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Mika Rodrigues
Tuesday, 13 May 2014 / Published in Barbas, Comportamento, Pelos Faciais, Psicologia

ALÉM DA BARBA, PÊNIS E VAGINAS

Declaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo 3: Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Thomas “Tom” Neuwirth (Gmunden, Áustria, 6 de novembro de 1988), mais conhecido pelo personagem Conchita Wurst, é um cantor austríaco que no papel de Conchita Wurst representou a Áustria e venceu o Festival Eurovisão da Canção 2014, em Copenhaga, na Dinamarca.

A seleção de Wurst gerou polêmica na Áustria, quatro dias depois de ORF anunciar a sua decisão, mais de 31,000 pessoas protestaram  numa página “Anti-Wurst” no Facebook.

Em outubro, o Ministério da Informação de Bielorrússia recebeu uma petição para que BTRC, emissora de Bielorrússia, tirasse a atuação de Wurst do programa. A petição alegou que a atuação iria transformar o Festival “num viveiro de sodomia”. Em dezembro, uma petição semelhante surgiu na Rússia.

Com a polêmica por toda a Europa, Conchita ou Thomas tem despertado a fúria de muitos moralistas e machistas de plantão.

Em campanha nas redes sociais  homens raspam a sua barba usando o argumento que “após o concurso, usar barba não representa mais masculinidade”.

O radialista russo Andrei Malakhov aderiu a campanha e disse que estava chocado com a vitória da austríaca.

Será que se Conchita não se apresentasse com a barba de Thomas teria causado tanta fúria?

Quem se traveste?

Conchita conseguiu desconstruir a simbologia da barba como um  um símbolo de masculinidade por  ser considerada um acessório exclusivo dos homens?

Por trás do personagem  Conchita existe um Thomas. Quem usa a barba, Thomas ou Conchita?

A polêmica barba de Conchita mexe com arquétipos biológicos, sociais e religiosos que pedem um definição para que aja a dita tranquilidade individual e  social.

Na  sociedade existe apenas dois gêneros. Nas trincheiras do o masculino e do feminino socialmente aprendidas ainda não existem espaço para qualquer variação no comportamento, no fenótipo ou de orientação.

Este contexto social nos traz idéias prontas  e pré-concebidas  sobre o que é considerado comportamento feminino e masculino e a sexualidade considerada adequada ou não.

Este espaço se caracteriza pelos direitos humanos e sociais à existência, à expressividade, ao trabalho.

Biologicamente , a barba é considerada um caráter secundário masculino. A voz grave também.

Conchita rompe com estes padrões biológicos ao atuar de barba e com seu comportamento e sua  voz excepcionalmente feminino. Ninguém criticou a sua performasse vocal e a mesma não despertou a ira masculina.

Àqueles que não tem tranquilidade na construção psicológica da sua sexualidade, e a fazem alicerçados apenas nos de esteriótipos secundários,  diante da quebra do uso de padrões considerados masculinos ou femininos sentem o desconforto, a agressividade e até mesmo a irracionalidade.

Ao que parece a maioria da humanidade em toda a sua diversidade de orientação ainda sofre desta confusão. Qualquer comportamento que coloque isto em evidência gera comportamentos irracionais contra o outro da sua mesma espécie.

Os Transgêneros

Transgênero é um ser humano, uma pessoa  que possui e/ou manifesta uma identidade de gênero diferente da que lhe foi atribuída à nascença. Podem optar por diversas formas de expressão da sua identidade de gênero.

Se pretender alterações anatômicas de carácter mais permanente recorrem a intervenções cirúrgicas e a tratamentos hormonais. O processo nem sempre implica uma redefinição integral de género («mudança de sexo»).

A identidade de gênero também é expressa através do vestuário e da cosmética (o chamado «travestismo»).

A Violência

Historicamente os seres humanos transgêneros  sofrem o preconceito, discriminação  e a violência, chamada de  transfobia.

A transfobia é uma violência física, psicológica,  e espiritual sobre os direitos humanos. Pode ser em decorrência  da sua identidade de gênero e ou não necessariamente devido à sua orientação sexual, já que  transgêneros tanto podem ser heterossexuais como homossexuais ou bissexuais.

Transgêneros que vivem em guetos e que não possuem alternativas no direito ao trabalho não causam tanta polêmica.

Psicologicamente,  decorrente de todo este processo cultural também tenho minha dificuldades por não ter o  convívio com indivíduos transgêneros. Mas, eles não me despertam o desejo, o medo e nem a violência.

Nem por isto acho que eu deva excluí-los do direito à um vida social nos padrões considerados humanamente dignos, a educação, o direito ao trabalho e as relações humanas.

Eu como ser humano, um profissional psicólogo, teólogo e barbeiro, digo que Conchita é bem vinda a Barbearia O Barbeiro para fazer a sua barba, seu cabelo ou mesmo tomar um café e dialogar acerca da sua experiência humana, do seu sofrimento e das suas alegrias como qualquer ser humano existente neste planeta.

Relações Libertárias

Talvez decorrente das proibições construídas  sexualizarmos tanto as nossas relações que criamos um crivo social estranho a nós mesmos.

Neste contexto necessitamos  de relações libertárias que não restrinjam apenas os padrões arbitrariamente instituídos como forma de controle social. Em  maior grau nós humanos temos objetivos, sofrimentos e sentimentos comuns, a felicidade, as condições de trabalho, educação e alimentação. A sexualidade e a manifestação do ato sexual é apenas mais uma delas e não o prato principal.

E como temos criado estas condições? Através de todo tipo de opressão como qualquer animal irracional. Que tipo de relação contratual temos tido em nossas relações que envolvem a nossa sexualidade, o ato sexual e a construção da família? A que isto tudo tem servido? O mercado? A vida? O sofrimento e/ou ao individualismo social?

Construímos nosso paradigma da nossa sexualidade na manifestação do ato sexual como demonstração de posse e pertencimento na base de contratos moralista e exclusivistas numa única orientação. Temos muito que aprender nas nossas relações e orientações de troca  neste imenso planeta terra onde vivemos.

Somos mais que pênis e vaginas e hormônios.

É possível vivermos a nossa sexualidade sem arraigá-la aos mundos hétero e homo facilitando a compreensão de que há uma infinidade de existências no caminho de uma à outra ponta?

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Tagged under: barba, Conchita Wurst, Festival Eurovisão da Canção 2014, transexuais, Transgênero

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