Na teoria social de Nietzsche, existem duas morais, a moral de escravo e a moral do senhor.
A moral do escravo é a moral do ressentimento, da reatividade que inverte todas as éticas de valoração.
É uma atitude psicossocial de convergência, em que o sistema vigente, seja ele político, social, econômico ou religioso, domestica a pessoa humana, conformando-a a suas normas.
É uma forma de resguardo estrutural no controle das consciências, restabelecendo sempre e frequentemente as ideologias adequadas às suas práticas da sua sustentação. Sua fórmula é o , convencimento dos oprimidos que eles estariam nua boa se não fosse o sistema. É o sistema que os colocam na rua da amargura. Assim foram os discursos de Stalin, Hitler, Pinochet e ditadoras militares do Brasil, e ainda existe este eco na política brasileira. e em nossos discursos diários.
O problema é que ninguém é o sistema e nem faz parte dele na sua manutenção. Envoltos nesta espiral de espinhos, mesmo mudando-se as classes, o discurso permanece o mesmo. E o sistema criado pelo pensamento também continua o mesmo.
Assim, apesar de todo movimento reativo, é um sistema moral que produz a passividade messiânica, o senso de dever e do controle das emoções a partir da aceitação da autoridade, da tradição e da hierarquia. É o típico pensamento que valida o status-que gerando o medo, o pânico às mudanças e às transformações sócio políticas e financerias.
Assim surge a moral do escravo como uma perversão.
Podemos identificar essa moral nas manobras de massa em políticas e campanhas institucionais dos governos.
Na ditadura a campanha era “este é um Brasil que vai pra frente…”.
No governo Sarney, “inflação zero”.
No de FHC, a propaganda do Real e da inflação em baixa.
No governo Lula e Dilma a constante da redistribuição de renda e inclusão social.
E o que realmente mudou nestes anos de governos?
O povo assume a patriótica missão de equilibrar o cash do governo dilapidado pelo seu próprio sistema. Esquecem que é o próprio governo que determina e mantém este sistema nas suas coalizões partidárias, suas aliança de potências, e formação de carteis políticos e econômicos.
A moral do escravo é um tipo de lavagem cerebral que o sistema realiza na massa atrasada, a fim de anestesiá-la, para que lucro seja privatizado e o prejuízo – honrosamente – socializado.
Segundo Nietzsche, este sentimento é tão comum e presente na maioria dos homens na sua inseparável orientação moral judaico cristã que leva à crença da sua natural inerência ao homem. Esta é a origem e o uso do pecado, da culpa, e do ressentimento como manutenção do escravo.
E por isto fica fácil aos governos na hora que necessitam utilizar deste construto. A maioria está acostumada a repressão dos seus impulsos ativos.
Isto torna o homem apenas reativo por viver limitado a conservação da sua existência, e não ativo no sentido de construir a sua existência na responsabilidade para uma vida criativa e geradora de novos valores . Isto só faz multiplicar o seu sofrimento.
Cria a necessidade de viver cada vez mais submetido às promessas de recompensa oferecidas pelo poder ao qual está submetido, seja ele o poder sacerdotal, pelo poder político e financeiro.
Neste estado o homem ignorara o aspecto primordial da existência que é a criação. É somente por meio da efetuação da sua natureza que o homem torna-se capaz de criar novos valores, de afastar para longe de si a culpa e o ressentimento.
E criação e a construção de novos valores é a moral do senhor.
E o PT na sua apologia à vitimologia após a prisão dos mensaleiros, em sua antiga moral de escravos acredita que são vítimas de um sistema que produz a corrupção política e judiciária.
Ou seja, são os únicos que sofrem a condenação pelas suas práticas de corrupção.Já não é mais um produtor e mantenedor do sistema, mas vítima do atual sistema político-eleitoral.
Segundo a Folha de São Paulo, esta é a A defesa foi apresentada na primeira versão do texto base do 5º Congresso Nacional do PT, que será aberto em dezembro, em Brasília.
Redigido por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República, o documento afirma que o partido é “prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção”.
Não é apenas o PT e todos os partidos que são prisoneiros deste sistema corrupto e que favorece a corrupção. Todos estamos presos.
A diferença é que o PT está no poder e qual tem sido o exemplo do PT após galgar o poder.
Como os outros partidos que fazem parte deste sistema, em seu projeto de poder, o PT facilmente se adequou e participou desta mesa de negócios e se colocou historicamente como agente deste sistema do qual se acham vítimas.
Ao levantar a bandeira da ética como forma de fazer um contraponto ao escândalo que o atingiu o PT degenera ainda mais ética utilizando da mesma moral escrava ao avesso da história não produzindo nem um discurso que mude a mentalidade da maioria da população carente não apenas de educação, mas de um conhecimento que produza mudança a partir de uma perspectiva crítica.
O partido e volta a defender uma ampla reforma política.
Contudo as reformas feitas foram uma perfumaria no sistema.
Em discursos populistas feitos por representantes messiânicos o sistema continua o mesmo.
Para o eleitor nada muda.
Contudo, a troca de governos e a não manutenção de políticos de profissão pode ser um mecanismo de construção democrática e de ventilação do mofo do nosso Congresso Nacional.
Não necessitamos de ditadura petista e de nenhum partido.
Não adianta o PT não se responsabilizar pelos seus atos e emitir documentos como se fossem os salvadores de um Brasil ditatorial.
No fim do documento, o partido indica o que poderá ser o mote de campanha para a reeleição de Dilma Rousseff em seu discurso de reeleição compara o atual momento político com o fim da ditadura. “Quando saímos da noite da ditadura, soubemos dizer ‘Nunca Mais!’. Agora, depois de uma década de grandes transformações, afirmamos ‘Nunca menos!’.”
Quais foram esta tão grandes transformações? Como está as condições de saúde, educação, segurança pública e corrupção no Brasil do atual governo petista.
No texto, os petistas resgatam o discurso de que os problemas econômicos refletem a herança deixada por Fernando Henrique Cardoso, como recessão, juros abusivos, fortes pressões inflacionárias e vulnerabilidade externa.
Os juros continuam abusivos neste governo, houve o aumento da pobreza e a diminuição da miserabilidade com a mesma política de retirada das classes médias trabalhadoras que podem sim, dizer que foi ela que fez esta distribuição de renda tão aclamada como sua pelos lulistas.
Os gastos do governo e o endividamento público só aumentaram, sendo o que gera inflação, juros altos, condição do trabalho escravo para a maioria da população.
O governo tão contrário as privatizações segue a mesma cartilha.
O uso da máquina pública como o quintal privado da casa é comum nestes governos como em todos os outros.
Continuamos a sustentar os marajás disfarçados de parlamentares que defendem a democracia.
Na sua antiga e falsa ideologia de culpabilidade o PT continua comprometendo o governo anterior. Isto é democracia?