O hábito da limpeza está na mente de quem a busca.
Vivi até os onze anos de idade em uma favela de periferia onde não havia água encanada, eletricidade e nem condições financeiras para o consumo de produtos de higiene. Os banhos eram feitos em pequenas bacias com água aquecida em fogueira e sabão caseiro.
Apesar das dificuldades, o asseio era feito.
Ainda existem muitas famílias no Brasil que vivem desta forma fazendo uso de pouquíssimos utensílios de higiene.
A convicção de que a limpeza é essencial como marca de civilidade é inquestionável.
A saúde e os hábitos de higiene estão diretamente ligados e associados a condição financeira e acesso aos mecanismos de saneamento.
Cada época, país e cultura possui sua própria definição de limpeza que transita entre o que é considerado nojento ou demasiadamente rigoroso. A forma como cada indivíduo transita pela higiene abarca todo este aprendizado.
Livros sobre os nosso hábitos de higiene mostram que a humanidade sobreviveu mais de 1 000 anos sem banho.
A indústria da higiene é algo muito recente. A humanidade viveu séculos de imundície devido a muitos fatores.
Na escala evolucionária nossos hábitos de limpeza com o hálito perfumado, o cabelo sedoso, a axila desodorizada são novidades absolutas.
A higiene pessoal, tal como é concebida hoje na maioria dos países, só se estabeleceu em efetivo no século XIX.
Antes disso, as pessoas não apenas toleravam a sujeira como ainda, muitas vezes, se compraziam com ela. A evolução dos cuidados íntimos deu-se aos trancos, com pequenos avanços seguidos de longos recuos. E até mesmo produtos de utilidade óbvia, como o papel higiênico (que recém-completou 150 anos), não só demoraram a ser inventados como encontraram resistência para ser aceitos.
A era moderna e a transição progressiva para os grandes centros, a princípio não trouxe melhora higiênica, gerou catástrofes sanitárias. Hoje ainda é necessário a conscientização da população e o investimento maciço dos governos em educação sanitária e condições físicas para tal.
O cuidado com a higiene e estética reflete o cuidado com a saúde.
O simples ato do cuidado capilar, da pele, das mãos e pés faz parte deste processo.
Hoje a cultura masculina está resgatando estes cuidados culturais históricos oriundos das antigas barbearias que se diversificam e oferecem tratamentos em saúde e beleza para seus clientes.
O Barbeiro em sua visão holística acredita que a estética, a saúde e a higiene estão intimamente relacionadas.