Saúde Masculina e Machismo
Não é novidade para ninguém que o homem tem bloqueios quando se trata dos cuidados com a sua saúde. As visitas aos médicos são feitas de forma inconstante, não é à toa que a expectativa de vida para os homens é 72 anos e das mulheres 79, segundo dados recentes do IBGE. Os exames preventivos não fazem parte de uma rotina de cuidados com a saúde integral. A origem disso tudo está numa barreira cultural que foi erguida ao longo de gerações. E ela tem nome: “machismo”.
A boa notícia é que esta situação está mudando. A saúde do homem, é importante que seja dito, passa ainda pelos cuidados estéticos. Exemplos: a hidratação do corpo e a proteção da pele. Até bem pouco tempo isso era uma preocupação exclusivamente feminina. Com a mudança cultural e a alteração de paradigma, hoje já é possível falar num mercado de produtos masculinos na área de cosméticos e beleza.
As políticas governamentais e os alertas dos profissionais da área, voltados para este público, estão surtindo efeito. Os números corroboram com esta afirmação. De acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos o mercado masculino que envolve esses produtos já movimenta R$ 800 milhões. É o segundo maior do mundo.
Também, é cada vez maior a presença da população masculina nos consultórios médicos, ainda que a primeira referência seja o urologista. Mas serve como porta de entrada. A partir das orientações fornecidas por esse profissional, muitos homens despertam para os cuidados com o coração, para os hábitos alimentares mais saudáveis e para a prática de esportes.
Mas é bom lembrar: apenas suor e dedicação não resolvem o problema. É fundamental o acompanhamento do profissional. Médicos, educadores físicos, fisiologistas e nutricionistas fazem toda a diferença na rotina de exercícios para adequar as necessidades de saúde e bem-estar dos praticantes de esportes. E as academias são cada vez mais procuradas.
A revista da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), na sua edição No 102, dedicada exclusivamente à saúde do homem, lembra que além da prática diária de exercícios físicos, para ter uma boa saúde e manter o corpo jovial é necessário evitar o consumo de tabaco, bebidas alcoólicas e drogas. Isto, aliado a um equilíbrio na alimentação, são os primeiros passos para retomar uma rotina saudável.
Os especialistas advertem que uma simples mudança no estilo de vida, com foco no bem-estar, pode fazer a diferença na saúde do homem. É o caso do uso diário do filtro solar. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) constatou que a maior parte dos homens não usa qualquer proteção contra o sol – cerca de 79%. Isso explica o fato de que o câncer de pele atinge mais os homens do que as mulheres.
Levar em conta as especificidades de gênero é uma forma de driblar as resistências culturais. Neste aspecto as farmácias magistrais se especializaram em encontrar as melhores soluções para a saúde de cada indivíduo. Sempre tendo em mente que o homem atual adquiriu novos hábitos e rompeu com alguns preconceitos típicos do arquétipo de homem “macho”.
(Evandro Tokarski, farmacêutico e presidente do Grupo Artesanal)
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DIA DA MULHER
História do 8 de março
no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que 8 de março seria o “Dia Internacional da Mulher”.
Uma homenagem às mulheres que morreram na fábrica de tecido no dia 08 de março de 1857. Somente em 1975 a data foi oficializada por um decreto da ONU (Organização das Nações Unidas).
A data não é apenas comemorativa. É um dia específico para que toda a sociedade reflita a mulher na sociedade.
o termo “sexo” se refere à divisão biológica em macho e fêmea. O termo “gênero” ao papel social atribuído a uma pessoa baseado em seu sexo aparente e/ou em outros fatores contingentes. O gênero transcende a dimensão biológica dos seres. Ele analisa os atributos culturais associados a cada um dos sexos e seus relacionamentos interpessoais. Uma análise do papel da mulher na sociedade transcende o sexo.
Na enorme variação de atitudes culturais, entre e dentro das sociedades, em relação ao sexo, a sexualidade e aos papéis sexuais, há a identidade de gênero, o sentimento individual de pertencer a um gênero, e a percepção de gênero como uma descrição de como o gênero de uma pessoa é percebido.
Como o sexo em sua divisão biológica nas suas variações culturais, na sua sexualidade, em seus papéis e na forma como são percebidos têm sido tratados ao colocarem-se como feminino? Está resposta é a imagem da mulher que todos criamos.
O aprendizado deste esteriótipo de mulher é parte do sistema de machismo. No contexto social o machismo se manifesta em todo tipo de ação que desequilibra a equanimidade.
A violência contra a mulher é uma violência cometida não apenas ao sexo em sua divisão biológica, mas a todo ser que assume o papel feminino na sociedade.
Mesmo com todos os avanços, esta violência se expressa de diversas maneiras e numa variedade de formas. A violência nos salários baixos, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Na exclusão do mercado de trabalho, como é o caso do transsexual, do transgênero e do travesti. E a exclusão financeira. E todos temos nossas memórias machistas que entram em ação.
O Machismo Feminino
“Muitas mulheres “não conseguem se ver fora da órbita do homem” e são dependentes da aprovação e do desejo masculino.”
No último século as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar, tomar anticoncepcionais, usar biquíni e a independência profissional.
Mas ainda são vítimas de seu próprio machismo. A maioria ainda não consegue viver fora da órbita do homem. São emocionalmente, financeiramente e psicologicamente dependentes da aprovação e do desejo masculino.
Esta construção do feminino observamos na orientação que independe do sexo biológico.
Apesar de terem conquistado espaço no ambiente profissional desde os anos 80, e no setor acadêmico e político, o pior do machismo no Brasil sobrevive da educação que as mulheres transmitem para os seus filhos. Elas são formadoras dos preconceitos masculinos. Quando colocam o homem como dependentes do seu serviço doméstico, proíbem os filhos ou os maridos de realizarem a manutenção cotidiana da casa. Quando proíbem que as meninas exerçam a naturalidade da sua sexualidade.
Acabam atuando de forma ambivalente. Na vida pública o comportamento liberal e competitivo e aparentemente tolerante. Na vida privada exercem as mesmas morais aprendidas pelas mães. O machismo das nossas mulheres é ainda mais evidente nas classes menos educadas e nas famílias tradição e propriedade.
Alguns fatores contribuem bastante para que ainda haja tantas mulheres com este tipo de pensamento, que vão desde a velha mídia e suas ações que reforçam uma série de estereótipos até a influência da família. Boa parte das mulheres machistas não se reconhece como tal, mas reproduz uma série de clichês que são fundamentados em idéias bastante preconceituosas.
E o que as mulheres querem? O que os homens querem?
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