Verão chega trazendo alerta contra câncer de pele
175 mil novos casos são estimados em 2016
Com a chegada do verão, época das altas temperaturas e aumento dos raios ultravioletas, aumenta também a preocupação contra o câncer de pele, neoplasia mais incidente no Brasil e no mundo, e que corresponde a 25% dos tumores. É chegada a hora também de intensificar a conscientização da população da importância de se prevenir contra os raios solares que provocam o câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados 175 mil novos casos de câncer de pele no Brasil em 2016.
A radiação solar é cumulativa ao longo da vida e o câncer de pele é resultado da exposição do indivíduo ao longo de anos, explica o oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Gustavo dos Santos Fernandes. O oncologista explica que o câncer de pele é definido pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele: “Qualquer célula que compõe a pele pode originar um câncer, logo existem diversos tipos de câncer de pele. A neoplasia pode ser dividida em câncer de pele não melanoma e câncer de pele melanoma. Dentre os cânceres não melanoma, há o carcinoma basocelular (CBC) que é o mais frequente e menos agressivo e o carcinoma espinocelular ou epidermoide (CEC), mais agressivo e de crescimento mais rápido”, diz.
“O melanoma cutâneo, o mais perigoso dos tumores de pele, tem a capacidade de invadir qualquer órgão e se espalhar pelo corpo. Apesar de ter incidência bem inferior aos outros tipos de câncer de pele, ele está aumentando no mundo inteiro”, comenta o oncologista.
Pequenas manchas avermelhadas ou acastanhadas de crescimento lento. Pintas que mudam de cor ou de formato. Feridas que não cicatrizam. “Esses sintomas, que à primeira vista parecem ter pouca gravidade, são, na verdade, os principais sinais do surgimento da doença na pele, considerado o maior órgão do corpo humano. Muitas pessoas minimizam a importância desses sintomas, o que atrasa o diagnóstico e deixa o paciente mais distante da cura”, diz Fernandes.
Em 90% dos casos, a doença é provocada, basicamente, pela exposição excessiva ao sol. “Pessoas com história familiar da doença, de pele e olhos claros, cabelos loiros ou ruivos, albinas, as que se expõem a agentes químicos excessivamente e têm muitas pintas constituem a população de maior risco para desenvolver a doença. No entanto, existem outras causas menos divulgadas como viroses, alterações genéticas, infecções e contato prolongado com um defensivo agrícola chamado arsênico”, comenta Fernandes.
Segundo o presidente da SBOC, os tumores de pele podem se manifestar em partes variadas do corpo, porém são mais frequentes no rosto, braços, nuca e costas, que são as áreas comumente mais expostas à radiação solar. A melhor proteção contra estes raios é a barreira física. Chapéus, bonés e roupas ajudam a driblar a ação deles na pele. Os olhos também sofrem com os raios solares e precisam de proteção, por isso é importante investir em um modelo que possua fator de proteção solar. O uso de protetores solares apropriados ao tipo de pele do individuo é fundamental. O protetor deve ser usado em todas as partes do corpo expostas ao sol, sendo reaplicado a cada 3 horas.
“Neste período de férias escolares, por exemplo, onde a população costuma viajar para praia, cachoeiras, ou se expor no sol em clubes e em atividades físicas é imprescindível ficar em alerta e tomar medidas preventivas”. E acrescenta. “Não confie apenas no protetor solar. Também deve ser evitada a exposição solar entre 10 e 16h (horário de verão). É importante salientar que no verão, as altas temperaturas são mais propícias ao câncer de pele, mas a radiação ultravioleta exerce seu efeito por todo o ano. Por isso, a prevenção do câncer de pele deve ser uma constante em nossas vidas, seja na praia, no campo ou nas cidades e em todas as estações do ano”, conclui.
Fonte:http://www.jornalfloripa.com.br