Para a maioria dos que produzem a riqueza deste país não cabem o suposto acesso democrático a justiça, quanto mais embargos infringentes.
Não é o caso dos réus na novela do mensalão que se arrasta e ainda não chegamos a uma conclusão.
E quem está em julgamento não são apenas os mensaleiros, mas o STF. E no cenário da tragédia cômica dos sacerdotes de toga, o teatro continua em empate. Cinco ministros votaram a favor e cinco contra os embargos infringentes, termos que a maioria brasileira nem imagina que existe ou o que significa. Os réus teriam o direito a um novo julgamento? Depois de todo este processo, intermináveis sessões, o STF vai ficar girando em torno do próprio rabo.
A coisa já anda tão desgastada e se tornou pior que enredo de novela mexicana. A
polarização em entre quem são os bandidos e mocinhos dentro do STF.
Os mensaleiros já foram julgados. Quem está em julgamento diante do povo e da mídia são os ministros do Supremo Tribunal.
O ministro Marco Aurélio Mello também rejeitou os embargos infringentes. E lembrou que a sociedade está atenta ao resultado do julgamento. “Estamos a um passo de desmerecer a confiança que no Supremo foi depositada. Mas a balança da vida tem dois pratos”, diz o ministro Marco Aurélio Mello.
O ministro Luis Roberto Barroso, que já tinha votado a favor dos recursos, pediu a palavra. Disse que não se sente pressionado pela opinião publica ou pela imprensa. “Eu não sou um juiz que me considero pautado pela repercussão que vai ter o que vou decidir. O que vai sair no jornal do dia seguinte não faz diferença pra mim senão for o certo”, afirma o ministro Luis Roberto Barroso.
“Para mim faz como servidor de meu semelhante devo contas aos contribuintes”, declara o ministro Marco Aurelio.
“Eu não estou aqui subordinado à multidão, mas a constituição”, diz Luis Roberto Barroso.
“Vejo que o novato parte para a crítica ao próprio colegiado”, diz o ministro Marco Aurélio.
“A minha ressalva é da minha posição. A dos outros eu respeito plenamente”, declara Luis Roberto Barroso.
Qual seria o jogo agora? Até onde as garras da mídia determinará o resultado do julgamento. Os petistas sempre se acharam perseguidos pela mídia. Mas, a verdade é que no caso, perseguidos ou não eles entraram num esquema que já era existente dentro da nossa política e que necessita de mudança. Neste processo haveria um a crise institucional entre os poderes, ou apenas um ruído. E há os que acusam o ministro Joaquim Barbosa de fazer parte da mídia tradicional.
JB considera incabíveis embargos infringentes no mensalão
O incrível mensalão em quadrinhos