A crença em qualquer coisa ajuda a depressão,?
Não é a fé que cura, mas nosso condicionamento de que precisamos de alguma referência para viver. Quando nossas referencias são colocadas em questão o cérebro entra num processo de perda, de falta de harmonia, como se estivesse fora do compasso com a maioria.
A crença de que não temos crença nos coloca em depressão.
E por que precisamos de fé quando estamos diante do fato?
Deveríamos questionar o que é o ceticismo.
O excesso de fé leva a depressão na medida em que quando colocado em um novo contexto o indivíduo não consegue se adaptar a novas contingências da vida.
O excesso de crença em determinados fatores leva o indivíduo a uma dependência extrema e a busca fundamentalista na manutenção desta crença a todo custo.
Não é a falta ou a fé que leva a depressão e nem a fé que cura a depressão. A falta de capacidade plástica do ego em assumir as transformações que a vida impõe que leva a depressão e ao sentimento de fé
Toda educação do ser humano é um processo de dependência. Transferimos os mesmos arquétipos para outros setores da vida. A dependência de Deus para acalmar nossa consciência em um universo cheio de insegurança. A dependência de governos em uma sociedade cheia de problemas. A mesma imagem mental neste processo de condicionamento. Não fomos bem desamamentados e transferimos todos os nossos medos diante da vida para outras instituições que acabam fomentando o mesmo padrão arquétipo e dominando a natureza humana, não mudando o ciclo.
Para a sociedade, assim para aqueles que acreditam nas instituições governamentais, religiosas, e qualquer outra ideologia, o ser independente é uma ameaça. É um construto do nosso pensamento que disfarça o seu modelo mais tirânico de dominação.
No construto moral de bem e mal exacerbado na fé religiosa, tudo que não satisfaz a manutenção do status quo dos desejos do ego é considerado mal. A própria construção do conhecimento é considerada má por levar a novos parâmetros de funcionamento.
Assim a moral religiosa condiciona o pensamento humano em sua manutenção em considerar o conhecimento sob a dicotomia dos opostos, gerando o sentimento de culpa, medo e depressão. Esta tem sido a nossa maior fé, ou maior crença.
Quando observamos a depressão em algum indivíduo sempre a colocamos sob esta ótica por ele não estar dentro do padrão socialmente estabelecido. Concluímos dai o seu sofrimento, sua doença e seus aspectos negativos, colocando novamente a crença nos mesmos valores da maioria como uma solução para os seus problemas.
Como na dependência das drogas psicotrópicas, a fé entra para regularizar o fenômeno da depressão. Neste aspecto a Psicologia não agiu diferente da religião. O que toda religião quer, assim como a terapia nesta aspecto é o controle das emoções. Questões como perdão e gratidão são apenas esta relação de dependência. Crer numa entidade superior que zela por nós como enfrentamento das dificuldades nada mais é que este modelo mental.
Assim a sociedade gera a depressão decorrente destes mesmos modelos mentais oferecidos como cura.