Do Parecido ao Igual e o semelhante, a sutileza das formas.
Nosso pensamento funciona através da imagem. As simbologias que são imagens. A linguística que são imagens símbolos. As metáforas, histórias imagens que contém mais imagens verdades intrínsecas. Da poesia, imagens do sentimento. As filosofias que tecem uma imagem do conhecimento. As religiões que são simbologia e imagem do transcendente. A ciência , imagens de uma realidade empírica. A moral, imagens valorativas entre o certo e o errado. Tudo gerado pela comparação, que é nosso maior condicionamento para uma realidade do pensamento. Visões aproximadas de uma realidade. O pensamento fragmentário que não consegue abarcar o todo nesse processo comparativo. Assim, não sabemos lidar nem com as “igualdades”, quanto mais com as “diferenças”.
Psicologicamente nossas identificações são com imagens. Religiosamente nossa adoração é através da imagem. Esteticamente nossa busca pelo “belo” é através da imagem. Fisicamente nos reconhecemos pela imagem. Moralmente, lutamos por uma imagem.
Um ser desprovido dos olhos ainda teria seu mundo de imagens?
Nosso pensamento é imagem. Nossos sentimentos são imagens físicas. Nossa memória são imagens no tempo. Talvez por isso Deus tenha proibido a adoração de imagens, a não ser aquela que representasse fielmente a dele.
Narciso sucumbiu ao ver sua imagem refletida na água. E o quanto a indústria da imagem lucra, pois pagamos qualquer preço por uma boa, uma bela, uma apropriada, pela perfeição da imagem. Quantas guerras, quantos processos por difamação, por uso indevido, por apropriação da imagem.
Vivemos num mundo da imagem com uma imagem de um mundo.
Seriam as dimensões realidades refletidas na luz, ou projeções da luz nas sombras das nossas realidades?
Podemos um dia falar das nossas projeções, quer no outro, nas coisas, nas idéias. Mas como no mito da caverna vemos apenas as sombras projetadas nas paredes. Você já se olhou no espelho hoje? Você é parecido, igual ou semelhante?