I HAVE A HOPE
No aniversário do discurso I Have a Dream serviu ao primeiro Presidente negro dos Estados Unidos para fazer um apelo ao ativismo. “Não somos reféns dos erros da história”, afirmou
Uma contradição de Obama diante da promoção das guerras no Oriente Médio. Neste ponto, pelo que consta, os americano ainda são reféns dos seus erros históricos e de seus presidentes.
A metodologia americana de dominação e promoção de guerras é igual e continuam sendo reféns da sua história.
Não adianta subirmos as escadas escadas do Lincoln Memorial em Washington, ocupando o mesmo lugar onde há 50 anos Martin Luther King fez o seu mais famoso discurso,e profetizar o paraíso no planeta com igualdade de oportunidade para todos, numa sociedade pós-racial, e na ideologia cristã americana viver apenas as expectativas, se os governos que detém o poder só o transfere o pode para aqueles que possuem o poder financeiro no mundo. Igualdade econômica para todos os americanos significa a promoção de guerra, a espionagem?
Na dominação e escravidão humana itens como a cor da pele, as ideologias religiosas e as lutas por igualdade de oportunidade no que concerne os direitos de gênero, homossexuais, trans e mulheres servem como base para justificar a dominação financeira. O sonho não foi completamente cumprido por que não existe equidade democrática no acesso as riquezas das nações.
O apelo e o sonho de King pode ter mudado do ponto de vista das leis contra o racismo, mas do ponto de vista econômico continua praticamente o mesmo. O preconceito, seja racial, de gênero ou religioso escamoteia os problemas econômicos que existem não apenas nos EUA, mas no mundo.
Todo preconceito e dominação antes de ser um ódio por etnia, cor de pele, gênero ou religião é de dominação econômica. Não observarmos este fato é sermos superficiais. Se Obama nunca mencionou diretamente a cor da pele como muitos negros americanos desejam é por razões econômicas. Existe muita diferença entre um negro, um gay, uma mulher incluídos no sistema financeiro e os que não tem condições.
O preconceito racial nos Estados Unidos, com um negro presidente pode ser camuflado de outra forma. A luta racial agora deve ser contra os mais vulneráveis, homens e mulheres negros marginalizados, desempregados pela crise econômica.
O discurso democrático de que a sociedade dá oportunidade iguais para todos é uma falácia. Imprime uma responsabilidade de competência individual eximindo as elites conservadoras detentoras do poder econômico com seu discurso de meritocracia, da valorização do esforço e da competência.
Para as elites conservadoras o culto ao mérito individual é uma escravidão disfarçada. E o discurso pronunciado por Obama está sendo amplamente utilizado por estas elites conservadoras que se apropriam inclusive do sonho de KIng.
Para os ricos não existe problemas com cor de pele, gênero. É difícil vermos ou ouvirmos que um Pelé sofre preconceito, e mais ainda ele se colocar como negro. A dignidade humana é inerente a sua condição financeira. As elites sempre irão escolher alguém dentro deste discurso de capacidade individual para proporcionar as massas exemplos heroicos a serem seguidos. O ideal é vivermos bem e sermos respeitados pelos outros, mesmo não tendo nenhuma capacidade considerada extraordinária, com uma equidade democrática dos recursos do planeta de forma que possamos ter uma vida digna como qualquer ser humano. Não queremos ser colocados como exemplo da ostentação de uma minoria detentora do poder econômico em detrimento da escravidão da maioria. Não queremos que a nossa cor de pele, orientação sexual ou religiosa seja usada como moeda de troca política e ostentação de das elites detentoras do poder econômico. Esta é a falácia democrática no culto das capacidades individuais que mantém o sistema.
Obama não se tornou presidente dos EUA por ter pele negra ou por seus méritos apenas. É o que é hoje por ter tido o apoio de organizações militares e empresariais imperialistas. Não foi colocado para questionar o imperialismo norte-americano, mas para torná-lo mais eficiente e aceitável perante o mundo.
Para superar todos os obstáculos através do esforço individual e não é necessário uma organização anti-racista. E ninguém vive com dignidade diante de tamanha pressão.
A esperança de mudança depositada em Obama nos EUA e do PT na figura de Lula, uma correlação com base apenas na simbologia de dois líderes populares é um sonho que não resolveu os pesadelo humano da desigualdade social, apesar do discurso e das maquiagens políticas. E os fundamentalistas econômicos continuam a semear a mesma discórdia de lutas raciais, de gênero e religiosa para a manutenção do seu status financeiro. Para as classes nobres estas prerrogativas já não existem.
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