O BIGODE FILOSÓFICO: A CONSCIÊNCIA
Provérbios 23:7 diz que assim como um homem “pensa no coração, ele é”.
Mateus 9:29, Jesus diz: “Segundo a tua fé, (será feito) em ti.”
Talvez a mais importante de todas as leis mentais seja a Lei da Crença.
Segundo esta lei, tudo aquilo em que se acredita com convicção torna-se real.
Você não acredita no que vê; você vê aquilo em que acredita. Na realidade, enxerga seu mundo através de uma lente de crenças, atitudes, preconceitos e idéias preconcebidas.
O preconceito são as nossas memória aprendidas que servem de construção do nosso eu, A mesma memória que nos dá a trilha comportamental produz a falsa ilusão de um ser independente, O eu existe nas relações de contexto, sendo uma ilusão necessária ao nosso estado de consciência. A nossa consciência é um conjunto de memórias instintos.
Alcançar o estado de “divina existência” se dá pelo caminho da negação do eu.
O eu é uma ilusão, um erro das causas imaginárias.
Dessa forma as ciências começam a chegar na ideia central do Budismo. Penso, logo não existo!
E os neurologistas e psicólogos andam concordando com os budistas.
Quanto mais os cientistas, filósofos, cientistas cognitivos e as áreas da neurociência mergulham no mistério da consciência humana, criam teorias que desmontam a ideia cartesiana de que existe existe uma consciência independente, separada do mundo, localizada algum lugar dentro do nosso cérebro , fazendo uso seu livre-arbítrio ao fazer escolhas e viver a vida.
O que ocorre na realidade é que nossa mente abrigaria uma profusão de diferentes “eus”. “Eus” que disputam espaço entre si, executam ações especializadas sem que saibamos e, mas impressionante, nos mantêm na ilusão de que somos “apenas um”.
Na verdade, idéias assim não são novas. Além do budismo, diversas tradições orientais, já ressaltavam o abismo entre as ideia e a ideia que temos da realidade.
Nietzsche abordou este ponto de vista em seu livro Crepúsculo dos Ídolos, colocando este aspecto como um dos quatro erros humanos.
Figurado e santificado por todos nós desde os primórdios hábitos da humanidade, toda proposição formulada pela religião ou pela moral encerra este erro. Sacerdotes e legisladores da moral são os grandes promotores dessa perversão do pensamento.
O perigoso erro da confusão entre a causa e o efeito, um perigoso erro considerado como a verdadeira perversão da razão. O mundo fantasmagórico do interior humano.
O erro das causalidade falsas encerrado dentro do organismo como, os motivos, a vontade e um eu que justifique a existência do livre arbítrio.
O erro das causa imaginárias, pois para nós não basta que experimentemos um fato, é necessário se não lhe outorgarmos uma motivo ou motivação.
O que é a consciência senão esta sucessão de idéias que disputam entre si um espaço no ato do pensamento. Hábitos que atrapalham a observação de um fato e impendem a investigação.
O “eu” unificado e separado das experiências é um conceito que ajuda a entender a relidade. Pode ser comparado à idéia de centro de gravidade, da física; embora não exista uma “coisa” centro de gravidade.
A crença de um eu separado ou unificado é mais uma idiossincrasia do pensamento. Este mesmo pensamento que faz uso deste sintoma e esconde a realidade do que tem sido e como tem funcionado a humanidade a séculos girando em torno deste sistema do pensamento.
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O BIGODE FILOSÓFICO: IDOLATRIA
Idolatria, seria esta a maior tendência humana na cega crença na verdade?
Para tamanha realidade não há diferença entre os óculos de Stevie Wonder ou os óculos do Google de realidade aumentada.
Para sermos capazes de tamanha destruição da cegueira ante a realidade humana no desejo de enganação haveremos de buscar na mitologia o martelo de Thor e como Nietzsche filosofarmos a marteladas.
E os ídolos sobrevivem no mundo das idéias humanas por se apresentarem como meias verdades, um hábito ou um habitat do pensamento.
O pensamento, este célebre e celebrado deus asséptico da ciência que se colocou como rival dos instintos. Esqueceu-se que para toda crença é necessário o esquecimento. O esquecimento da qual toda petulância tem sua participação.
E se havemos que prestar culto, que cultuemos mais a negação que a negatividade, e a curiosidade além da certeza.
Negação e curiosidade surpreenderão os ídolos colocando fim à idolatria e suas imagens construídas na segurança do pensamento preguiçoso em suas meia verdades.
A vida que se estabelece além do animal e dos deuses, sendo mais que filósofos que acreditam na simplicidade da verdade como uma dupla mentira que traça limite ao conhecimento.
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A PROPRIOCEPÇÃO DO PENSAMENTO
Creditado como uma ordem superior separada da matéria, o pensamento é uma herança humana exacerbado na dicotomia mente corpo cartesiana da moderna ciência.
Através desta crença o pensamento humano apresenta a sua neutralidade como participante das decisões humanas, levantando a bandeira da objetividade. Assim, o pensamento se esconde em seu super prolongamento numa fé objetivista, fragmentada, não sensível, não responsável, não crítica, como se ele não fizesse parte da nossa realidade cotidiana, mas apenas a reportasse.
Há muito tempo o mundo atravessa uma difícil situação, e neste momento muitas crises estão acontecendo em várias partes do globo. O nacionalismo, a crise ecológica e econômica, todo tipo de ódio, seja religioso, racial, e a incapacidade de enfrentarmos nossos problemas comuns em comum.
E nos perguntamos, o que acontecerá com a humanidade? A tecnologia avança com poderes cada vez maiores, seja para o bem ou para o mal, indicando que o perigo da destruição está sempre presente. Mal dissolvemos um conflito e surgem novas rivalidades entre o mundo ocidental e oriental, e outros conflitos que pipocam em todo canto.
Ainda continuamos dependentes de líderes ditadores, políticos, religiosos, democratas, socialistas, republicanos, uma situação endêmica nas circunstâncias como um todo. Qual a fonte de todos estes problemas? O que nos impede de vermos com clareza? O pensamento.
A fonte pelo qual tentamos resolver nossos problemas é o nosso maior problema. Nosso pensamento é fragmentário e fragmenta. O pensamento cria uma ideologia, uma nação, um deus, uma religião, um eu como fronteiras separatistas e exclusivistas. Somos especialistas divididos em pequenas peças. Uma falsa divisão e uma falsa unificação, um dentro e um fora. O pensamento afeta absolutamente tudo e ao mesmo tempo diz que não está fazendo absolutamente nada, criando as divisões de si mesmo, dizendo que as mesmas já estavam lá como uma lei natural.
Este é o mecanismo sob o qual todo ser humano tem funcionado. Uma sutilidade programada na qual o próprio pensamento não desenvolveu a propriocepção de que o observador é o observado.
Todos os condicionadores do outro são os nossos mesmos condicionadores.
Não existe palco separado do teatro, e muito menos os personagens. O melhor ator na razão, no conhecimento do seu personagem, é aquele que o faz com emoção. Sempre atuamos no passado. Esse é o automatismo do nosso pensamento.
Devemos começar a investigar o nosso próprio condicionamento, que não é diferente do outro.
Este será o inicio do autoconhecimento da liberdade. A liberdade não requer mediadores.
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O PENSAMENTO E A MEMÓRIA
A lembrança como comparação nos impede de vermos algo totalmente novo.
A memória interferindo no presente sempre cria o passado.
O organismo passa a funcionar com base neste passado mnemônico, consequentemente sempre se repetindo. Assim tem sido a função do nosso pensamento, a manutenção.
A constante repetição de um padrão. Isto gera o desgaste da mente se tornando embotada e sobrecarregada.
Seria possível após experimentarmos a dor, o prazer, a beleza, ou qualquer advento psicológico não transformarmos em uma imagem e a transportarmos armazenando-a no pensamento?
Quando fazendo da lembrança uma imagem ela se torna objeto do pensamento. Sendo um objeto funciona como uma posse, um apego. Mas, nesse processo ela não é mais a coisa vivida. E tentar gerá-la novamente no presente pode levar a frustração.
Durante todo o processo de vida a humanidade gasta mais energia na manutenção da memória do que vivenciando algo totalmente novo.
As coisas vão fenecendo e vamos criando novas formas de manutenção da mesma experiência.
Psicologicamente, no que tange ao pensamento o homem ainda funciona dentro do mesmo padrão que seu ancestral mais remoto. Nossa evolução se deu no âmbito da ferramenta, evoluindo para a tecnologia, incluindo nossa linguagem.
Mas, nosso padrão de posse territorial, de conquista, de guerras, de violência continua o mesmo. O desejo cristalizado na mente.
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