Sob a justificativa de que a Corte não pode se expor a pressões externas, em resposta as cobranças que recebeu nos últimos dias, o ministro mais antigo do STF validou o que todos esperavam.
A interpretação política no voto do ministro Celso Mello rivaliza com a posição da maioria da população que deseja ver os mensaleiros punidos. Seria Celso Mello o ministro mais petista do STF?
Ainda que negue, todo advogado são astutos defensores de seus preconceitos que chamam verdades, e detentores dos malabarismos necessários para imprimir a lei.
Lembremos o fato de que o hábito de mensalidades não é uma criação do governo do PT. Nem nisto o PT foi original. Por ter adquirido tão rapidamente tal hábito o PT, o partido do povo, caiu nas redes do tradicional comportamento da elite política deste país. Neste ato o PT deixou de ser esquerda e endireitou. O PT seguiu a mesma cartilha do pragmatismo político dos donos do poder.
Sob a defesa das liberdades individuais, independência e “imparcialidade” do STF em relação as pressões externas caracterizado pela mídia e o clamor da população,o ministro Celso Mello justificou-se sob o direito do regime constitucional de direito de garantias individuais.
A Constituição da República Federativa do Brasil proclamou em seu preâmbulo a instituição de um Estado Democrático de Direito, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Ressalta-se que pluralista é uma sociedade em que todos os interesses são protegidos.
Vale trazer à baila a existência do princípio da supremacia do interesse público, o qual informa todo o direito administrativo direcionando as condutas dos agentes. Ocorre que, no âmbito das relações sociais, vão surgir conflitos entre o interesse público e o interesse privado, de forma que, ocorrendo este conflito, há de prevalecer o interesse público, isto é, aquele que atende um maior número de pessoas.
Essa é uma ideia defendida por ilustres autores, os quais sempre induziram os seus leitores a pensar desta forma, não possibilitando aos mesmos uma visão crítica acerca desse assunto. Diante disso vamos tentar demonstrar que o princípio da supremacia do interesse público é de extrema importância no Direito, todavia, a sua aplicação deve ser limitada, uma vez que os direitos individuais também clamam pela sua observância.
O voto histórico do ministro Celso Mello se caracterizou por um voto extremamente político. Na concepção da maioria, Celso Mello foi o entregador da pizza mais demorada, fria e estragada para o povo brasileiro. Mesmo com o cabimento dos Embargos Infringentes na Ação Penal 470, os réus deveriam ser encaminhados no cumprimento da pena nos crimes que que não entraram nos embargos. Podem ser presos após a publicação do acórdão. Assim, não seria necessário esperar o fim da análise dos embargos infringentes. Tempo é o grande fator para a política e para os réus. Em ano de eleição, o mensalão ainda se caracteriza como uma forma de enfraquecimento do PT. Uma nova corte a possibilidade para os mensaleiros amenizarem suas penas.
Cansado, o povo vai ter que continuar ouvindo sobre esta pizzaria. O Supremo Tribunal Federal, apesar da declaração do ministro Gilmar Mendes, vai continuar a ser um local para assar pizza e entregá-la estragada para a sociedade que há muito desconfia dos três poderes.
E boas ações nascem das más. Todo julgamento e regra se caracteriza pelo seu aspecto arbitrário e injusto. As leis falam mais da moral de quem as segue ou as cria do que propriamente de uma justiça.
A punição nunca resolveu a problemática da humanidade. E nem as instituições com seus moralismos. A construção da sociedade humana tem como base a mentira. Retirar a mentira de um povo é retirar o direito a vida. A justificativa da Corte e de Celso Mello não são nem melhores, piores ou mais morais que a reivindicação da população aparentemente influenciada pela mídia.
Não deixam de pertencer a um mesmo sistema, exatamente o mesmo e aparente sistema diversos representantes da fauna do continente.
É necessário observarmos as relações de poder e do direito ao poder arbitrariamente estabelecidas, quer por uma corte, um povo ou um espaço de manipulação midiática.
Quem passou e aprendeu sob o estado de uma longa ditadura, como é o caso do Brasil, já não deseja mais, e está as avessas por qualquer tipo de controle institucional, individual, ou midiático. É necessário o nascimento de uma nova consciência. Que sua arbitrariedade não tenha mais este ranço característico das nossas instituições. Faltam lideranças. As que no apresentam já não possuem o dom da sedução e muito menos do convencimento.
O ato de aceitar os embargos infringentes, transgride, viola, quebra tanto quando o seu não aceitamento. O que mudará? As eleições?
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