DIA INTERNACIONAL DE COMBATE À HOMOFOBIA
Enquanto na Europa uma pesquisa aponta que um quarto dos gays da UE diz ter sofrido ataque, no Brasil o CNJ coloca uma pedra no preconceito dos cartórios.
Neste dia 17 de Maio, Dia Internacional de Combate à Homofobia, várias atividades em diversas regiões do mundo para discutir e lutar pelo fim da violência praticada contra os LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Seminários, debates, apresentações culturais abordarão o tema, como forma de apontar ações voltadas contra a discriminação existente na sociedade contra este segmento da população.
De acordo com Jair Sambudio, diretor do Sindicato de Londrina e representante da Fetec-CUT/PR na CGROS (Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual) da Contraf-CUT, o dia 17 de Maio foi instituído para que a sociedade reflita, denuncie e cobre a definição de políticas públicas e ações para eliminar a violência contra os LGBTs. Nesta mesma data, em 1990, a OMS (Organização Mundial da Saúde), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), decidiu retirar a homossexualidade da CID (Classificação Internacional de Doenças).
“Esta data foi criada em âmbito internacional em 2005, mas no Brasil ganhou força somente em 2010, quando o então presidente Lula assinou o decreto instituindo o Dia Nacional de Combate à Homofobia. Desde então foram vários os avanços conseguidos pela comunidade LGBT”, recorda.
Entre outros avanços, Jair aponta o reconhecimento da união estável de casais homoafetivos e a definição de sanções contra quem praticar crimes homofóbicos, bem como a inclusão de parceiros do mesmo sexo nos Planos de Saúde, que é uma importante conquista da categoria bancária.
Pesquisa na Europa Levanta a Discriminação
Pesquisa feita pela Agência para Direitos Fundamentais da União Europeia entrevistou 93 mil pessoas na União Europeia e na Croácia revelou dados alarmante sobre a homofobia. A pesquisa perguntou a lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros se haviam sido vítimas de discriminação, violência, abuso verbal ou discurso de ódio por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Entre os principais resultados da pesquisa estão:
– Cerca de 26% dos questionados (e 35% dos transgêneros) disseram ter sido atacados ou ameaçados com violência nos últimos cinco anos.
– A maioria dos ataques de ódio relatados aconteceu em locais públicos e foi cometida por mais de uma pessoa, com os agressores predominantemente do sexo masculino.
– Mais de metade daqueles que disseram ter sido atacados não denunciou o incidente às autoridades, por acreditar que nenhuma ação seria tomada.
– Metade dos questionados disse ter se sentido pessoalmente discriminado no ano anterior à pesquisa, apesar de 90% não ter denunciado a discriminação.
– Cerca de 20% dos gays ou bissexuais e 29% dos transgêneros questionados disseram ter sofrido discriminação no trabalho ou procurando trabalho.
– Dois terços dos questionados disseram ter tentado esconder ou disfarçar sua sexualidade na escola.
Segundo o diretor da Agência para Direitos Fundamentais da União Europeia, Morten Kjaerum, ainda há “grandes desafios” em relação ao combate à discriminação contra a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) nos países do bloco.
A agência espera que o resultado da pesquisa ajude os formuladores de políticas a orientar melhor seu trabalho para promover os direitos da população LGBT.
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