REBANHO
Parafraseando Nietzsche, desde que existiram os homens houve também os rebanhos, e a moral de rebanho, onde muitos obedecem em relação a um pequeno número que mandam.
E a obediência é a coisa mais exercitada, cultivada, tornando-se até inata. A obediência como um instinto gregário tornado em necessidade. A necessidade de obedecer a uma espécie de consciência. O você deve! O dever como o cumprimento e a saciedade no psicologismo individual. As metáforas da contradição psicológica freudiana de um Id, um Superego pressionando o Ego, Cabe ao Ego o exercício da obediência na arte da saciedade entre polos aparentemente tão distintos e contraditórios.
E por não termos nas nossas contingências sociais criado tal Ego, ainda vivemos das intermediações morais de clãs, comunidades, tribos, Estados e Igrejas e suas legítimas representações humanas, pais, mestres, leis, preconceitos de classe, opiniões públicas, políticos, padres e pastores.
Em suma, a hipocrisia moral dos que mandam. Uma espécie de vacas adornadas que já não produzem bom leite. E aparecem como executores das ordens mais antigas como se fosse as boas Novas do Evangelho. Máximas de rebanho, modo de pensar de rebanho, aparecendo como os primeiros servidores do povo ou instrumentos do bem comum.
O homem de rebanho é ainda a única espécie de homem permitida, glorificada na sua mansidão tratável e útil ao rebanho. A hipocrisia humana disfarçada no espírito de benevolência, modéstia, espírito comunitário, moderação e compaixão. A democracia. ao qual cabe a todos a obediência ao carneiro líder.
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