OBAMA BRASILEIRO
“No futuro, posso pensar em ser candidato, diz Joaquim Barbosa
Aos 59 anos, Joaquim Barbosa acenou a possibilidade de concorrer a presidência no futuro, apesar de não cogitar nada para 2014.
O jurista mais conhecido do Brasil ganhou o crédito geral da nação ante a tanta corrupção e roubalheira.
Alçado a ministro pelo presidente Lula, Joaquim Barbosa tem sofrido ataques do racismo petista após seu comportamento ante o mensalão que levou a prisão dos mensaleiros.
Pelos seus méritos e capacidade é o primeiro negro a ocupar uma vaga na mais alta Corte do país.
“No futuro, a médio prazo, eu posso pensar sobre isso”, disse.
Lembrando que sua formação é “técnica”, Barbosa também deixa claro sua insatisfação com o cenário político atual defendendo reformas institucionais.
“A natureza tortuosa do nosso sistema político causa uma desafeição do cidadão com a vida política. Precisamos acabar com a complacência, com a impunidade”, disse.
Aparecendo como manifestações espontâneas da população, e relevância nas pesquisa eleitorais, Barbosa diz que o Brasil ainda não está preparado para um presidente negro em entrevista dada a Miriam Leitão.
O Brasil está preparado para um presidente da República negro?
Não. Porque acho que ainda há bolsões de intolerância muito fortes e não declarados no Brasil. No momento em que um candidato negro se apresente, esses bolsões se insurgirão de maneira violenta contra esse candidato. Já há sinais disso na mídia. As investidas da “Folha de S.Paulo” contra mim já são um sinal. A “Folha de S.Paulo” expôs meu filho, numa entrevista de emprego. No domingo passado, houve uma violação brutal da minha privacidade. O jornal se achou no direito de expor a compra de um imóvel modesto nos Estados Unidos. Tirei dinheiro da minha conta bancária, enviei o dinheiro por meios legais, previstos na legislação, declarei a compra no Imposto de Renda. Não vejo a mesma exposição da vida privada de pessoas altamente suspeitas da prática de crime.
Politicamente se define como alguém de inclinação social democrata à europeia. O Brasil precisa gastar melhor seus recursos públicos, com inúmeros setores que podem ser racionalizados ou diminuídos.
E o ex-presidente Lula não esconde sua indignação e arrependimento em ter colocado Barbosa para ministro do Supremo, dizendo ter sido este seu maior equívoco enquanto estava na presidência.
E atualmente, Joaquim Barbosa é a personalidade capaz de acabar com o apetite petista em seu projeto de poder até 2022.
Em discurso proferido na Universidade Federal do ABC, ao receber o título de honoris causa, Lula disse:
“Eu já estou pensando no Brasil de 2022, quando agente completar 200 anos de Independência e fizer uma comparação do que era esse Brasil. Aí vai ser duro, Dilminha, a gente falar do Brasil que deixamos em 2022 e o que pegamos em 2002”.
E esperamos que ao completar 200 anos de independência, o Brasil e todos nós estejamos livres de toda esta casta política que com seu ranço tem colocado nosso país na escravidão, corrupção e retrocesso.
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JUSTIÇA GENOINA
A genuína justiça brasileira é um “genoino” fenômeno do uso e costumes da justiça e das leis.
E o que há de justo na punição? A satisfação do instinto de vingança pelos privilégios que a lei e a justiça proporcionam na não equidade social, ou seja, o reconhecimento imparcial do direito de cada qual.
Nem a lei nem a justiça proíbem. Determinam e aplicam as penas. E a forma como fazem podem persuadir mais a busca pela infração legal.
E quem melhor para fazer isto senão aqueles que fazem e aplicam as leis.
Para isto existem algumas variáveis importantes. O tempo é uma delas como em toda experiência científica.
Nas nossas experiências empíricas com a justiça, o tempo é dependente do fenômeno social. Políticos demoram a serem presos de acordo com os muitos precedentes judiciários a serem julgados. Na lógica carcerária, segundo especialistas, a advertência é o numero excessivos de presos provisórios no país.
Se a morosidade no julgamento para alguns outorga o direito à liberdade, o acesso a um julgamento é prerrogativa da prisão e manutenção do cativeiro sobre a tutela irresponsável do Estado. Se os brasileiros entrassem na justiça contra o abuso do Estado por colocar em perigo e degradação humana, cerceando o direito à liberdade, quanto tempo a justiça demoraria para julgar tal ação?
Joaquim Barbosa deve saber o tempo que leva para um afrodescendente chegar ao topo da do sistema judiciário. Saberia o tempo que leva os negros, afrodescendentes, mestiços e pobres presos na tutela do Estado sem acesso à justiça, vivendo em situação de abandono e miséria nos presídios públicos do Brasil?
Politicamente, como atuaria para que estes mesmos brasileiros tivessem acesso “genoino” ao tratamento médico, julgamento, presídios humanos e prisão domiciliar?
Voltando ao genuíno caso da lei e da justiça no que concerne a políticos como Genoino, a liberdade também é um privilégio ao julgamento rápido.
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