VOYERISMO AMERICANO
A presidente Dilma Rousseff classificou a suspeita de espionagem na rede de computadores da Petrobrás como uma prática movida por “interesses econômicos e estratégicos”.
Toda prática da hegemonia americana é movida por interesses econômicos.
Por trás da ideologia que justifica as atitudes dos líderes dos EUA nesses anos todos de construção política com base na democracia humanitária, existe o comportamento viciante pelo poder. E o poder é econômico. Outras discussões são apenas desvio do foco.
A cultura política americana oriunda da colonização da Nova Inglaterra fundamentada pelas seitas protestantes extremistas que praticaram o genocídio dos povos indígenas a escravização dos africanos que originou suas comunidades etnicamente segregadas pelo poder econômico.
O discurso de Obama marcando os cinquenta anos do histórico discurso “Eu tenho um sonho” (“I have a dream”) de Martin Luther King, nos fala desta realidade, tão presente entre os americanos, quanto no mundo.
“A igualdade econômica permanece como nossa grande questão inacabada. Cada vez mais pessoas têm dificuldades. Os que marcharam não buscaram somente a ausência de opressão, mas a presença de oportunidades econômicas. Em muitas comunidades neste país, em cidades, subúrbios e povoados, a pobreza paira sobre nossos jovens – afirmou. – E essa tarefa não será fácil. Eu sei que será um caminho longo, mas nós podemos chegar lá. Tropeçaremos, mas sei que levantaremos – afirmou, ao som de fortes aplausos.”
Os americanos se apresentam como os “mocinhos” da história e promovem guerras preventivas.
E sua democracia ostenta o direito de um predador da violação dos direitos humanos, violações unilaterais, exportação de armamentos para aliados subalternos, busca de rendas petrolíferas suplementares, as verdadeiras justificativas para as gueras na Ásia central e no Oriente Médio.
Este é o sistema de funcionamento do nosso pensamento na representatividade de todos todos governos, de todos os líderes e povos na história da humanidade.
Os interesses “nacionais” que a classe dirigente dos Estados Unidos se reserva o direito de invocar como melhor lhe pareça, é o objetivo único de todos os governos no mundo – “fazer dinheiro”. Tanto o Estado americano se colocou abertamente e prioritariamente a serviço do segmento dominante do capital constituído pelas suas transnacionais, quanto a violência no mundo é decorrente do seguimento de outros governos na mesma conjuntura ideológica estrutural.
A diferença é quem tem maior arsenal bélico e poder econômico.
Pedir que o governo Sírio entregue suas armas biológicas é uma forma infantilizada de lidarmos com a violência no mundo.
Espionar os governos como método de combate ao terrorismo é promover mais terrorismo.
E ao contrário de Obama, o governo brasileiro nunca sabe de nada.
A contradição americana é que com tanta tecnologia destinada a espionagem não evitaram o 11 de setembro.
Quem sabe não voltem esta tecnologia para si mesmo e observem o seu papel no mundo na manutenção da violência, da ganância e do poder a qualquer custo.
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A DESCRIMINALIZAÇÃO DA MORTE
“Deixa os mortos sepultar os mortos” (Lucas 9:60)
O homem vive no tempo e a invenção do futuro é o seu jogo favorito de fuga.
Adiamos a morte porque adiamos a vida.
Os nossos problemas e sofrimentos se situam no nosso processo do vir a ser.
Por não vivermos no presente, aprendemos que a morte é algo no futuro.
Por desejarmos à permanência a morte se tornou nossa inimiga.
Por acreditarmos na culpabilidade, a morte se tornou a sentença e o carrasco da vida.
Por acreditarmos no perdão a morte se tornou a porta de entrada do paraíso.
Por necessitarmos de espaço e renovação, a morte é a operária da transformação.
Por termos o pensamento fragmentário separamos a morte da vida e lhe rendemos homenagem separadamente.
Tememos a morte por que tememos o novo.
A padronização, o conforto do supostamente conhecido nos dá a ilusão da segurança, por mais nociva que seja a sua realidade no cotidiano da vida.
Experimentar o diferente nos trás a culpa decorrente da crença na infidelidade para com o usual. Não precisamos cometer suicídio físico, a morte é uma programação da vida. Mas quantas vezes não passamos pelo suicídio emocional no processo de autocompaixão pelo egoísmo da permanência.
A morte se torna um problema, pois nosso pensamento em sua imagem a transforma num problema.
A imagem da perda, a imagem do passado, a memória ruminando na lamentação, o pensamento girando na continuidade do tempo.
E o pensamento cria todo tipo de misticismos e crenças como solução ao desconhecido. Gastamos mais energia na manutenção da memória do que na criação do novo. Sofremos por não querermos perder e culpamos a morte.
O programa de memória do eu tem medo da morte, pois acredita que a mudança de paradigma é o seu fim.
A vida como um costume pode se transformar num sepultamento vivo e levar ao desespero do novo, transformando a morte em uma porta de libertação.
Não devêssemos temer e criminalizar a morte, mas a violência para com a vida.
E a morte em uma sociedade de consumo é o grande nicho de mercado. A abusiva violência do valor que os produtores dos rituais do fim praticam, mas isto é outro caso.
Quando separamos o viver e o morrer criamos um intervalo de tempo que gera o medo. Então tenha uma boa vida e uma boa morte.
Nossa mente deve morrer todos os dias psicologicamente para abrir espaço ao novo. Saiba viver e morrer. Tudo que existe está fadado ao fim que é o começo.
“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer produz muito fruto” (João 12.24)
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COMO TRATAR O CABELO CRESPO OU AFRO
O cabelo crespo possui a característica de ser frágil e sensível, possuindo uma textura mais fina.
Sua cutícula apresenta espessura irregular quebrando com mais facilidade. Com a quebra expõe o córtex deixando-o desprotegido. Assim exige mais cuidado.
Outra característica dos cabelos crespos é sua dificuldade de espalhar a gordura natural produzida pelas glândulas sebáceas ao longo dos fios.
Na maioria das vezes esta oleosidade fica restrita apenas ao couro cabeludo, levando o cabelo a apresentar opacidade ficando sem o brilho natural.
Em razão de suas escamas e cutículas serem mais abertas, a luz entra no fio sem refletir.
Além desta opacidade apresenta maior facilidade de embaraça mento e suscetibilidade aos fatores climáticos, como o sol.
O que fazer?
O grande segredo é hidratar, hidratar e hidratar. Use máscaras reconstrutoras dos fios. Contudo, hidratar é diferente de deixar o cabelo emplastado e oleoso. Escolha bons produtos de preferência a base de óleos naturais (Exemplo: jojoba, óleo de coco, manteiga de karité, óleo de castanhas, óleo de frutas.
Evitar utilizar produtos que levem a um maior ressecamento, a exemplo, secadores em demasia, mouses, gel, spray.
Xampu e condicionadores específicos para cabelos secos.
Massagear o couro cabeludo para estimular as glândulas sebáceas e a circulação.
Lave menos os cabelos durante a semana, duas vezes é o suficiente.
Deixe seu cabelo secar naturalmente.
Cortar as pontas pelo menos uma vez por mês.
Não use pentes com dentes muitos finos. Dê preferência aos pentes de dentes largos e de madeira. Penteie no sentido das pontas para a raiz de forma suave, não fazendo movimentos bruscos.
Não penteie com eles secos. Prefira quando estiverem molhados e hidratados com um creme de pentear.
Produtos com proteção solar são mais indicados.
Também não seque com a toalha de forma brusca. Apenas pressione a toalha para retirar o excesso de água.
Alisamento, texturização e relaxamento são processos químicos diferentes que exigem cuidados. Não faça em casa. Procure um profissional especialista em cabelos crespos. Seja exigente e cauteloso na escolha de um bom profissional. A melhor propaganda ainda é a boca a boca.
Não utilize produtos que contenham óleos minerais ou petrolato, pois segundo especialistas, apesar de serem mais baratos, entopem os poros roubando a umidade, podendo retardar o crescimento do cabelo.
Aplique o condicionador do meio para as pontas.
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COMO CUIDAR DA PELE MASCULINA
Uma pele saudável é cartão de visita para muitas conquistas. A aquisição desde cedo de bons hábitos é o aprendizado no investimento numa rotina de cuidados para a manutenção de uma a pele bonita e saudável ao longo dos anos.
Por ser diferente da pele feminina, a pele masculina necessita de produtos específicos. Com hormônios distintos, os homens apresentam uma pele mais resistente, espessa e oleosa do que a feminina. Esta característica fica ainda mais evidente na região onde se concentram os pelos grossos e escuros da barba.
A seguir, dicas de prevenção e tratamento dos problemas mais comuns da pele masculina.
Sete truques ajudam a driblar problemas da pele masculina.
Oleosidade Excessiva e Poros Dilatados
Para controlar a oleosidade e prevenir a dilatação dos poros, é essencial manter a pele sempre limpa. Por isso, o ideal é apostar na higiene do rosto com sabonete neutro, com ácido salicílico ou enxofre em sua composição. “Eles são fundamentais para a pele masculina porque removem a oleosidade e ainda têm ação anti-inflamatória. Por isso, devem ser usados de manhã e à noite”, recomenda Daniel Coimbra, dermatologista da Clínica Les Peaux, do Rio de Janeiro, e especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Acne
Consequência número um da oleosidade excessiva, a acne, se for de grau leve, pode ser tratada com esfoliação, cremes, pomadas e sabonetes antissépticos. Mas, para os casos mais graves, uma alternativa são os tratamentos com antibióticos num primeiro momento, além de procedimentos estéticos posteriores, como o peeling com ácido retinoico, responsável por acelerar o processo de renovação da pele e reduzir o aparecimento da acne, e o de diamante, ideal para evitar a formação das incômodas cicatrizes. “Ele elimina a camada mais externa da pele e ainda oferece uma menor descamação”, indica Fernanda Tassara, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Sociedade Brasileira de Cirurgia Brasileira (SBCD).
Manchas de Sol
O filtro solar deve ser usado diariamente pelos homes não só para prevenir as manchas causadas pela exposição indevida ao sol, mas também para manter a pele cada vez mais distante da oleosidade. “Isso porque o contato direto do raio ultravioleta provoca o suor e ainda altera a produção de sebo da pele, dando um aspecto maior de oleosidade ao rosto”, destaca Daniel.
No entanto, como muitos homens se queixam da dificuldade de conseguir um protetor adequado devido à oleosidade excessiva, a dica é optar sempre por aqueles com toque seco (gel, gel-creme ou fluido) e rico em minerais que conferem um efeito matificante e não deixam a pele brilhante e oleosa.
Pele Desidratada
A hidratação da cútis também é fundamental para mantê-la sempre jovem e macia. Por isso, vale a pena optar por cremes com propriedades matificantes e aplicá-los no rosto uma vez ao dia, antes do protetor solar. “Muitas vezes o filtro solar já faz a função hidratante, mas hidratar a pele é fundamental, pois a oleosidade se refere à quantidade de ácido graxo presente na cútis, e a hidratação, à quantidade de água. Por isso, não podemos ter a ideia de que uma pele oleosa seja hidratada”, ressalta Daniel. Mas quem sofre com a oleosidade deve usar apenas o filtro solar para obter a ação hidratante.
Foliculite
Problema mais do que comum no dia a dia masculino, decorrente do contato direto da lâmina ou do barbeador com a cútis, a foliculite deve ser combatida antes, durante e depois do barbear com produtos feitos à base de loções hidratantes, substâncias calmantes e ativos antissépticos que aliviam a sensação de ardor, reduzem pequenos sangramentos e previnem a indesejável inflamação dos folículos pilosos.
Pelos Encravados
Comum, os pelos encravados comprometem o ritual de depilação masculina. Para evitá-los, o ideal é esfoliar a cútis e, em seguida, passar um creme hidratante específico para cada tipo de pele até uma hora antes do procedimento feito com lâmina ou barbeador. Esses cuidados, além de evitarem o surgimento dos pelos encravados, garantem uma eficácia maior do barbear. No entanto, vale lembrar que a esfoliação deve ser feita de uma a duas vezes na semana, para não resultar num efeito inverso, estimulando a pele a produzir mais oleosidade e provocando irritações.
Marcas de Expressão
A partir dos 30 anos, o homem pode começar a perceber pequenos sinais do envelhecimento por meio de linhas de expressão suaves e, por isso, já pode começar a utilizar cremes anti-idade, inclusive para a região dos olhos. “Nessa fase, uma boa forma de combater a flacidez é dar preferência a cosméticos com vitaminas A e C na área dos olhos, além de hidratantes com vitamina C e E que combatem o envelhecimento e ativos como ácido hialurônico e retinoico”,indica Fernanda.
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O HOMEM E A SUA IMAGEM
Do Parecido ao Igual e o semelhante, a sutileza das formas.
Nosso pensamento funciona através da imagem. As simbologias que são imagens. A linguística que são imagens símbolos. As metáforas, histórias imagens que contém mais imagens verdades intrínsecas. Da poesia, imagens do sentimento. As filosofias que tecem uma imagem do conhecimento. As religiões que são simbologia e imagem do transcendente. A ciência , imagens de uma realidade empírica. A moral, imagens valorativas entre o certo e o errado. Tudo gerado pela comparação, que é nosso maior condicionamento para uma realidade do pensamento. Visões aproximadas de uma realidade. O pensamento fragmentário que não consegue abarcar o todo nesse processo comparativo. Assim, não sabemos lidar nem com as “igualdades”, quanto mais com as “diferenças”.
Psicologicamente nossas identificações são com imagens. Religiosamente nossa adoração é através da imagem. Esteticamente nossa busca pelo “belo” é através da imagem. Fisicamente nos reconhecemos pela imagem. Moralmente, lutamos por uma imagem.
Um ser desprovido dos olhos ainda teria seu mundo de imagens?
Nosso pensamento é imagem. Nossos sentimentos são imagens físicas. Nossa memória são imagens no tempo. Talvez por isso Deus tenha proibido a adoração de imagens, a não ser aquela que representasse fielmente a dele.
Narciso sucumbiu ao ver sua imagem refletida na água. E o quanto a indústria da imagem lucra, pois pagamos qualquer preço por uma boa, uma bela, uma apropriada, pela perfeição da imagem. Quantas guerras, quantos processos por difamação, por uso indevido, por apropriação da imagem.
Vivemos num mundo da imagem com uma imagem de um mundo.
Seriam as dimensões realidades refletidas na luz, ou projeções da luz nas sombras das nossas realidades?
Podemos um dia falar das nossas projeções, quer no outro, nas coisas, nas idéias. Mas como no mito da caverna vemos apenas as sombras projetadas nas paredes. Você já se olhou no espelho hoje? Você é parecido, igual ou semelhante?
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RESERVAS DE OURO DO BRASIL
Reservas de ouro do Brasil dobram em 2012
Valor Econômico – 18/01/2013
Eduardo Campos e Assis Moreira
As reservas físicas de ouro do Brasil dobraram em 2012, fechando o ano em pouco mais de 67 toneladas. O valor de mercado, em dezembro, equivalia a cerca de US$ 3,5 bilhões pelos cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acompanha a composição das reservas de diversos países.
Em setembro do ano passado, o Brasil fez a primeira compra de ouro físico desde dezembro de 2008. Os estoques subiram de 33,6 toneladas em agosto para 35,3 toneladas em setembro. Em outubro, o montante já havia saltado para 52,5 toneladas, alcançando em novembro as 67 toneladas, assim permanecendo até o encerramento do ano, já que em dezembro não houve aquisições.
Mesmo ampliando a compra, a participação do metal preciosos nas reservas internacionais brasileiras ainda é pouco expressiva, representando pouco menos de 1% dos US$ 373,147 bilhões que o país exibia em reservas no fim de 2012 pela métrica do FMI. No fim de 2011, as reservas de ouro não chegavam a 0,5% do total.
O Banco Central (BC) não comenta as alterações nas reservas. Tal movimentação será explicada apenas em meados de 2013, quando for apresentado o relatório de gestão referente ao ano passado. Parte do metal preciso fica guardado no Brasil e parte em custódia no mercado internacional.
De acordo com o ranking divulgado em janeiro pelo World Gold Council (WGC), o Brasil possui a 41ª maior reserva de ouro do mundo. No fim de 2011, o país estava na 53ª posição.
Entre os seus pares emergentes, a maior reserva de ouro está com a China, que é a sexta colocada no ranking da WGC, com um total de 1.054 toneladas, que equivalem a 1,7% das reservas internacionais que o país computa. Considerando os outros países que formam os Brics, a Rússia aparece em oitavo lugar, com 937,8 toneladas (9,9% das reservas); a Índia fica com a 11ª colocação, com 557,7 toneladas de ouro, que respondem por 10,3% de suas reservas. E a África do Sul ocupa a 28ª colocação, com estoque de 125,1 toneladas (13,1% das reservas).
Entre os vizinhos da América Latina, a maior quantidade de ouro físico é apresentada pela Venezuela, que exibe 363,9 toneladas, que colocam o país na 15ª colocação mundial e respondem por 75,3% das reservas internacionais do país.
Um levantamento realizado pelo banco Barclays mostra que, no ano passado, o ouro atraiu 97% do total do que foi investido em fundos de commodities pelo mundo, representando US$ 19,8 bilhões. O ouro foi justamente uma das duas commodities, ao lado do barril de petróleo Brent, a registrar valorização de preço durante o ano passado. O desempenho de outras commodities foi mais fraco.
Os investimentos financeiros totais realizados nos mercados de commodities internacionais subiram para a marca de US$ 20,4 bilhões em 2012, comparado com os US$ 14,6 bilhões registrados em 2011 – mas ficaram longe do recorde de US$ 66 bilhões de 2010.
O pouco apetite sentido pelo segmento de agricultura foi particularmente marcante nesse período, com apenas US$ 800 milhões realizados durante o ano. Além disso, houve saída líquida de US$ 500 milhões dos investimentos em energia.
Os ativos sob gestão dos fundos de commodities totalizaram US$ 425 bilhões ao fim de dezembro passado, comparado a US$ 160 bilhões em 2008.
Para 2013, a instituição financeira britânica estima que a atratividade do ouro pode apresentar história diferente.
Investidores começam a sair desses fundos, com muitos preferindo fundos de energia nos Estados Unidos e alguns metais, como o estanho.
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O GRITO DO IPIRANGA
O processo que culminou com a emancipação política do território brasileiro do Reino Unido de Portugal (1815-1822) denominado Independência do Brasil, retratada como um da historiografia clássica, nas data comemorativa do 7 de setembro em que ocorreu o chamado “Grito do Ipiranga, mesmo não sendo a construção do mito heroico da forma como é narrada, não perde o seu significado.
Versões nada românticas retratam Dom Pedro I com problemas de diarréia por intoxicação alimentar decorrente das péssimas condições sanitárias da época. Insatisfeito com os mandos do seu pai que queria obrigá-lo a retornar a Portugal, perdendo assim a vida de Dom Juan. Ao contrário de um belo alazão, montava uma mula e só deu o grito de independência porque estava de “saco cheio” das pressões que o pai fazia para que ele voltasse para Portugal. E nossa independência não foi gratuita. Custou uma boa multa que foi para os cofres de Portugal.
E ainda estamos pagando por ela.
Não muito diferente da nossa romântica história épica, a maioria continua sendo enganada nos discursos populistas. A nossa luta pela independência ainda mostra a realidade da maioria dos brasileiros intoxicados com o péssimo sistema de saneamento básico. O alto custo dos juros e impostos. As mordomias dos políticos e de uma minoria que detém o poder econômico. Um povo formado por escravos que trabalhavam até a fadiga. Uma maioria sem educação básica e estudos correndo atrás de oportunidade. A falência do sistema de saúde. Dificuldade de acesso a moradia. A falência da segurança.
E os mascarados que querem lutar pela democracia serão punidos.
Nem toda máscara deseja esconder intenções violentas. Ela pode ser apenas um veículo de manifestação.
E todos fazemos uso das máscaras por trás das nossas ideologias.
E pregamos a transparência. Haverá um tempo no voyeurismo tecnológico que ninguém mais se esconderá?
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O QUE NOS UNE NOS SEPARA
As diferenças culturais são difíceis de resolver enquanto estruturam o pensamento e justificam a violência contra o outro.
Diz-se que o pensamento neo conservador criou a noção de que os povos árabes são intolerantes dando pouco valor à democracia. Uma ideologia transmitida pela mídia, infestando a maioria dos jornais do mundo ocidental como se fosse uma verdade cientifica religiosamente inabalável. É necessário a conquista, não importando o número de vidas e o sofrimento. Isto é visto apenas como efeito colateral de uma verdade maior que necessita ser implementada a todo custo. A verdade democrática, que corre perigo ante a realidade muçulmana.
Do lado oposto o mesmo padrão de pensamento está agindo.
Há séculos utilizamos deste mecanismo neural como fórmula de origem e criação e destruição das nações.
As padronagens de comparação que determinam o que é diferente atuam reforçando e justificando o direito, a destruição e a posse territorialista, financeira, individuais e coletivas no mesmo seguimento neural.
As verdades religiosas causam mais dificuldades por serem disseminadas e dissimuladas pelo pensamento como algo imaterial, não oriundas do pensamento, divinas, dadas por entidades superiores e inquestionáveis na construção de toda uma mitologia envolvida pelas teias dos tabus e medos. E dentro desta hierarquia os governos se apresentam como representantes legais, morais e tangíveis desta imaterialidade. Nossos deuses são tão violentos quanto nós mesmos. Necessitam de sacrifícios para a sua existência. Nossos deuses são tão contraditórios quanto nós mesmos no amor à destruição como manutenção e geração da vida.
A elite que os governa faz uso do poder de manipulação das massas entendendo essa construção do pensamento. Se colocam acima do bem e do mal na imposição da sua ideologia mantendo seu status de dominação.
Qual a diferença entre o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, Obama dos Estados Unidos da América, os potenciais aliados americanos e o regime de Damasco (Síria) e Bashar al-Assad?
Com a apresentação de “provas incontestáveis” que foi o governo de Bashar al-Assad que utilizou armas químicas contra os rebeldes, o aval das Nações Unidas, respiraremos tranquilos por não considerarmos intervenção militar contra o regime de Damasco (Síria) e Bashar al-Assad “uma agressão”.
A construção da violência já existe, justificando-a ou não. Enquanto se procura dados que oficializem a punição dos supostos responsáveis pelo uso de armas químicas, houve morte de 1420 pessoas nos arredores de Damasco de acordo com número dos EUA.
Na tergiversação dos governos o que subjaz a dinâmica das justificativas ideológicas é a preocupação econômica.
Na economia dos deuses os sacrifícios são a moeda de troca para a manutenção divina.
A China advertiu nesta quinta-feira que uma intervenção militar na Síria vai prejudicar a economia mundial e elevar o preço do petróleo.
Mais do que uma intervenção real, no jogo da guerra os americanos tem interesse em abrir caminho para a China.
De acordo com um documento emitido em abril deste ano e vazado pelo ex-analista do órgão Edward Snowden, a política externa, o comércio exterior e a estabilidade econômica do bloco europeu são objetivos prioritários da vigilância da agência.
Entre os principais alvos de espionagem norte-americana aparecem a China, a Rússia, Irã, Paquistão, Coreia do Norte e Afeganistão.
Se os países ocidentais querem intervir para derrubar os governos antidemocráticos do Oriente Médio, o que os impedirá de tentarem derrubar o governo comunista da China?
Diferentes dos problemas enfrentados pelos governos de países do Oriente Médio, as questões chinesas derivam do rápido crescimento econômico e da dependência do petróleo.
“Uma ação militar teria um impacto negativo sobre a economia global, especialmente sobre o preço do petróleo — vai causar um aumento no preço do petróleo”, disse o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, antes do início das negociações dos líderes do G20.
Se os países ocidentais decidirem intervir para derrubar os governos antidemocráticos do Oriente Médio, raciocinam os líderes chineses, o que os impedirá de um dia tentar derrubar o governo comunista da China?
Segundo Andrew Browne, os conflitos no Oriente Médio destacam para a China a realidade da existência de uma única superpotência no mundo hoje: os Estados Unidos.
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PRÍNCIPE GANHA COROA
Príncipe também ganha “coroa”.
O príncipe William representa tudo que uma pessoa gostaria de ser. Possui nobreza real, riqueza, noiva charmosa e bonita, boa saúde, porte na sua estatura, mas como todos os mortais há algo que tem cada vez menos: o cabelo.
A perda prematura dos cabelos é algo que nem a realeza escapa, aproximando-a dos simples mortais. Os tabloides britânicos são impiedosos com a calvície real e constantemente fazem todos os tipos de piadas e trocadilhos. “A calvície prematura de William é facilmente resolvida, basta que imite sua avó que gosta de usar chapéus e bonés.”
A dificuldade para quem sofre a perda dos cabelos deixa qualquer um de “cabelos em pé”, pelo menos enquanto os possui. Ao longo de nossa história capilar o preconceito sofrido pelos calvos ou pelos que estão ficando é assunto recorrente datado de tempos remotos.
A Bíblia relata o episódio (II Reis: cap.2 – vers. 23 e 24) onde o profeta Eliseu sofre discriminação por ser calvo. Jovens zombaram da calvície do profeta e sofreram a punição de Jeová sendo despedaçados por dois ursos. E a mesma tradição ainda ocorre nos tempos atuais, mesmo não tendo poderes de invocar a punição divina os carecas sentem este estado em seu próprio pelo, ou na falta dele.
Outro mito baseado na história bíblica com relação ao cabelo é a questão da virilidade e força masculina associadas ao mito de Sansão, o destruidor dos filisteus. No livro de Juízes capítulos 13 a 16 a força e virilidade de Sansão é contingente a sua manutenção capilar. Um nazireu não podia cortar o cabelo, pois este era um dos símbolos notórios de sua chamada. E quem conhece a história sabe o fim trágico de Sansão ao ser enganado por Dalila tendo os seus cabelos cortados, perdendo sua extraordinária força, sendo capturado e sofrendo todo tipo de escárnio.
Existe a crença que o excesso de testosterona provoca a queda de cabelo, logo os carecas possuem mais potência sexual. Sabemos que não há nenhuma ligação entre o desempenho sexual, a queda do cabelo ou a manutenção do mesmo.
A calvície não é determinada pelo aumento na produção de hormônios e sim pela quantidade da enzima 5-alfa-redutase, determinada geneticamente, nada tendo a ver com impotência ou virilidade.
O mito do cabelo como condição de beleza masculina ainda direciona as preferências sociais pela manutenção das fartas cabeleiras. E deste a antiguidade o que não se tem feito para a manutenção das mesmas? Papiros egípcios com mais de quatro mil anos já citavam a anatomia do couro cabeludo e fórmulas mágicas para a alopecia. E não ficaram somente nas fórmulas mágicas, mas através da invenção das perucas estabeleceu-se uma alternativa concreta para o problema da calvície.
Infelizmente, após todos esses anos de nossa relação capilar, ter ou não cabelos ainda é um condicionamento ligado a nossa auto-estima e a nossa segurança social.
E pessoas oportunistas têm aproveitado deste aspecto, utilizando dessa dificuldade para obter lucros ou alguma forma de dependência psicológica.
Contudo, nós como ente humano devemos rever nossa posição em relação a estas questões, ampliando nossa forma de lidarmos com tudo isto, e principalmente nossos sentimentos neste entorno. A começar por entrarmos em contato com toda esta construção simbólica que determina nossas afecções com a perda, seja relacionada aos cabelos, ou qualquer outra atividade de nossa vida.
A felicidade não pode ser encaixotada apenas a um modo, a um padrão reducionista na complexidade humana.
Não apenas dos carecas elas devem gostar mais, e nem a cabeleira do Zezé deve determinar o que ele é. Carecas ou cabeludos não sejamos motivos de chacotas. Que aja respeito humano pela multiplicidade de manifestações na nossa construção biopsicossocial. É muito fácil falarmos de amor enquanto no cotidiano das nossas relações, nos comportamentos mais simples agimos de forma a causar insegurança que gera toda esta violência que estamos acostumados. Príncipes ou plebeus, ninguém estará seguro mediante o estabelecimento desse tipo de comportamento discriminatório e excludente. Que o nosso presente não repita o passado. Para muitos ser calvo é visto como um problema, assim como para tantos outros o cabelo também se torna uma dificuldade. Criamos uma imagem do que pensamos ser, ou do que deveríamos ser e este retrato nos impede de vermos quem nós realmente somos.
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