CONTINUIDADE MODIFICADA
Nascemos numa determinada estrutura social com suas regras, crenças, leis, políticas e tradições.
As religiões organizadas se empenham em educar-nos numa certa forma de crença condicionada. Os governos insistem em condicionar seus currais eleitorais de forma a manterem seu poderio sobre o gado. Todas as mudanças que operam ficam dentro dos limites modificados desta crença. No teatro cotidiano a humanidade continua a encenar as trágicas comédias com enredos modificados inseridos na mesma estrutura do teatro humano.
A grande maioria não encara o conceito de liberdade como algo necessário à vida.
Se colocam a disposição das crenças, dos governos ou qualquer tipo de liderança que se apresenta sem questioná-las. Afinal em suas memórias, negar a autoridade na forma como ela se apresenta é considerado perigoso.
Na ilusão de uma segurança, na covardia, na preguiça e na irresponsabilidade por nossa vida, delegamos o direito e o dever de comando das nossas vidas.
Este é o mecanismo psicológico individual e social na criação de super-heróis, salvadores e todo tipo de relação afetiva na busca de segurança.
É a educação paternalista da família tradicional que prepara o indivíduo para a segregação, a autocompaixão e o sofrimento em prol de bandeiras.
A incapacidade ou a falta de uma educação de desmame determina adultos infantilizados e prontos para a obediência, dependentes e incapazes de criar alternativas à vida.
Os movimentos individuais ou coletivos só agem de forma reativa diante das autoridades quando percebem que estes não proporcionam tal segurança.
O homem que se coloca debaixo de tais autoridades é tão fútil quanto elas. Toda as nossas tradições milenares produziram poucos homens capazes de viver de forma a não outorgar a qualquer tipo de autoridade o direito sobre si mesmos.
Estas tradições não produziram animais humanos independentes.
Na superficialidade da sua atuação produzem a dominação, o medo, a dependência, as guerras e consequentemente a desorganização.
Seus planos e propostas mascaram sua políticas de dependência.
A mente burguesa e superficial implantadas pelos séculos de condicionamento das autoridades vive com medo.
A não compreensão deste fato gera a continuidade deste medo.
E as transformações reativas vem e vão conforme as marés.
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