Gilmar Mendes, em entrevista a Folha de São Paulo, até está correto na sua avaliação.
A sociedade tem que atuar sim na situação desumana dos presídios brasileiros.
“Gilmar Mendes – É claro. É claro. Nós deveríamos discutir essa questão de uma maneira muito aberta e franca para superarmos realmente esse quadro caótico que é o das prisões. Não faz sentido que, num país como o Brasil, nós tenhamos presídios sem as mínimas condições para um tratamento digno das pessoas. Deveríamos chamar a atenção para a responsabilidade de todos os setores.
Quais?
Do governo federal, via Ministério da Justiça, que tem um fundo significativo para a melhoria das condições penitenciárias. Das secretarias estaduais de Justiça. Do Ministério Público, que deveria fiscalizar os presídios. Do Judiciário. É uma cadeia de responsabilidades que não cumpre a sua função.”
O problema que ainda não temos a consciência coletiva do que significa direitos humanos. Quando se fala em direitos humanos para presidiários a maioria da população possui a mesma visão do judiciário e dos políticos, “que eles se ferrem”.
Contudo, a sociedade banca o preso que custa caro aos cofres públicos, num sistema totalmente distorcido, onde este dinheiro vai? Para os políticos fazerem seus lobbys? Pagar altos salários para um judiciário incapacitado de gerir a justiça? Um judiciário corporativista que prioriza os políticos e personas especiais?
Pobre que “cai” na cadeia não possui nenhum direito. O Estado e o Judiciário são responsáveis, cabendo processo ao colocarem pessoas sobre a sua tutela produzirem tanto sofrimento e morte. O que deseja o Judiciário e o Legislativo? O caos? O domínio sobre um povo adoecido sob o sistema ineficaz. Como dizia Cazuza: “transformam o país num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro”.
O que estes grandes ministros de toga estão fazendo pelo valor que ganham e pelas benesses que possuem?
O judiciário como grandes sacerdotes de toga, detentores da moralidade, fabricantes de convenientes leis resolveu culpabilizar o populacho pelo descaso com o sistema no qual ele é o responsável.
Enquanto “indivíduo coletivo” necessitamos de tal jurisdição por não termos capacidade de auto gestão?
Pagamos caro para sermos geridos e sofremos duas vezes pelas nossas ingerências.
Realmente, todos devemos nos ressocializar.
Ressocializar como uma forma de gerenciamento ético. O problema é que a nossa ética não anda de acordo com a nossa suposta moralidade. O lucro de um no prejuízo de muitos.
A mega sina.
A ressocialização do lucro. A dualidade moral que governa o mercado social, o lucro e o prejuízo.
No que tange os detentores da moral do Estado, a miséria e o caos social fomenta muito lucro
As universidades formam profissionais advogados como a mesma visão. E alimentam o mesmo mercado e a consciência da sociedade.
O sadismo é grande. Sabem muito bem pela entrevista de Gilmar mendes a realidade dos presídios.
Os grandes recessos e os direitos que possuem não permitem trabalhar como nós mortais sustentadores de castas.
Ai de um filho, um parente do populacho que caia na situação de preso nas cadeias.
Quem sabe se continuarmos a prender políticos eles vierem os olhos para as condições das prisões no Brasil.
A sociedade tem que atuar cobrando do judiciário que façam o trabalho para o qual eles ganham muito bem.
Agora virou moda tanto de políticos quanto e de ministros do Supremo culpabilizar a sociedade pelo que eles mesmos pregam e fazem, ou melhor, não fazem.
Temos que transcender estas questões e agirmos de acordo com o direito de todos. Se o Estado encarcera´, é o responsável pela vida desta pessoa.
A finalidade aprendida sobre a necessidade da vida em sociedade como fator de proteção se tornou muito corporativista.
E continuamente o que o STF faz no seu corporativismo? O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, solicitou nesta quinta-feira (29) à Câmara dos Deputados que o salário de seus pares na Casa seja reajustado para R$ 30.658,42. Se aprovada, a medida impactará em pouco mais de R$ 598 mil no orçamento anual do Supremo, e em cerca de R$ 149 milhões no orçamento do Poder Judiciário da União.
E ainda temos que ficar assistindo novelas mexicanas no canal da justiça em julgamentos caros e demorados como foi o mensalão.
Um grande teatro que no final ratifica o que todos sabemos. Eles todos se protegem. A sociedade tem que atuar, fazer uma leitura se unindo contra o comportamento destas castas que sempre querem mais em detrimento da condição que a maioria enfrenta. A pobreza nas cadeias e nos presídios é um espelho da miséria humana que vive a maioria na sociedade.
“Os assassinos estão livres, nós não estamos.” Renato Russo.