A CULTURA DE OBRAS PÚBLICAS NO BRASIL
“Nós temos uma deficiência estrutural grave, que precisa ser corrigida. Nós temos uma cultura de executar a obra pública sem pensar antes e sem fazer projeto. Se você não tem projeto e trabalha no escuro, você tem riscos. Isso favorece os desvios”.
Não apenas em relação as obras da Copa, o problema de gestão de obras públicas no Brasil é crônica.
As deficiências estruturais ao qual se refere João Alberto Viol, além da falta de projeto, fiscalização e consequentemente os desvios que diante da freqüência já nos acostumamos.
As irregularidades também são frequentemente apontadas, e o que acontece? Nada. E no começo de 2014 a presidente Dilma vetou artigos que definiam tabelas oficiais mantidas pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ao abrir esta brecha afrouxando o controle sobre o custos de obras públicas em 2014 o objetivo aparentemente era acelerar a entrega dos serviço. Contudo, Dilma também pretende, com o suposto aceleramento das obras inacabadas participar de inaugurações antes de ser impedida pela lei eleitoral de participar de inaugurações.
O relatório O Retrato do Desperdício no Brasil, apresentado em novembro de 1995 pela Comissão Temporária do Senado Federal destinada a inventariar as obras inacabadas custeadas com recursos federais, chocou o País ao apontar a existência de 2.214 obras inacabadas com gastos estimados em mais de R$ 15,00 bilhões.
Recentemente, em dezembro de 2011, a Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou
contundente relatório de auditoria realizada no Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (Dnocs) revelando prejuízos ao erário da ordem de R$ 312 milhões na contratação e
execução de obras sob a responsabilidade daquela Autarquia.
O que observamos é que continuaremos sofrendo a problemática histórica da falta de planejamento, péssima gestão pública, má qualidade e o enriquecimento das empresas com contratos bilionários anabolizados por aditivos obscenos.
Leia mais:
O preço da CORRUPÇÃO no Brasil – valor chega a R$69 bilhões de reais por ano.
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PARANOIA PETISTA

Foto: Bettina von Zwehl
Segundo Stephen Grosz, psicanalista americano, a paranóia é uma defesa contra o sentimento de que ninguém pensa em nós.
Por mais trágico que seja sentirmo-nos traídos, perseguidos ou não gostados, é sempre melhor do que a ideia de não estarmos no pensamento de alguém.
Essa tendência evidencia-se à medida que se envelhece. Homens que foram poderosos e mulheres que foram bonitas ou com influência descobrem que o mundo os vota à indiferença.
Quem Torce Contra o Brasil
Segundo a presidente Dilma, “quem torce contra perde”.
Quem em sã consciência torceria contra o próprio país?
Na dialética petista originária da sua relação com a ditadura, todos que são contras as suas políticas são torcedores contra o país. Mesmo sendo situação continua a se colocarem como uma oposição que sofre perseguição. A oposição frente a um sujeito oculto, indeterminado ou inexistente ante a paranoia presente no discurso petista.

“Quem acha que o tempo todo é vigiado, em geral, é inseguro, possui baixa autoestima e não tem autoconfiança”, diz a psicóloga Cecília Zylberstajn, Quem tem mania de perseguição, não consegue enxergar o contexto e leva tudo para o âmbito do pessoal. Uma percepção distorcida onde a vítima não se dá conta de que apresenta a mania de perseguição. Imersa na certeza absoluta de que os outros não param de prestar atenção nela, não conseguem fazer uma autoavaliação.
Os especialistas avisam que, em exagero, o comportamento pode se tornar patológico e ser sintoma de alguma doença psiquiátrica mais séria, como o início de uma síndrome do pânico que pode requer tratamento com terapia e medicamentos.
“Tem gente que torce para o Brasil dar errado. Tem muita gente torcendo para o Brasil dar errado, é só você olhar”, disse, durante entrevista coletiva em Brasília, quando questionada se a economia pode atrapalhar a reeleição em 2014. Perguntada por um repórter se o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, é quem está contra o país, Dilma preferiu não nomear: “Não sei, não perguntei para ele.”
Este tem sido um frequente desabafo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua visão paranoica. Já criticou frontal e repetidamente os “que sempre torcem contra o Brasil”. Questionado a quem se referia, desconversou. “Vocês sabem quem torce contra.”
“Eu não vou falar porque vocês sabem quem são os que torcem contra”, contrapôs, ironizando. “Além disso, não posso revelar as minhas fontes.”
Em entrevista ao Jornal O Estão no dia seguinte à vitória da candidatura do Rio à sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o ex-presidente se colocou como o centro das atenções dos que são “anti-Brasil”.
“Possivelmente a diferença entre mim e outras pessoas no Brasil é que eu tenho de provar todo santo dia – se eu não provar as pessoas não perdoam – que o Brasil vai dar certo”, disse. “Não tem na história alguém que tenha de provar todo santo dia”, seguiu no desabafo.
Guido Mantega, atual ministro da Fazendo do governo Dilma, também apresenta a mesma síndrome. Merece enfatizar o seu tradicional comportamento irônico de reclamar muito e explicar pouco.
A cada vez que os microfones lhe são oferecidos, ele vem com pedras na mão, para atirá-las contra os que fazem previsões diferentes daquelas feitas pelo governo. Ao que parece existe esta
distorção das autoridades petistas de entender que as opiniões diferentes e eventuais críticas não têm caráter pessoal. Ao contrário do que diz a presidente Dilma e seu ministro, um outro problema a ser tratado, um governo não pode gastar indefinidamente mais do que arrecada, sob pena de ir à falência financeira e levar de roldão toda a nação. E não adianta ironizar e ironizar e desdenhar os críticos, como sempre insinuando que eles torcem contra o Brasil.
A presidente já havia se referido da mesma forma ao lançar seu projeto de baixar o valor da conta de luz, dizendo que também que “fracassaram” as previsões daqueles que “são do contra” e, segundo ela, afirmaram que o governo não conseguiria baixar o custo da conta de luz.
Mas, diante da crise de energia e o aporte dados pelo governo dado às distribuidoras de energia quem pagará será pago pelos consumidores em até 5 anos. As críticas são de que o governo postergou a solução de um problema – o ajuste das tarifas elétricas – por razões políticas, o que deve comprometer as expectativas de inflação.
A paranoia petista fica evidente diante do caso do mensalão. A prisão de Zé Dirceu, José Genoino e demais lutadores sociais foi colocada como o início de uma perseguição a toda a esquerda.
E o próprio Lula não apenas acredita que o mensalão não existiu, como disse em entrevista publicada pelo jornal norte-americano “The New York Times”, que não acredita na existência do mensalão. “Eu não acredito que o mensalão existiu”, disse Lula ao jornal.
Esta é a visão do O presidente do PT, Rui Falcão, do deputado André Vargas (PT-PR) que imitando o gesto dos condenados petistas na Ação penal 470, ao cerrar o punho ao lado do presidente do STF, diz em entrevista que “o que o Joaquim Barbosa faz é uma nítida perseguição ao PT.
A paranoia petista leva a outro comportamento bem comum á maioria dos brasileiros, a “síndrome do coitado.”
O complexo de vítima é outra armadilha emocional muito perigosa que todos devemos nos prevenir.
Em uma sociedade de maioria com formação cristã, o sentimento de sofrimento é algo muito valorizado. O que sofre é visto como mais “nobre”.O que não passa pela depuração da dor não tem o mesmo valor do que é vindo com calma e tranquilidade.
O valor que damos ao sacrifício pessoal está profundamente enraizado em valores católicos, que norteiam a sociedade e fazem com que ser vítima seja um sinal de que a pessoa é “boa”, e que outros sãos “maus”.
Essa dicotomia deve ser evitada, porque pode levar ao isolamento e a uma série de outros problemas de relacionamento.
E, frente aos acontecimentos do que vai pelas ruas e o que acontece no mundo, segundo o sociólogo Fernando Henrique Cardoso , em seu insolamento o governo petista não estaria a repetir os delírios de Maria Antonieta na Revolução Francesa?
ALIENAÇÃO
Estando no poder central, eles não se dão conta do que vai pelas ruas, nem do que acontece no mundo? Não estariam a repetir a velha história de Maria Antonieta na Revolução Francesa?
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O MUNDO RA
Google Glass, o “óculos do futuro”, o brinquedo tecnológico mais falado de 2012, amplia a discussão sobre a nossa visão da realidade.
Dentre todas as novas tecnologias da realidade aumentada (RA), a oferecida pelo uso do Glass permite ao usuário navegar pelas redes sociais, usar o GPS, ver a previsão do tempo, fazer fotos e vídeos, entre outros recursos bem interessantes.
O direito à reserva de informações pessoais e da própria vida privada ´novamente colocada em xeque-mate pela tecnologia?
Ao mesmo tempo que a Google oferece o acesso público, também promete uma política de privacidade. O público e o privado se embricam no Google Business.
A criação de novas regras de privacidade social segundo uma etiqueta digital na interface homem-máquina? Ou teremos uma profusão ainda maior de divertidas galerias de creep shots?
A democratização da privacidade segundo o pitoresco e melodramático cenário descrito por George Orwell em “1984”? Uma reedição aprimorada do romance de política totalitária que ressalta a vilania dos mestres da sociedade com objetivo brutal do uso da tecnologia de comunicações para assegurar o domínio do Estado.
As sinistras “teletelas” estão por toda parte e não apenas em nossas casas vomitando a propaganda e a vigilância para manter a população passiva. Em face deste monitoramento esterilizamos o nosso comportamento como cidadãos modelo? Qual novidade temos senão a tecnológica. O cenário pitoresco e tecnologicamente simplista de Orwell é ampliado todos os dias a medida que a Internet nos prova que não é uma monolítica Big Brother.
Somos um exército de Little Brother e não algumas sedes remotas nas paredes-off. O que foi democratizado, permitido e ensinado e é explorado no regime caótico de lentes, de rede e microfones que apontam em todas as direções.
Nosso antigo instinto de observador como Little Brother tecnológicos viramos as nossas lentes de para vida privada dos outros, mas também para nós mesmos na busca de atenção. E estamos sendo treinados a tão facilmente apontarmos as lentes para os outros tanto quanto para nós mesmos. Nesta confusão o foto shop da nossa imagem pública e privada será tratada com o filtro da igualdade? O que temos visto no nosso espelho tecnológico?
Face a carga de informações cada vez maior a disposição das pessoas, estas agora estão precisando de um recurso que a auxilie na identificação do que é necessário no momento de necessidade. Então, entra em cena o processo de customização da informação.
Em outras palavras precisamos alimentar nossos sentidos, como por exemplo a visão e audição a fim de fixarmos as informações recebidas.
O ato de repetição que ajuda a fixar a informação lida, isto é, a informação é passada da memória de curta duração para memória de trabalho e, posteriormente, para a memória de longa duração (onde está armazenado o conhecimento do ser humano).
A era do acesso interativo on-line a repositórios (multimídia) de informações em todo mundo.
O usuário, conectado a Internet, tem a possibilidade de navegar no ciberespaço e acessar os mais diferentes tipos de informações. Mas, o que temos visto é que ainda estamos viciados a determinados comportamentos e com toda a tecnologia da informação ao nosso dispor não houve uma mutação da memória humana no mundo on line.
O que vemos e compartilhamos?
“O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima”
Esta que é uma das sete principais leis herméticas nos princípios incluídos no livro Caibalion que reúne os ensinamentos básicos da Lei que rege todas as coisas manifestadas. Ha muito o homem se colocou e se isolou no patamar de uma individualidade como um observador acima de todos os fenômenos num tempo psicológico na dualidade que o exclui destes próprios fenômenos.
Na segurança virtual este mundo aparentemente não existe em potência.
Como humanos fazemos o que humanos fazem. Ou fazemos aquilo que humanos devem fazer na presença de humanos e na privacidade o que humanos não deveriam… Privacidade e censura andam juntas.
Será que a criação do mundo virtual só foi possível devido à nossa dualidade real? Agora esta tecnologia tem o poder de expor esta realidade?
A lógica de negócios do Google é o constante registro e arquivamento da nossa vida. Este é um grande caminho para nos observarmos. A nossa dicotomia platônica da realidade, o que é a coisa sensível e as idéias. E qual ajuste temos feito entre a imagem e a ideia da coisa?
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CORRUPTOS E CORRUPTORES
A corrupção no Brasil envolvendo o Congresso Nacional e o governo federal já foi dita como sendo “endêmica e profundamente enraizada”. Basta abrirmos os jornais ou assistirmos os noticiários. Não há distinção entre as páginas políticas e as páginas policiais. A corrupção é um um sistema que envolve a todos nós brasileiros. E o que mudou após entrar em vigor a chamada Lei anticorrupção (12.846/2013)?
O objetivo era tentar coibir os infindáveis casos de corrupção, com a nova lei mirando as empresas corruptoras que podem ser punidas independentemente de se conseguir responsabilizar diretamente um de seus dirigentes ou um agente público. Além da punição à pessoa física, a lei permite a punição da pessoa jurídica. E, para atingir esse objetivo, o alvo é o bolso — ou melhor, o faturamento — das empresas.
A nova lei que combate a corrupção não aconteceu por acaso. Os brasileiros colocaram bastante pressão para que esta lei fosse aprovada.
Será uma lei eficaz como um instrumento de terceira geração que soma com outros instrumentos?
O ponto ótimo é a responsabilidade objetiva.
Basta a a intensão de ser beneficiada de forma ilícita que funcionários e empresas poderão ser punidos. Mesmo que o funcionário aja por conta própria para conseguir algum benefício ou se comporte de forma indevida. A regulamentação fala claramente como deve ser os códigos de conduta, gerando um universo de vigilância dentro das próprias empresas.
as punições são multas de valores definidos com multas sobre o faturamento que chegam a vinte por cento.
Nenhuma lei resolve em si questão das moralidades, e novamente entramos nos âmbitos infantis das punições. E. estamos vendo que devagar os mensaleiros após condenação vão sendo absolvidos.
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PRIVACIDADE NA INTERNET
‘Serviços gratuitos em troca de informações pessoais. Esse é a “barganha da privacidade” que todos nós enfrentamos na rede. Poderia ser o pior negócio de todos os tempos. ‘
Em meio à discussão sobre o art. 16 do Marco Civil da Internet de um lado, e com a notícia surpreendente da bilionária compra do Whatsapp pelo Facebook, é bastante o pertinente e esclarecedor artigo de Cory Doctorow , publicado originalmente em junho de 2012 na revista Technology Review, do MIT.
Aqui vai uma história que você já ouviu sobre a Internet: nós trocamos a nossa privacidade por serviços. A ideia é que a sua informação privada é menos valiosa pra você do que é para as empresas que as redistribuem do seu navegador enquanto você navega na rede. Essas empresas sabem o que fazer com sua informação privada para transformá-la em valor para elas e para você. Essa história tem assumido proporções míticas, e não me admiro, uma vez que há bilhões de dólares pegando carona nela.
Mas se isso for uma barganha, é um curioso arranjo unilateral. Para entender o tipo de negócio que você faz com a sua privacidade uma centena de vezes por dia, por favor leia e concorde com o seguinte:
Ao ler este acordo, você dá à Technology Review e seus sócios o direito ilimitado de interceptar e analisar suas escolhas de leitura a partir de hoje, para vender os insights assim recolhidos, e para manter essa informação em perpetuidade e fornecê-la, sem limitação, a qualquer terceiro.
Na verdade, o texto acima não é exatamente análogo às condições em que nós negociamos com cada clique do mouse. Para realmente refinar a analogia, eu teria que pedir a esta revista para esconder esse texto na margem de uma das últimas páginas. E eu teria que terminar o texto com este acordo está sujeito a alterações a qualquer momento.O que nós concordamos em participar na internet não é um acordo negociado; é uma salada maluca, e os fatos íntimos de sua vida (a sua localização, os seus interesses, seus amigos) são o buffet.
Por quê nós parecemos valorizar a privacidade tão pouco? Em parte, é porque nos dizem para fazer isso. O Facebook por mais de uma vez substituiu as preferências de privacidade de seus usuários, trocando-as por novas configurações padrão. O Facebook, em seguida, responde ao inevitável clamor público , restaurando algo que seria como o velho sistema, apenas um pouco menos privado. E ele acrescenta mais algumas linhas a um painel de privacidade inexplicavelmente complexo.
Mesmo se você ler as letras miúdas, os seres humanos são terríveis em precificar o valor líquido presente de uma decisão cujas consequências estão num futuro distante. Ninguém começaria a fumar se os tumores brotassem com a primeira tragada. A maioria das divulgações de privacidade também não nos colocam em perigo físico ou emocional imediato. Mas, dada a grande população que faz um grande número de divulgações, o dano é inevitável. Todos nós já ouvimos histórias sobre pessoas que foram demitidas porque definiu o sinalizador de privacidade errado naquele post em que jogou a merda no ventilador da firma.
Os riscos aumentam à medida que divulgamos mais, algo que o design das nossas mídias sociais nos condiciona a fazer. Quando você começa a sua vida em uma nova rede social, você é recompensado com o reforço social à medida que seus velhos amigos aparecem e lhe dão parabéns ao chegar na festa. As divulgações subsequentes geram novas recompensas, mas nem sempre. Algumas divulgações parecem notícias bombásticas para você (“Estou me divorciando”), mas produzem apenas um cri-cri-cri de grilos virtuais na sua rede social. E ainda assim comunicações aparentemente insignificantes (“Será que meu bumbum parece grande nesses jeans?”) podem produzir uma torrente de respostas. Cientistas comportamentais têm um nome para essa dinâmica: “reforço intermitente”. É uma das técnicas de treinamento comportamental mais poderosas que conhecemos. Dê a um rato de laboratório uma alavanca que libera uma porção de alimento sob demanda e ele só vai pressioná-la quando ele estiver com fome. Dê-lhe uma alavanca que libera porções de alimentos em intervalos aleatórios, e ele vai continuar pressionando-a para sempre.
Como a sociedade ficaria melhor em preservar a privacidade online? Como Lawrence Lessig apontou em seu livro Código e outras leis do espaço cibernético, há quatro possíveis mecanismos: normas, leis, códigos, e mercados.
Até agora, temos sido muito terríveis em todas os aspectos. Pegue as normas: nosso mecanismo normativo primário para melhorar as decisões de privacidade são uma espécie de dedo em riste piedoso, especialmente dirigida para crianças. “Você passa muito tempo nessas Interwebs!” E ainda assim as escolas e as bibliotecas e os pais usam programas espiões na rede para capturar cada clique, atualização de status e mensagens instantâneas de crianças, com o pretexto de protegê-los de outros adultos. Em outras palavras: a sua privacidade é infinitamente valiosa, a menos que eu a esteja violando. (Ah, e se você fizer qualquer coisa para conseguir contornar nossa vigilância da rede, você está em apuros.)
E as leis? Nos Estados Unidos, há uma moda jurídica para algo chamado “Não Rastreie”: os usuários podem instruir seus navegadores a transmitir uma etiqueta que diz “Não colete informações sobre o meu usuário”. Mas não há mecanismo embutido de cumprimento — não podemos ter certeza de que funciona, a menos que os auditores desçam sobre os centros de dados dos gigantes de TI para garantir que eles não estão trapaceando. Na UE, eles gostam da ideia de que você possui seus dados, o que significa que você tem um interesse de propriedade nos fatos de sua vida e o direito de exigir que esta “propriedade” não seja mal utilizada. Mas esta abordagem também é falha. Se há uma coisa que os últimos 15 anos de lutas políticas da Internet nos ensinaram, é que nada é resolvido atribuindo direitos parecidos com a propriedade à informação copiada facilmente.
Tem ainda o espaço para melhoria — e lucro — no código. Uma grande parte da mineração de dados da Internet é o resultado de padrões permissivos sobre como nossos navegadores lidam com cookies, esses pedaços de código usado para nos rastrear. Agora, há duas maneiras de navegar na web: desativar os cookies completamente e viver com o fato de que muitos sites não irão funcionar, ou ativar todos os cookies e aceitar a extração no atacado de seus hábitos de uso da Internet.
Fabricantes de navegadores poderiam apunhalar o problema. Como precedente, lembre-se do que aconteceu com os anúncios pop-up. Quando a Web era jovem, pop-ups estavam por toda parte. Eles apareciam em pequenas janelas que se reproduziam quando você as fechava. Eles fugiam do seu cursor e tocavam música automaticamente. Porque pop-ups eram a única maneira de receber uma grana decente dos anunciantes, a sabedoria convencional era que nenhum fornecedor de navegador poderia ter recursos para bloquear pop-ups, por padrão, mesmo que os usuários os odiassem.
O impasse foi quebrado pela Mozilla, uma fundação sem fins lucrativos que se preocupou principalmente em servir aos usuários, e não aos proprietários de sites ou anunciantes. Quando o Firefox da Mozilla ativou o bloqueio de pop-up por padrão, ele começou a ser um sucesso estrondoso. Os outros fabricantes de navegadores não tiveram escolha a não ser seguir o exemplo. Hoje, os pop-ups simplesmente já eram.
Gerenciadores de cookie deveriam vir em seguida. Imagine se o seu navegador carregasse apenas cookies que ele achasse que eram úteis para você, ao invés de dezenas de redes de anúncios com os quais você nunca quis interagir. Os anunciantes e compradores de mídia vão dizer que a ideia não pode funcionar. Mas a verdade é que reduzir o rastreamento na Internet não será o fim da publicidade. Ao final, poderia ser uma mudança bem-vinda para aqueles nos negócios de análise e publicidade. Uma vez que a barganha da privacidade ocorre sem coerção, boas companhias serão capazes de construir serviços que obtenham mais dados de seus usuários do que más companhias. Agora mesmo, parece que todo mundo suga os dados do seu computador, a despeito de o serviço ser superior.
Para dispositivos móveis, precisaríamos de ferramentas mais sofisticadas. Hoje, os mercados apps para celular apresentam para você ofertas do tipo pegar ou largar. Se você quiser baixar aquele app Ligue Os Pontos para entreter seus filhos em uma longa viagem de carro, você deve permitir o acesso do aplicativo ao seu número de telefone e localização. E se os Sistemas Operacionais de celulares fossem projetados para permitir que os seus usuários os instruísse a mentir para os apps? “Sempre que o aplicativo Ligue Os Pontos quiser saber onde eu estou, invente alguma coisa. Quando ele quiser o meu número de telefone, dê-lhe um número aleatório”. Um módulo experimental para o CyanogenMod (uma versão livre/aberta do sistema operacional Android) já faz isso. Ele funciona razoavelmente bem, mas seria melhor se tivesse sido oficialmente apoiado pelo Google.
Longe de destruir o negócio, deixar os usuários controlarem a divulgação poderia criar valor. Projete um aplicativo para o qual eu dê minha localização de bom grado (como eu faço com o app Hailo para encomendar os táxis pretos de Londres) e você seria uma das poucas e orgulhosas empresas com a minha permissão para acessar e vender essa informação. Agora mesmo, os usuários e o pessoal da análise estão em uma guerra de tiros, mas apenas o pessoal da análise está armado. Há uma oportunidade de negócio para uma empresa que queira fornecer armas aos rebeldes em vez do império.
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DIA DA MULHER
História do 8 de março
no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que 8 de março seria o “Dia Internacional da Mulher”.
Uma homenagem às mulheres que morreram na fábrica de tecido no dia 08 de março de 1857. Somente em 1975 a data foi oficializada por um decreto da ONU (Organização das Nações Unidas).
A data não é apenas comemorativa. É um dia específico para que toda a sociedade reflita a mulher na sociedade.
o termo “sexo” se refere à divisão biológica em macho e fêmea. O termo “gênero” ao papel social atribuído a uma pessoa baseado em seu sexo aparente e/ou em outros fatores contingentes. O gênero transcende a dimensão biológica dos seres. Ele analisa os atributos culturais associados a cada um dos sexos e seus relacionamentos interpessoais. Uma análise do papel da mulher na sociedade transcende o sexo.
Na enorme variação de atitudes culturais, entre e dentro das sociedades, em relação ao sexo, a sexualidade e aos papéis sexuais, há a identidade de gênero, o sentimento individual de pertencer a um gênero, e a percepção de gênero como uma descrição de como o gênero de uma pessoa é percebido.
Como o sexo em sua divisão biológica nas suas variações culturais, na sua sexualidade, em seus papéis e na forma como são percebidos têm sido tratados ao colocarem-se como feminino? Está resposta é a imagem da mulher que todos criamos.
O aprendizado deste esteriótipo de mulher é parte do sistema de machismo. No contexto social o machismo se manifesta em todo tipo de ação que desequilibra a equanimidade.
A violência contra a mulher é uma violência cometida não apenas ao sexo em sua divisão biológica, mas a todo ser que assume o papel feminino na sociedade.
Mesmo com todos os avanços, esta violência se expressa de diversas maneiras e numa variedade de formas. A violência nos salários baixos, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Na exclusão do mercado de trabalho, como é o caso do transsexual, do transgênero e do travesti. E a exclusão financeira. E todos temos nossas memórias machistas que entram em ação.
O Machismo Feminino

Mary Del Priore é historiadora, professora universitária e autora de obras como História das Mulheres no Brasil (ed. Contexto), vencedor dos prêmios Jabuti e Casa Grande e Senzala, e Histórias e Conversas de Mulher (ed. Planeta), em que acompanha avanços femininos desde o século 18.
“Muitas mulheres “não conseguem se ver fora da órbita do homem” e são dependentes da aprovação e do desejo masculino.”
No último século as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar, tomar anticoncepcionais, usar biquíni e a independência profissional.
Mas ainda são vítimas de seu próprio machismo. A maioria ainda não consegue viver fora da órbita do homem. São emocionalmente, financeiramente e psicologicamente dependentes da aprovação e do desejo masculino.
Esta construção do feminino observamos na orientação que independe do sexo biológico.
Apesar de terem conquistado espaço no ambiente profissional desde os anos 80, e no setor acadêmico e político, o pior do machismo no Brasil sobrevive da educação que as mulheres transmitem para os seus filhos. Elas são formadoras dos preconceitos masculinos. Quando colocam o homem como dependentes do seu serviço doméstico, proíbem os filhos ou os maridos de realizarem a manutenção cotidiana da casa. Quando proíbem que as meninas exerçam a naturalidade da sua sexualidade.

o Slut Shaming, muito comum na separação de mulher pra casar x mulher pra pegar.
Acabam atuando de forma ambivalente. Na vida pública o comportamento liberal e competitivo e aparentemente tolerante. Na vida privada exercem as mesmas morais aprendidas pelas mães. O machismo das nossas mulheres é ainda mais evidente nas classes menos educadas e nas famílias tradição e propriedade.
Alguns fatores contribuem bastante para que ainda haja tantas mulheres com este tipo de pensamento, que vão desde a velha mídia e suas ações que reforçam uma série de estereótipos até a influência da família. Boa parte das mulheres machistas não se reconhece como tal, mas reproduz uma série de clichês que são fundamentados em idéias bastante preconceituosas.
E o que as mulheres querem? O que os homens querem?
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IMAGEM E AUDIÊNCIA
“A gente quebrou o Twitter”, Ellen DeGeneres
Na era da tecnologia entramos na mania de compartilhar. A onda é o envio de imagens pelas redes sociais.
Uma forma de pegar carona na onda das experiências particulares? Uma ode à exposição dos usuários nas redes sociais.
O legal da internet é realmente podermos compartilhar. A forma como fazemos cada um que reflita.
Veicular sua imagem nas redes sociais e na internet é uma forma de ser admirado. Quanto mais se é admirada por todos, mais popular se torna.
Para o bem ou para o mal estamos aprendendo com nosso comportamento na web. Existem casos que chamam a atenção negativa, como o cyberbullying. A a violência dos comentários e a indiferença ao sofrimento do outro no mundo on line leva á morte no mundo off line. As redes potencializando um comportamento já existente.
Nossas doenças comportamentais não podem servir de pretexto para a maravilha do acesso a informação na briga dos governos pelo controle da internet. O controle da internet pelos governos significa o nosso controle. E a forma como a utilizamos é pretexto para os mesmos.
O que você curte e o que compartilha?
Tudo que se coloca na internet é para ser compartilhado. Esta é a nossa memória real tornada virtual na psicologia do compartilhamento. Lembre-se, tudo que é compartilhado é multiplicado.
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