Atividades Sexuais Consideradas “Depravadas” Fazem Bem Para Sua Saúde
Se você é daquelas pessoas que nem consegue dizer a palavra “sexo” sem ficar vermelha, não prossiga. Nesse artigo, vamos falar de tudo que as pessoas acham “tabu”, “depravado” ou “estranho”, e daí vamos piorar a situação afirmando que a ciência diz que isso é bom pra você.
5. BDSM é bom para a sua saúde psicológica
BDSM é um acrônimo para a expressão “Bandage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo”, um grupo de padrões de comportamento sexual humano (…que faz algumas pessoas contorcerem o rosto em desaprovação). No entanto, dizem os estudos científicos, pessoas que curtem BDSM são psicologicamente mais saudáveis do que as pessoas que não praticam nenhum desses comportamentos. Os fãs de BDSM são mais extrovertidos e abertos a novas experiências, além de menos neuróticos, ansiosos e paranoicos. Eles também são mais seguros em seus relacionamentos, mas isso pode ser porque os seus parceiros estão acorrentados na cama (espero que vocês tenham entendido que isso foi uma piada e não tentem o mesmo em casa).
4. Poliamor torna os relacionamentos mais fortes
“Poliamor” é uma palavra grega chique para “relação aberta” (também conhecida como “fazemos o que queremos, mas nos amamos”). A ciência diz que as relações poliamorosas são boas para os casais porque exigem bastante diálogo, que é a parte mais importante de um relacionamento. Honestidade, transparência e comunicação são pilares nas relações poliamorosas. O ciúme também é quase inexistente. No entanto, mesmo quando esse sentimento aparece, casais em relações poliamorosas conversam para descobrir o que está lhes incomodando e negociam limites.
3. Sexo casual é bom (se você fizer isso pelas razões certas)
Sexo casual é um grande tabu na sociedade hoje – as mulheres taxadas de “vagabundas” que o digam. Mas a ciência diz: “Foda-se o que os outros acham”. Literalmente. De acordo com essa grande mestre do universo, fazer sexo é bom para você se você está fazendo sexo porque quer. Simples assim. Sexo casual é ruim para você se você está fazendo isso para esquecer sua própria falta de autoestima e sentimentos de inadequação. Mas se você só gosta de esfregar seus órgãos genitais em outras pessoas, então isso é de fato bom para a sua autoestima. Não parece uma distinção óbvia?
2. Fazer sexo “naqueles dias” alivia cólicas menstruais
Apesar de praticamente todas as mulheres do mundo usarem o fato de estarem menstruadas como uma razão para não fazer sexo, não há nada que apoie a ideia de que sexo não pode ser feito durante o período de menstruação. Na verdade, pode ser bom para as mulheres. Segundo a ciência, “partir o mar vermelho” pode ajudar a aliviar os sintomas mais desconfortáveis do ciclo menstrual, porque “as contrações do orgasmo no útero agem como uma massagem interna reconfortante”. Então pare de ser nojenta (ou nojento, se for o homem que não quiser encarar a situação), forre o local escolhido com uma toalha, e proceda como de costume.
1. Masturbar faz MUITO bem para a saúde
A comunidade científica é fã da masturbação. Segundo eles, ela é boa para os homens porque protege contra o câncer de próstata, e para as mulheres é incrível porque faz de tudo, como ajudar a prevenir infecções do colo do útero e a aliviar infecções do trato urinário, melhorar a saúde cardiovascular e diminuir o risco de diabetes tipo 2, além de trabalhar contra a insônia, através da liberação de hormônios. É importante notar também que a masturbação melhora o humor, e ser feliz faz você viver mais. Em suma, masturbação não deveria associada a nerds adolescentes desajeitados, mas sim com uma vida perfeitamente saudável e feliz.
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POSSIBILIDADES DE AMORES
“O Homem é a única espécie biológica que destruiu a sua própria função sexual natural,e está doente em função disso.” Wilhelm Reich
Wilhelm Reich (1953) questionou o casamento monogâmico como única alternativa de relação familiar. No discurso em defesa da monogamia, grupos mostravam-se apenas interessados na manutenção da ordem social-política-econômica como forma impositiva de uma moral sexual única. Esta forma impositiva, e não propriamente a monogamia era geradora do desenvolvimento de neuroses, fadando o homem ao sofrimento.
Reich acreditava que a moral sexual-econômica de hoje antecipava a moral do futuro. Não somos uma ilha. Podemos ter pontos de vista diferente vivendo como parte de um processo gerador do desenvolvimento da sociedade. Pontos de vista ocorrendo de maneira completamente independente da vontade dos indivíduos, dos slogans religiosos e dos partidos.
Na família compulsória caracterizada por pai, mãe e filhos é onde comumente estabelece a atmosfera ideológica do conservadorismo, sendo não uma base natural, mas o alicerce da estrutura econômica social vigente. Nela se origina todo tipo de problemas relativos a sexualidade, a educação sexualmente negativa recebida desde a infância. A saúde de uma sociedade é equivalente a sua diversidade cultural e de suas manifestações morais.
O poliamor não é uma cultura nova. Este arranjo familiar é visto na história cultural da humanidade em sociedades que adotavam a poligamia e outras a poliandria.
O Poliamor
O poliamor é um movimento que surgiu na década de oitenta nos Estados Unidos, com sua primeira conferência internacional sendo realizada em 2005, em Hamburgo – Alemanha.
Ao contrário da monogamia romântica, tal movimento acredita que é mais feliz, saudável e natural que as pessoas amem e sejam amadas por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Diferentemente do amor livre, este tipo de relacionamento dá mais ênfase à amizade e ao companheirismo, e não somente ou necessariamente ao sexo; não incitando relações promíscuas. Assim, defendem a possibilidade de envolvimentos responsáveis, profundos e até mesmo duradouros com dois ou mais parceiros, simultaneamente.
Poliamor é frequentemente descrito como consensual, ético, responsável e não-monogâmico. A palavra é por vezes utilizado num sentido mais amplo para se referir a relações sexuais ou romântico que não incluem apenas sexo, embora haja discordância sobre quão amplamente se aplica; a ênfase na ética, honestidade e transparência como um todo é amplamente considerada por seus defensores como crucial para definir sua característica.
Em outras palavras, o poliamor como opção ou modo de vida, defende a possibilidade prática e sustentável de se estar envolvido de modo responsável em relações íntimas, profundas e eventualmente duradouras com vários parceiros simultaneamente.
O Poliamor como movimento é mais visível e organizado principalmente nos Estados Unidos, acompanhado de perto por movimentos na Alemanha e Reino Unido. No Brasil, já há até jurisprudência reconhecendo relações poliamorosas , sendo uma das principais estudiosas do assunto no país, a Dra Regina Navarro.
Recentemente, a imprensa em geral tem feito a cobertura quer do movimento poliamor em si, quer dos episódios que lhe estão ligados.
Em Novembro de 2005 realizou-se a Primeira Conferência Internacional sobre Poliamor (International Conference on Polyamory & Mono-Normativity) em Hamburgo, Alemanha.
A palavra em si já foi inventada várias vezes, a maior parte das quais sob a forma de adjectivo (inclusivamente utilizado para referir Henrique VIII, Rei da Inglaterra). Existe publicada em Português uma breve história sobre a palavra.
Poliamor na Prática
Existem várias maneiras de o pôr em prática, consoante às preferências dos interessados, e necessariamente deve envolver o consentimento e a confiança mútua de todas as partes envolvidas.
Polifidelidade: envolve múltiplas relações românticas com contacto sexual restrito a parceiros específicos do grupo.
Sub-relacionamentos: distinguem-se entre relações “primárias” e “secundárias” (um exemplo é a maioria dos casamentos abertos)
Poligamia (poliginia e poliandria): uma pessoa casa com diversas pessoas (estas podem ou não estarem casadas ou terem relações românticas entre elas).
Relações em Grupo/casamento em grupo: todos se consideram associados de forma igualitária.
Popularizado até certo ponto por Robert A. Heinlein, em romances como: Stranger in a Strange Land e The Moon Is a Harsh Mistress, Starhawk nos seus livros The Fifth Sacred Thing e Walking to Mercury.
Redes de relacionamentos interconectados: uma pessoa em particular pode ter relações de diversas naturezas com diversas pessoas.
Relações Mono/Poli: um parceiro é monogâmico, mas permite que o outro tenha relações exteriores. Os chamados “acordos geométricos”, que são descritos de acordo com o número de pessoas envolvidas e pelas suas ligações.
Exemplos incluem “trios” e “quadras”, assim como as geometrias “V” e “N”. O elemento comum de uma relação V é algumas vezes referido como “pivô” ou “charneira”, e os parceiros ligados indirectamente são referidos como os “braços”. Os parceiros-braço estão ligados de forma mais clara com o parceiro pivô do que entre si. Situação contrastante com o “triângulo”, em que todos os 3 parceiros estão ligados de forma equitativa. Um trio pode ser um “V” , um triângulo, ou um “T” (um casal com uma relação estreita entre si e uma relação mais ténue com o terceiro). A geometria da relação pode variar ao longo do tempo.
Algumas pessoas em relações sexuais e/ou emocionais exclusivas podem, mesmo assim, auto-intitularem-se poliamorosas, se tiverem laços emocionais relevantes com outras pessoas. Adicionalmente, pessoas que se descrevem como poliamorosas podem entrar em relações monogâmicas com um determinado parceiro, quer por terem negociado a situação, quer por se sentirem bem com a situação monogâmica com aquele parceiro em particular.
Alguns praticantes do poliamor são adeptos do swing.
A expressão relacionamento aberto indica uma relação afetiva estável (usualmente entre duas pessoas) em que os participantes são livres para terem outros parceiros. Se o casal que escolhe esta alternativa é casado, fala-se em casamento aberto. “Relação aberta” e “poliamor” não são sinónimos. Em termos genéricos, “aberto” refere-se a uma não exclusividade sexual no relacionamento, enquanto o poliamor envolve a extensão desta não exclusividade para o campo afetivo ao permitir que se criem laços emocionais exteriores à relação primordial com certa estabilidade.
Alguns relacionamentos definem regras restritas (ex: polifidelidade); estas relações são poliamorosas, mas não abertas.
Alguns relacionamentos permitem sexo fora da relação primária, mas não uma ligação emocional (como no swing); estas relações são abertas, mas não poliamorosas.
Alguns poliamorosos não aceitam as dicotomias de “estar numa relação/não estar numa relação” e “parceiros/não parceiros”. Sem esta separação não faz sentido classificar uma relação de “aberta” ou “fechada”.
Símbolo do Poliamor.
Poliamor como modo de vida pode, em muitas sociedades, ser contra as normas de comportamento geralmente aceitas (mesmo quando respeita as leis vigentes). Assim, os seus praticantes e/ou simpatizantes sofrem pressão mononormativa para se adequarem à norma de comportamento. Para se ajudarem mutuamente ou conhecerem pessoas com modo de vida semelhante, simpatizantes e praticantes do poliamor têm-se constituído em redes locais ou virtuais de suporte, discussão ou mesmo intervenção social (usando extensivamente a internet). Neste último caso, poli-activistas procuram intervir na sociedade em que se inserem, tentando criar uma imagem positiva e merecedora de respeito junto à sociedade majoritária. Por outro lado, consideram que a ajuda e o suporte emocional por vezes lá prestado constitui por si mesmo uma forma de intervenção social.
Poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo facto de ter essa possibilidade sempre em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente.
O Poliamor pressupõe uma total honestidade no seio da relação. Não se trata de enganar nem magoar ninguém. Tem como princípio que todas as pessoas envolvidas estão a par da situação e se sentem confortáveis com ela.
Difere de outras formas de não-monogamia pelo facto de aceitar a afetividade em relação a mais do que uma pessoa. Tal como o próprio nome indica, poliamor significa muitos amores, ou seja, a possibilidade de amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Chamar-lhe amor, paixão, desejo, atração, ou carinho, é apenas uma questão de terminologia. A ideia principal é admitir essa variedade de sentimentos que se desenvolvem em relação a várias pessoas, e que vão para além da mera relação sexual.
O Poliamor aceita como facto evidente que todas as pessoas têm sentimentos em relação a outras que as rodeiam. E isto não põe necessariamente em causa sentimentos ou relações anteriores.
O ciúme passa a ser questionável. Primeiro porque nenhuma relação está posta em causa pela mera existência de outra, mas sim pela sua própria capacidade de se manter ou não. Segundo, porque a principal causa do ciúme, a insegurança, pode ser eliminada, já que a abertura é total.
Não havendo consequências restritivas para um comportamento, deixa de haver razão para esconder seja o que for. Cada pessoa tem o domínio total da situação, e a liberdade para fazer escolhas a qualquer momento.
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