Holismo na Estética Masculina
O Terceiro Milênio lança o grande desafio para a Estética. Profissionais de todas as áreas são convidados a repensar suas as práticas. O foco no individuo com atendimento abrangendo sua
totalidade no campo físico, mental, e transpessoal, proporcionado-lhe mais Qualidade e Bem-Estar de vida. O ser humano necessitava transcender sua Psique (pessoal), conectando-se ao Todo, ou a outras realidades mais abrangentes (transpessoais).
O holismo surgiu da crise que abalou os alicerces da ciência questionando o postulado de qualquer filosofia reducionista. Por reducionismo entendemos toda lógica baseada no pensamento cartesiano-newtoniano que deixa de considerar as interações existentes entre tudo o que existe e as conseqüências de qualquer alteração nestas interações. A falta de uma visão holística ou do todo é responsável pelo desequilíbrio no mundo atual, seja do ponto de vista social, psicológico, econômico, espiritual e ou ambiental.
Empregada em 1926 por Jan Christian Smuts em seu livro “Holism and Evolution” (Holismo e Evolução), tem uma definição bem mais abrangente do que a empregada atualmente.
O holismo só ganhou força a partir da década de 80 quando passou a ser empregado para tentar explicar um novo paradigma que deveria ser empregado a fim de anular os diversos distúrbios causados pelo homem na natureza.
Com implicações profundas em quase todas as áreas do conhecimento, a filosofia holística vem provocando questionamentos principalmente nos campos da saúde onde as doenças começam a ser encaradas como uma manifestação localizada de um distúrbio no equilíbrio do indivíduo como um todo, não apenas de uma de suas partes.
Um Símbolo de Transformação
No trabalho holístico o ser humano não se resume apenas em um corpo físico. É visto como um complexo composto de uma individualidade inteligente chamada de corpo emocional, um corpo energético, e um corpo físico, não sendo tratados separadamente.
Na visão holística da estética masculina, o ato de cortar o cabelo ou a barba é associado à mudança, a transformação. É necessário uma conexão do profissional com o cliente ampliando o desejo do cliente na alteração ou manutenção da sua imagem pessoal e transpessoal. É um ato social, psicológico e espiritual.
Para muitos cortar os cabelos ou mudar o visual é um processo de renascimento. Desde a antiguidade o corte de cabelo e da barba é ligado à ritos de consagração ou iniciação. O Cabelo é com frequência associado à força vital, reflexo de saúde e do estado de espírito.
Alguns acreditam que, como na natureza nós humanos sentimos o poder e a influência da lua e cada fase tem o seu propósito. Cortar o cabelo em Lua Cheia aumenta a quantidade de fios de cabelo, em Lua Crescente acelera o crescimento dos seus fios de cabelo, em Lua Nova diminui a queda dos fios de cabelo, em Lua Minguante fortalece a raiz do cabelo.
Nossos pelos são parte da nossa energia e da fase de vida que vivemos, eles se modificam no decorrer da nossa existência biológica. O cabelo reflete a energia de cada um. Existem teorias que associam cabelos brancos ao excesso de perfeccionismo. A calvície associado à insatisfação com a própria vida. Cabelo fraco e pouco denso associado à falta de poder pessoal são apenas alguns exemplos.
Num período de crescimento pessoal, libertação e transformação há necessidade de exteriorizar essa mudança.
Uma boa entrevista produz um diagnóstico seguro e um visual correto, baseado na vida individual de cada cliente.
A estética está relacionada diretamente com a estrutura psicológica, bem como a saúde e vida social.
Esta visão holística da Barbaria O Barbeiro, visa sempre ampliar o entendimento do cliente junto ao profissional. A forma como o ambiente do salão foi projetada visa o acolhimento e integração do cliente ao espaço físico, às suas necessidades estéticas, psicológicas, espirituais e sociais.
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ATO MÉDICO
Definir ser privativo aos médicos a formulação do diagnóstico e a respectiva prescrição terapêutica é se colocar sob a total responsabilidade apenas deste profissional a intervenção junto ao paciente.
Profissionais da saúde em vez de ficarem lutando por territórios e poderes devem pensar a vida do paciente sob o conceito holístico. Determinar apenas a médicos com os únicos portadores da formulação do diagnóstico e respectiva prescrição terapêutica é colocar a medicina sob um patamar de hierarquia superior em detrimento de todos os outros profissionais que trabalham para a saúde do paciente.
A obrigação de qualquer profissional em qualquer área acima de tudo deve ser educacional, havendo uma transversalização do conhecimento. Hoje com a informação disponível, também os pacientes tem o direito de discutir suas dificuldades e interagir com os profissionais da saúde para juntos equacionar uma melhor plataforma de ações sobre a saúde do cliente.
Ao suprimir um dos trechos mais polêmicos, que definia ser privativo aos médicos a formulação do diagnóstico e a respectiva prescrição terapêutica a presidente Dilma aproximou outras profissões e especialidades em saúde no patamar dos médicos. Eles querem ser historicamente os únicos com capacidade e detentores na verdade do tratamento. Então que se responsabilizem quando algum procedimento, ou tratamento não vai bem ou leva a alguma erro. O que vemos hoje é a criação de um protecionismo profissional. Querem o direito, a exclusividade, o poder, mas não a responsabilidade.
Dividir de forma holística com uma equipe multidisciplinar é dividir procedimentos e responsabilidades de forma que a atuação venha de encontro com a visão da qualidade do tratamento do cliente e não a marcação de territórios fechados e reducionistas. Este comportamento não condiz mais com a visão moderna de mundo, onde o conhecimento deve ser sim compartilhado e não especializado a ponto de gerar dependências e territórios místicos do saber.
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