criamos as castas financeiras e o direito ao território e a exploração humana financeira e no mundo do trabalho na impossibilidade de uma melhor distribuição dos recursos naturais.
Estas são as nossas verdadeiras diferenças na igualdade do comportamento humano. O cotidiano do nosso pensamento continua se comportando como se não fosse o grande agente de todo este processo.