A MORAL E A FÉ
A prática da Fé se perdeu nos rituais pragmáticos da prática. A prática determina a Fé? Mas, existe o purgatório das moralidades.
As demandas do purgatório das moralidades exigem outra fórmula de Fé que a Igreja colocou como regra de saída desse purgatório. Estas conquistas vieram através de ONGs. Novas regras.
A Lei sobrepujando a Fé. A Igreja sempre teve problemas morais e doutrinou os seus fiéis não a equacionarem estas dificuldades historicamente construídas, mas na dependência de lideranças.
A Moral rivalizando com a Fé. Discussões moralistas de Fórum Íntimo. Discussões que abrangem até a teologia íntima. A guerra física e espiritual se dá seguindo a rota de um mesmo mecanismo do condicionamento do pensamento humano. Seu Deus para manter o poder promove guerras no céu e na terra. O que tem em cima, tem em baixo, disse Jacob Boheme.
O problema do Cristianismo sempre foi de ordem prática. Quando a prática sobrepuja a crença, torna a o caminho para a divindade um estrada perigosa por se condicionar o exercício duro e repetitivo diante das mudanças históricas do comportamento social. É uma linha muito tênue onde o fiel tem que ter maturidade e equilíbrio para caminhar e atravessar este deserto.
Assim foi a saída do povo do Egito e sua purgação no deserto até a entrada da terra prometida.
Mudança de cultura é um dos aspectos condicionantes mais difíceis na ordem da atividade humana. E o novo cristão passa por este período de maturação até conseguir transformar costumes antes considerados naturais aos olhos dos costumes.
Esta foi a grande dificuldade do apóstolo Paulo na criação e organização da igreja primitiva diante da diversidade de cultura, de usos e costumes em todo seu processo de evangelização.
Na primeira viagem missionária as igrejas na Galácia são estabelecidas (At 13 – 14). As cartas de Paulo aos Gálatas foram enviadas para estas igrejas.
Na segunda viagem, o evangelho foi levado até a Macedônia, e fundaram-se igrejas em Filipos e em Tessalônica (At 15.36 –18.22). Na Acaia, Paulo fundou a igreja em Corinto, e apresentou seus ensinos na mais alta instância filosófica do mundo ocidental: o Areópago em Atenas (At 17.19-34).
Na terceira viagem, Paulo permaneceu mais de dois anos em Éfeso, formando ali uma importante comunidade cristã (At 19). O evangelho se espalhou pela Ásia Menor, chegando a Colossos e a Laodiceia.
E os problemas de ordem prático começaram a existir dentro destas igrejas. O Evangelho que diz ser o detentor da “salvação”, das boas novas e libertação se vê aprisionado diante das leis e discussões de usos e costumes que sobrepõem a fé.
Hoje não é diferente no que tange as discussões que se tornam mais importantes que a vida humana diante das aprovações ou não de comportamentos construídos socialmente e considerados imorais diante de um contingente de pessoas que se dizem acreditar na doutrina de um evangelho da “salvação humana”. A pergunta é do que necessitamos sermos salvos?
Não existem grandes diferenças nas leis sociais ou de fundamentos cristãos na base das nossas leis morais jurídicas no direcionamento da ética comportamental do cotidiano social.
Se a problemática do homem hoje é de ordem moral que reflete na sua ética cotidiana, não é diferente do homem cristão, ateu, de outras religiões, tempos e sociedades. As dissonância das vozes no mundo são uma ilusão neste aspecto. E mesmo a prática da fé pode ser de ordem destrutiva.
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AURORA
Todas as coisas que duram muito tempo se impregnam de razão.
É necessário observarmos a origem da razão. Mas, quando observamos a origem da razão moral do homem, observamos com espanto o que sempre nos foi dito. Toda nossa razão nasceu da desrazão. Mas, por que demos tanta razão a algo nascido da irracionalidade? A submissão às leis da moral nada tem de moral.
Ela pode ser provocada pelo instinto de escravidão, de vaidade, de egoísmo, pelo fanatismo, pela inflexão ou resignação.
Não é porque um cachorro fica acorrentado perto do seu dono que ele é o seu melhor amigo.
As relações sociais se dão mais pelas amabilidades morais que pela moral propriamente dita.
Na moral das leis e dos costumes teoria e prática ainda é um problema. Esta moral humana que dura há muito tempo já possui sua defesa impregnada pela memória do tempo, da sua própria origem.
Ela se coloca nos status divino. Ir contra a moral é ir contra Deus. E quanta vaidade há na adoração a Deus! E quanta escravidão há na adoração a Deus! E quanto fanatismo há na adoração há Deus! E quanto egoísmo há na adoração a Deus!
O ato de desespero como submissão à autoridade de um soberano, em si, nada tem de moral.
O que é conservar a liberdade intelectual? O tu deves. E vivemos uma época de grandes dívidas.
A moral da amabilidade comparativa e a bondade para comparar as divergências das nossas opiniões com os outros. Isto é considerado pelos homens um pouco independentes, não somente como admissível, mas também como “honesto”, “humano”, “tolerante”, “nada pedante” e quaisquer que sejam os temos que se usa para adornar a consciência intelectual: e é assim que um tal faz batizar cristãmente seu filho apesar de ser ateu, o outro cumpre os serviço militar como todos, embora condene severamente o ódio entre os povos, e um terceiro se apresenta à igreja com um mulher porque ela é de piedosa família e faz promessas diante de um padre sem sentir vergonha de sua inconsequência.
Esta é nossa sociedade política e polida. Milhões de rituais vazios, de reuniões obsoletas, de planos inconclusivos, de belos projetos Titanic. O no Titanic morreram tanto a burguesia, quanto a plebe que sonhara uma nova terra prometida.
E ainda estamos sonhando. Mas, a tecnologia é o nosso novo Titanic e não podemos naufragar.
No grande silêncio, a razão ulterior é que, se agimos de forma moral não é porque somos morais.
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