Em reportagem da Folha, o ex-presidente Lula afirmou neste terça-feira (13) que o PT não precisa de formadores de opinião “ditando regra” ao partido e nem de “lições de outras pessoas. Em seu discurso no lançamento da campanha de Rui Falção, candidato à o presidência do partido desafiou os jovens que participam das manifestações a entrarem para a política e não ficar generalizando que todo político é ladrão. Como? Em seu enaltecimento à camisa vermelha do PT, Lula diz que não necessita de formadores de opiniões. Não está aberto a novas ideias e novas lideranças. Não mencionou o mensalão e todas as falcatruas do seu governo. Foge da sua responsabilidade diante do fato. Não vimos até agora nenhum tipo de punição do partido aos seus erros. E, Rui Falcão não cogitou a prisão de condenados no mensalão.
“Nós petistas conquistamos de andar de cabeça erguida nesse país, de ter orgulho da nossa camisa vermelha, da nossa estrela. E quando alguém nosso errar, nós mesmos punimos. Nós não precisamos que os outros venham dar lições na gente. Não precisamos que formadores de opinião pública fique ditando regra daquilo que a gente sabe fazer e muito bem”, disse o ex-presidente.
Seu discurso, um destempero diante do entendimento dos jovens que em sua história como político, Lula não conseguiu ficar fora da contaminação na política em seu sistema atual, da qual os velhos políticos fazem parte. Em prol do poder e da “governabilidade” também compraram e se venderam a corrupção. Os jovens militantes podem sim entrar para a política, e fazer política não é necessariamente fazer parte de partidos. Partidos fechados a mudança. Contrários a renovação do sistema. Enroladores da reforma que a política necessita fazendo-se de desentendidos ao clamor das ruas .
“Quando cidadão diz que não gosta de política, ninguém presta, todo mundo é ladrão, pergunta em que ele votou na última eleição. E se ele continuar falando que não gosta de política, que não acredita, que a imprensa passa 24 horas por dia esculhambando com político… Eu fico puto quando político não reage.
O cidadão votou no PT, na candidata do Lula, e agora diante das novas eleições ele poderá optar pelo continuísmo ou não.
Se Lula quer provocar os jovens que foram às ruas reclamar que nenhum partido ou político atual lhes representa , ele está certo ao dizer que a nova cara de uma política descente, honesta, combativa dever ser criada por esta nova geração que não tem a história do Lula como exemplo. Que esta nova política realmente esteja nos jovens.
“Eles ficam xingando a classe política, dizendo que não gosta de político, mandem eles entrar. Manda criar um partido político, se candidatar. Porque um político decente, honesto, combativo está nele, não em mim. Manda ele entrar na política. É fazendo esse desafio que a gente vai provocar essa juventude a fazer política. Não é aceitando que eles estão certos pura e simplesmente não”.
Em sua ponderação de que os protestos que tomaram conta das ruas em junho não atacou o PT e ele pessoalmente, está cego diante do fato de que o PT, como governo atual, e o Lula como representante do PT também fazem parte deste sistema que as manifestações são contra.
“Qual é a placa que o povo levantou na rua ofensiva a nós? Qual a placa que ele levantou que nós já não levantamos algum dia? Só faltou a placa do Fora FMI!”.
Durante o discurso, Lula afirmou ainda que o PT não pode ter medo.
“Não temos medo de disputar com nenhum partido em lugar nenhum do país. Podemos não ter feito tudo, mas que fizemos mais que todos eles juntos, fizemos”.
Não é necessário ter medo e nem fomentar o medo e a culpa como Lula em seu discurso. É necessário que os políticos e os partidos tenham responsabilidade diante do fato de que a população está cansada de todo dia ser agredida com a violência dos políticos e dos partidos diante de tanta corrupção, não atendendo as demandas básicas de segurança, saúde e educação. Temos que pensar na herança política, moral, financeira que estamos deixando para os nossos jovens.