Todas as políticas sexuais apresentadas para a humanidade são repressoras com base em mitologias disfuncionais. Servem apenas aos grupos que pretendem o poder por meio da concentração da propriedade e dos meios de produção. São estes grupos os governos e as religiões.
Todos pregam a ideologia do ascetismo extra-conjugal e a permanência do casamento monogâmico.
Estes são os pontos de confluência entre o Estado e a Religião organizada que dão base a organização econômica e sexual. Dai surge a propriedade privada, a divisão de classes originária a partir das formas de organização social.
São as neuroses com tendências possessivas e da acumulação de bens. Esta é a origem de umas das primeiras contradições na comunidade humana.
Isto não é novidade, pois muitos já fizeram estas observações.
A primeira divisão de classes na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher no casamento monogâmico, caracterizado juntamente com a escravidão e a propriedade privada na qual o desenvolvimento e a prosperidade de alguns se fazem a custa da infelicidade e opressão de outros.
Na célula familiar podemos observar todos estes fenômenos.
A ética de uma liberdade sexual natural é incompatível com a moral capitalista e dos meios de exploração.
Nossa cultura sexual possui uma moral que julga a partir da propriedade privada. A monogamia é originária da concentração de riqueza nas mãos de um único homem. A imposição monogâmica é produto subsequente dessa relação. esta organização social consiste na restrição e repressão da liberdade genital.
Assim, é fato que na sociedade capitalista a maioria de seus membros se vê forçado a viver um regime desequilibrado. Este desiquilíbrio afeta as funções básicas da humanidade, alimentação e o sexo. Vive-se um regime alimentar desordenado e economicamente desequilibrado, e um regime sexual economicamente negativo. Os nossos comportamentos nestas áreas são disfuncionais por ser substitutos do que é biologicamente natural.
Nossa educação trabalha a a domesticação e a incapacitação da utilização de possibilidades.
Promovem a privação que provoca sensações excessivamente penosas. Nosso mecanismo psíquico trabalha com substitutos do alívio das tensões que resultam as neuroses, as patologias e os fenômenos anti-sociais.
E não vemos mudanças sociais quando se considera que na sociedade de consumo que depende da força de trabalho de indivíduos que desviam sua energia sexual em favor da produção. A miséria e a compulsão sexual se torna produtora da regulamentação normativa da vida sexual derivada apenas dos interesses econômicos da economia privada.
A relação entre opressão sexual e a opressão da vida material abrange apenas as classes dominadas. As privações de alimentação e o déficit de habitação se impõem ao proletariado que diante deste fato e das suas neuroses não consegue visualizar alternativas a estas restrições. Criam e sustentam as imagens de salvadores e de pendências políticas e religiosas.