Dilma anuncia fim da pobreza extrema e PT dá início à campanha.
Não existiria luz se não houvesse a escuridão. Nem a igreja se não fosse os pecadores. E talvez, nem partidos políticos se a miséria humana não fosse usada como palanque.
“Falta muito pouco para a superação da pobreza extrema”, afirmou a presidente. E nesse muito tempo em que falta pouco para a superação da pobreza extrema, a pobreza humana permanece eterna. E nesta plataforma é dada a largada da presidente Dilma Rousseff à campanha por sua reeleição.
Em solenidade cuidadosamente planejada na véspera do ato político para comemorar, os 10 anos do PT à frente do governo federal, Dilma anunciou que 22 milhões de brasileiros deixaram a situação de extrema pobreza desde que seu governo lançou o programa Brasil Sem Miséria. E com esse intuito, o governo anunciou que vai complementar a renda de 2,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família.
A erradicação da pobreza extrema foi uma das principais promessas da campanha de Dilma e deve embalar o projeto de reeleição. Com o slogan “O fim da miséria é só um começo”, de autoria do marqueteiro João Santana.
Dilma colou sua agenda à do PT e criticou antecessores, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sem citá-los nominalmente. Dilma citou pelo menos quatro vezes o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu legado e criticou a gestão tucana na área social. “Nós começamos em 2003, no governo do presidente Lula, quando unificamos programas sociais precários que até então existiam”, disse Dilma. ”Um País só pode retirar 36 milhões de pessoas da miséria com um programa como o Bolsa Família, quando além de ter a sensibilidade para a dor dos mais pobres possui também capacidade técnica, qualidade de gestão, honestidade moral e coragem política para realizar um feito dessa magnitude”, gabou-se em seu ensaio discurso sobre ética. Atacando os conservadores, e não muito diferente deles, Dilma se apoia na ampliação do Bolsa Família e nos miseráveis cadastrados com um “novo slogan” para sua campanha à reeleição no ano que vem. A miséria como um fim ainda é o começo da política no Brasil.