Gloriosos formam os tempos em que o PT era a estrela que apontava para uma sociedade mais justa e costumes renovados na política brasileira. Época em que Lula era um idealista?
Quando se tornou poderoso, o PT passou a qualificar de “udenistas” os adversários que o atacam com a arma da moral e dos bons costumes.
Naquele tempo a UDN ressurreta era o PT. Seu empenho foi decisivo para a derrubada do presidente Collor, em 1992.
Longe das ideologias na mutação do pragmatismo político, a luta contra o Supremo Tribunal Federal une Lula e Collor. E não é a primeira vez que uma causa une os dois.
Collor em seu discursos se coloca na posição de vítima de perseguição política e injustiçado tanto quanto o PT pelo Supremo Tribunal Federal.
No caso de Collor, justiça no Brasil é tardia e falha?
O STF o absolveu por falta de provas após 23 anos. Seria este o fato real da absolvição de Collor? O que realmente estaria acontecendo nesta luta política entre o legislativo e o judiciário?
E Collor bate no peito proclamando sua inocência dizendo que o STF reescreve sua história e a história do país. Acusa brutalmente o ministro Joaquim Barbosa por incompetência litúrgica e desrespeito do cargo.
E Lula proclama, segundo acreditam a alguns, de forma deselegante, mexeriqueira e lamentável em entrevista no exterior questionando a lisura do trabalho realizado pelos membros da mais alta Corte do país que a história também será reescrita.
O julgamento do mensalão teve 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica.
Lula continua a repetir seu antigo refrão de perseguido político mesmo diante do poder que exerce como governo de situação. Perdeu a ideologia, mas não os hábitos.
E na contradição de suas afirmações acusa também seus companheiros, os petistas presos por envolvimento no caso de não serem de sua confiança.
Lula, como um Barão de Münchausen retira-se do pântano onde afundou puxando os próprios cabelos. Escapa da condenação jurídica e se credita como perseguido político.
A mutação petista é mais perigosa do que imaginamos. Em sua entomologia inseticida sacrificam companheiros para preservar a rainha. Dessa forma continuam a sua luta para reeleger Dilma e o maior número possível de Deputados e Senadores e governos de estados importantes. Em sua ótica os líderes petistas não teriam sido condenados se ele controlassem o parlamento de maneira absoluta. Ao incharem o estado se aproveitam do poder a partir de dentro deste estado inchado. No pragmatismo político, os fins justificam os meios.