LIVRE-SE DO CHULÉ
O famoso chulé, termo popular usado para descrever o mau cheiro dos pés, recebe na medicina o nome de bromidrose plantar.
O chulé e outros odores pelo corpo surgem habitualmente após a puberdade e ocorrem devido à ação de bactérias sobre o suor de determinadas regiões do corpo.
Ao contrário da crença popular, o suor não é uma fonte de eliminação de toxinas e não serve para “purificar” o organismo.
O nosso suor é produzido pelas glândulas sudoríparas, sendo naturalmente um líquido sem odor. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: écrinas e apócrinas.
As glândulas apócrinas, por sua vez, só estão presentes em algumas partes do corpo, como nas axilas, virilhas, região ao redor dos mamilos e do ânus. As glândulas apócrinas surgem entre os 8 e 14 anos de idade e produzem um tipo de suor completamente diferente, oleoso, que não evapora e não tem função termorreguladora.
Tanto as glândulas écrinas quanto as apócrinas produzem um suor sem odor.
Porém, devido à ação de bactérias naturalmente presentes na pele, as regiões onde há mais transpiração podem passar a ter um odor incômodo.
As regiões de glândulas apócrinas, como axilas e genitais, costumam ser mais propícias ao desenvolvimento de bromidrose porque o suor oleoso destas glândulas é mais facilmente digerido pelas bactérias, liberando gases com odor desagradável.
No locais onde há glândulas écrinas, o suor é basicamente água e sal, não havendo substrato para as bactérias produzirem mau cheiro. O chulé, todavia, é um caso a parte. Nos pés, as glândulas sudoríparas, apesar de écrinas, podem também provocar cheiro ruim.
Fatores que favorecem o aparecimento do chulé
Nossos hábitos sociais nos fazem usar sapatos e meias por grande parte do dia, vários dias por semana, mesmo em épocas de maior calor. Por estarem sempre enclausurados, dois fatores ocorrem com os pés:
1- Os pés são dos locais do corpo onde mais há glândulas sudoríparas, podendo causar uma transpiração profusa.
2- o suor produzido tem mais dificuldade de evaporar, mantendo os pés sempre com alguma umidade, o que favorece a proliferação de bactérias.
3- Nossa pele possui uma proteína chamada queratina que é renovada constantemente. Nos pés, essa proteína quando exposta constantemente à umidade acaba sendo mais facilmente destacada da pele, formando um bom alimento para as bactérias. É a degradação da queratina por bactérias que libera um forte odor, provocando o chulé.
4- Portanto, os dois fatores mais importantes para o aparecimento do chulé são a quantidade de suor produzida ao longo dia e a quantidade de tempo que o indivíduo passa com os pés totalmente cobertos, sem contato com o ar para que a suor possa evaporar.
5- A má higiene dos pés também pode contribuir para o aparecimento do chulé, pois favorece a proliferação bacteriana. Repetir meias e/ou sapatos por vários dias seguidos também facilita o crescimento de bactérias, aumentado o risco da pessoa ter chulé.
6- Alguns alimentos também podem mudar a composição do suor, favorecendo a bromidrose. Os mais comuns são: alho, cebola, álcool, molho curry e pimenta.
7- Pessoas com obesidade, diabetes, fumo, doenças de pele ou unha também costumam apresentar mais chulé que o resto da população.
Como acabar com o chulé
1- Reduzir a umidade dos pés e o número de bactérias na pele.
2- Evite usar o mesmo sapato por dias seguidos. O ideal é revezar 2 ou 3 pares de calçados ao longo da semana. Os sapatos não utilizados no dia devem ficar sempre em locais bem ventilados, e se possível, expostos ao sol por algumas horas.
3- Dê preferência a calçados mais leves e que permitam melhor ventilação dos pés. Sapatos feito com material mais isolante, como borracha ou plástico, que impedem a ventilação dos pés e favorecem a proliferação de bactérias.
4- Evite usar sapatos sem meias, pois elas ajudam na absorção da umidade. Sapatos sem meias costumam provocar mais chulé. Quando usar meias, as melhores são as finas e feitas com algodão.
5- Alguns talcos são antissépticos e têm perfume, o que ajuda ainda mais a tirar o chulé.
6- Quando estiver em casa, prefira andar descalço ou de chinelo em vez de com meias e/ou sapatos fechados.
7- Lave os pés diariamente, de preferência com sabão antisséptico. Ao final seque bem, principalmente entre os dedos. O uso de secador ajuda nesta tarefa.
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