Aécio promete transformar Bolsa Família em programa de Estado
Adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou um projeto de lei que transforma o Bolsa Família em um programa de Estado.
O benefício que é a principal bandeira eleitoral da presidente Dilma seria incorporado à LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social) para se tornar permanente, atrelado às políticas públicas de assistência social e erradicação da pobreza no país.
O projeto de Aécio é uma reação às declarações do ex-presidente Lula de que, se a oposição assumir o comando do país, poderá extinguir o Bolsa Família. Aécio disse que as famílias cadastradas no programa não podem conviver com o “terrorismo” de sua extinção, com ameaças feitas por aliados da presidente que desejam se “perpetuar no poder”.
“Toda véspera de eleição, há sempre a tentativa de colocar o Bolsa Família como patrimônio de um partido ou de um governo. Não é. O Bolsa Família, a partir da aprovação desse projeto –que eu espero que ocorra com o apoio do PT, porque se não ocorrer esse apoio é porque querem eternizar a utilização política do programa– queremos transformá-lo em uma política de Estado. Não há mais espaço para manipulação eleitoral de um programa importante”, afirmou.
Aécio apresentou o projeto no dia em que o governo realizou solenidade para comemorar os dez anos do Bolsa Família, com a presença de Dilma e Lula. O tucano disse que sua maior homenagem aos beneficiários do Bolsa Família é “tirar-lhes o tormento, a angústia de serem atemorizados pela irresponsabilidade e leviandade de alguns que acham que seus adversários irão interromper o programa”.
Não somos contra nenhum programa de governo que objetiva melhorar as condições da sociedade, principalmente das minorias ou maiorias pobres e desassistidas que sofrem pela sua condição em decorrência dos próprios governos. E o que os governos fazem é muito pouco diante das grandes necessidades.
O que seus projetos políticos tem como intensão não é a real transformação, mas a manutenção do poder com base em políticas assistencialistas que levam à dependência psicológica, financeira e institucional.
E todos usam os mesmos mecanismos de terrorismo eleitoral ou promessas de transformação.
Antes do Bolsa Família ter a posse como marca do governo do PT, ser o programa chave do governo Lula-Dilma foi pelo próprio Lula, por conveniência pragmática em discurso eleitoreiro, demonizado pelo ex-presidente.
Parabéns por ter dado alimento para quem têm fome. Mas consciência política, educação para a vida sem a necessidade da degradação humana na manutenção do assistencialismo, ainda falta muito, tanto para os governos quanto para a população.
E os governos não estão “dando”, como fazem pensar a maioria. Todos pagamos caro por todo este sistema. E será que precisamos deste tipo de intermediação mantenedora da escravidão?
Não é Dilma, Lula, Aécio ou qualquer outro partido que nos prestam favores. Temos a obrigação ou o medo?
Retribuiremos como ovelhas nas urnas da continuidade deste sistema.
Quem faz a revolução e a transformação é a clareza do povo.
Somos preguiçosos pela nossa liberdade.
Enquanto formos preguiçosos delegando a partidos e candidatos o direito de nos governar a seu bel prazer, somos os responsáveis pela nossa própria miséria, nosso abuso institucional e nossa condição de submetidos a violência dos governos.
O que temos feito é apenas murmurar.
FONTE:Folha de São Paulo
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