MANUTENÇÃO DA ANTROPOLOGIA DIVINA
Retrocesso antropológico ou manutenção de uma antropologia divina?
As leis morais vistas como uma semiótica dos afetos em suas idiossincrasias sociais, religiosas e políticas não podem ser tratadas como algo estanque e de inexorável condição.
As palavras não são o fato, e a condição de registros mnemônicos, de tradições orais ou escritas não lhes dão o direito a eterna manutenção de um princípio.
O homem é um animal que aprende e inventa, indo na maré das transformações. Mesmos princípios “cientificamente” aceitos foram colocados a margem diante da construção de novas regras, fórmulas e tecnologias que transformaram estas realidades.
Todas as tradições morais, religiosas que querem regulamentar sofrem por seu escopo fundamentalista. E o século atual em sua construção moral ainda sobrevive fundamentado neste obscurantismo arbitrário de uma interpretação dos fatos como uma dança dos contrários. O que é toda essência senão uma maquiagem. A complexa superficialidade humana jamais abarcará a complexidade da existência. Nestas pseudo complexidade as morais religiosas também foram buscar nas morais científicas respaldo para sua existência.
O fundamentalismo de qualquer princípio coloca o homem sobre o altar da ignorância. Muito antes da instituição da moral cristã o homem já havia conquistado seu estado de um espírito dividido.
E foi com base nesta divisão que o Cristianismo se estabeleceu. E a ciência seguiu este mesmo método. E na dialética dos contrários escondemos nossos reais motivos. E esse é o nosso velho problema moral. O que todo deus do seu território deseja é a vontade de poder. O que aconteceu na luz também atua nas trevas e também o seu contrário.
Nossos sentidos de razão são tão hostis e relutantes para com aquilo que acreditamos ser novo que mesmo nos processos mais simples da sensualidade predominam os afetos como o medo e a indolência. Somos desde o começo em relação as nossas morais indivíduos fabricados, fantasiados e habituados a mentir.
Expressando de modo mais virtuoso, agradável e hipócrita.Somos mais artistas do que pensamos.
- Published in Entretenimento, Psicologia