TIC-TAC DO FIM
Imagine se fosse tivesse sempre presente em sua mente a ideia do tempo de vida que lhe resta. Como isso mudaria sua vida?
Parece que esta é um das nossas diferenças em relação a outras espécies de animais. Temos consciência da nossa morte.
Segundo Schopenhauer, ao contrário do homem, o animal vive sem conhecer a morte. O indivíduo do gênero animal goza plenamente toda a imutabilidade da sua espécie, ao não ter consciência de si senão como ser imortal.
Mesmo a morte como fonte de dramas, interrogações, medo, angústia e revolta no espírito humano não foi fator determinante para que nós humanos desfrutássemos a vida de maneira menos problemática. Produzimos muita morte e sofrimento. E os moralismos religiosos que tentaram equacionar este medo também não deram conta do comportamento moral do homem.
Continuamos seres apegados ao passageiro, ao poder, ao lucro em detrimento de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a humanidade. E a morte é um grande mercado, apesar de a criminalizarmos. Vive bem o homem que conseguiu resolver a sua mortalidade. Que percebeu a mutabilidade da vida, das ideias, do pensamento.
Somos tanto um ser para a morte como para a vida. A nossa qualidade de vida determinará a nossa qualidade de fim. E a morte é o evento mais temido e menos discutido. Viver bem significa morrer a todo tempo, em todas as nossa perspectivas de pensamento, de fundamentos, e de ilusões.
A morte é inegociável. A vida não é.
A vida é o que você faz dela.
Longo, se tem que morrer, morra agora para todas esta bobagens e valores aprendidos que apenas tiram a qualidade da sua vida e dos seus semelhantes. Morra para o ciúme, o medo, a avareza, a posse. Morra para o tempo.
Tikker é um relógio com uma contagem de tempo de certa forma diferente. Ele faz a contagem regressiva para morte do usuário. Para saber a hora exata da “passagem”, o usuário deve preencher algumas informações sobre seu histórico de saúde. Mortes trágicas, como acidente, por exemplo, obviamente não são previsíveis pelo novo produto. Segundo Fredrik Colting, idealizador do Tikker, a ideia é fazer com que o usuário aproveite melhor o tempo que lhe resta. E aí, vai comprar o seu?
Quem sabe se tivermos esta consciência presente não mudamos muito dos nossos padrões de existência, perdendo tempo com bobagens e sentimentos contraditórios de amor e ódio que apenas produzem o sofrimento.
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DIA DAS CRIANÇAS E O COMBATE A VIOLÊNCIA INFANTIL
Em diferentes países, o Dia das Crianças,é comemorado de acordo com a história e o significado da comemoração. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convencionou o dia 20 de novembro para se comemorar o dia das crianças.Nesta data no ano de 1959 oficializou-se a Declaração dos Direitos da Criança. Nesse documento, se estabeleceu uma série de direitos válidos a todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação.
No Brasil a tentativa de se padronizar uma data para as crianças aconteceu algumas décadas antes.
Em 1923, a cidade do Rio de Janeiro, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa. No dia 5 de novembro de 1924, o decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças.
A data se tornou unanimidade somente em 1955 a partir de uma campanha de marketing elaborada pela indústria de brinquedos Estrela.
Mais que um dia intensamente celebrado no comércio, o Dia da Criança deve refletir a luta pelos direitos infantis na luta contra o trabalho infantil e a violência contra a criança.
O avanço no combate ao trabalho infantil só é possível na intensificação de políticas públicas e proteção social das crianças e dos adolescentes. No Brasil, as políticas de combate ao trabalho infantil estão a cargo do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome (MDS), responsável pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o número de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando nos últimos 12 anos caiu de 246 milhões para 168 milhões. Os maiores progressos na queda do uso desse tipo de mão de obra ocorreu entre 2008 e 2012 em todo o mundo.
A sociedade está mais alerta e mais atuante diante de casos de abusos e de violência contra crianças e adolescentes. Isso é um fator muito positivo no País nos últimos anos. As pessoas estão denunciando mais, sendo menos coniventes e omissas.
Dados divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República mostraram que 77% das denúncias registradas por meio do Disque 100 entre janeiro e novembro deste ano são relativas à violência contra crianças e adolescentes, o que corresponde a 120.344 casos relatados. Isso significa que, por mês, ocorreram 10.940 agressões contra crianças e adolescentes, o que dá uma média de 364 denúncias por dia no País.
A violência doméstica é a que mais gera traumas nas crianças e nos adolescentes, sendo causada principalmente pela baixa condição social, uso de drogas. A ineficiência do Estado também é uma das maiores causas de violência infantil. A falta de rede de atendimento e de serviços que contemple as necessidades das famílias, torna a violência latente e as famílias mais vulneráveis. Ineficiência do Estado compreende-se também a falta de política habitacional, empregabilidade, questões na área da saúde e educação, e a precária e mesmo a inexistência de atendimento psicológico, políticas públicas de saúde mental. Sem dúvida, a dificuldade financeira, e a exploração do mercado financeiro é uma das principais causas de todos estes problemas. Famílias em dificuldade financeira estão sujeitas a todos os tipos de violência.
Dar condições para os pais, educando-os para que possam para que possam educar seus filhos de maneira adequada.
A conclusão do levantamento do Ministério da Saúde registrou 14.625 notificações de violência doméstica, sexual, física e outras agressões contra crianças menores de dez anos. A violência sexual em crianças de 0 a 9 anos é o segundo maior tipo de violência, ficando pouco atrás apenas para as notificações de negligência e abandono. A violência sexual contra crianças até os 9 anos representa 35% das notificações. Já a negligência e o abandono tem 36% dos registros. Os números são do sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) do Ministério da Saúde. O VIVA possibilita conhecer a frequência e a gravidade das agressões e identificar a violência doméstica, sexual e outras formas (física, sexual, psicológica e negligência/abandono). Esse tipo de notificação se tornou obrigatório a todos os estabelecimentos de saúde do Brasil, no ano passado. A maior parte das agressões ocorreram na residência da criança atingindo mais meninos . Grande parte dos agressores são pais e outros familiares, ou alguém do convívio muito próximo da criança e do adolescente, como amigos e vizinhos.
Crianças felizes são adultos felizes e imunes aos problemas de violência, abuso e exploração financeira.
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ESPERMA FEMININO E ÓVULO MASCULINO
Fêmeas podem produzir espermatozoides e machos conseguem fazer óvulos.
Pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, descobriram que é possível.
Um artigo publicado na revista Scientific American explica que Katsuhiko Hayashi e seu orientador Mitinori Saitou usaram células da pele de camundongos para criar células-tronco germinativas primordiais (CGP). Estas células foram, então, transformadas em espermatozoides e óvulos.
Oxalá a Ciência nos dê cada vez mais possibilidades de nos reproduzirmos para termos mais tempo de aproveitarmos o prazer da vida e do sexo. O que é necessário fazermos uma mutação da nossa mente e resolvermos todas estas memórias morais infantis de deuses e demônios que criamos nestes misticismos tolos. Diante de tais possibilidades ficamos discutindo o mesmo padrão tradicional de criação reprodução e geração de filhos nos mesmos moldes tradicionais implantados em nosso cérebro. Um mecanismo mnemônico que roda tanto na cabeça de héteros, homo, trans e hermafroditas. Ainda justificamos a diversidade de nossas relações apenas na geração de filhos. E que tipo de filhos temos gerado e educado? Sob as mesmas morais de dominação de dependência psicológica, religiosa, governamental e de exploração financeira. Gays, héteros e afins têm os mesmos padrões de funcionamento a anos, justificando sua união para gerar filhos para um mercado pessoal de exploração. Nem a ciência conseguiu se libertar desse padrão. O que é ser homem ou mulher moralmente, psicologicamente, eticamente? Vamos resolver nossa qualidade de vida física neste mundo, nossa ganância e exploração física, mental, espiritual deste padrão que roda na nossa memória a séculos. Vejo apenas uma reprodução mental em todas as vidas que geramos e exploramos. Que importa se um homem, uma mulher, um trans, um hermafrodita possam gerar filhos e como vão fazer isto, que tipo de técnica utilizarão se no final o padrão de memória é o mesmo. Nos prendemos a forma tradicional questionando os métodos reproduzindo a mesma essência. Temos que questionar esta essência. Criarmos vida para qual finalidade? Dominação, exploração física, mental, espiritual. Vidas para o consumo de instituições religiosas, privadas, de mercado, de governos.
E nossas relações com outros seres humanos ou não, como tem sido estabelecidas?
Em tese, no universo somos todos feitos do mesmo material.
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MANUTENÇÃO DA ANTROPOLOGIA DIVINA
Retrocesso antropológico ou manutenção de uma antropologia divina?
As leis morais vistas como uma semiótica dos afetos em suas idiossincrasias sociais, religiosas e políticas não podem ser tratadas como algo estanque e de inexorável condição.
As palavras não são o fato, e a condição de registros mnemônicos, de tradições orais ou escritas não lhes dão o direito a eterna manutenção de um princípio.
O homem é um animal que aprende e inventa, indo na maré das transformações. Mesmos princípios “cientificamente” aceitos foram colocados a margem diante da construção de novas regras, fórmulas e tecnologias que transformaram estas realidades.
Todas as tradições morais, religiosas que querem regulamentar sofrem por seu escopo fundamentalista. E o século atual em sua construção moral ainda sobrevive fundamentado neste obscurantismo arbitrário de uma interpretação dos fatos como uma dança dos contrários. O que é toda essência senão uma maquiagem. A complexa superficialidade humana jamais abarcará a complexidade da existência. Nestas pseudo complexidade as morais religiosas também foram buscar nas morais científicas respaldo para sua existência.
O fundamentalismo de qualquer princípio coloca o homem sobre o altar da ignorância. Muito antes da instituição da moral cristã o homem já havia conquistado seu estado de um espírito dividido.
E foi com base nesta divisão que o Cristianismo se estabeleceu. E a ciência seguiu este mesmo método. E na dialética dos contrários escondemos nossos reais motivos. E esse é o nosso velho problema moral. O que todo deus do seu território deseja é a vontade de poder. O que aconteceu na luz também atua nas trevas e também o seu contrário.
Nossos sentidos de razão são tão hostis e relutantes para com aquilo que acreditamos ser novo que mesmo nos processos mais simples da sensualidade predominam os afetos como o medo e a indolência. Somos desde o começo em relação as nossas morais indivíduos fabricados, fantasiados e habituados a mentir.
Expressando de modo mais virtuoso, agradável e hipócrita.Somos mais artistas do que pensamos.
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SOBRE O CÉU E SOB A TERRA
Ou Sob o Céu e Sobre a Terra
“O poder todo concentrado nas mãos do estado também é algo errado. O estado não é algo abstrato. É constituído por homens. Não é certo então que alguns tenham um poder gigantesco e outros, nada” Rabino Abraham Skorka
Quando se fala em realidade democrática prezando o direito de escolha de cada um, esquece-se que os julgamentos morais têm base em leis arbitrárias.
A não oposição da Igreja e sua concordância do ponto de vista material, de direitos e obrigações nada significa para aqueles que não creditam a autoridade da Igreja como algo “natural”.
Toda a formação de uma cultura humana se dá nas relações de poder, sejam a cultura judaica, cultura bíblica, protestante ou católica e as relações políticas entre os indivíduos e o estado. E mesmo o que acontece no céu, segundo as mitologias religiosas. São essas lutas de poder, de hierarquização, de domínio.
Não há diferenças significativas essenciais entre o céu e a terra no que tange realidades morais com base em leis arbitrárias escritas por homens. Se a Igreja ou o Cristianismo como uma construção humana não tem respostas para a diversidade, e apenas segue uma norma que aparece na Bíblia como algo “natural”, imutável, coloca em evidência o seu fundamentalismo creditado sem o poder de qualquer tipo de questionamento.
A resposta da Igreja para a diversidade sexual todos sabemos. O modelo patriarcal da família reprodutora constituída pelas diferenças anatômicas presente na concepção biológica do masculino e do feminino. Para que necessitamos de tão grande fundamentalismo?
O poder todo concentrado, seja na mão de “Deus”, Igreja, Estado não é algo abstrato por se constituir de uma construção humana que escamoteia o verdadeiro universo das ideologias dominantes. Quando separamos a psique do corpo não imaginávamos que pudessem ter construções diferentes. Mas, isto seria justificar o que sempre existiu?
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FÉ CAUSA DEPRESSÃO
A crença em qualquer coisa ajuda a depressão,?
Não é a fé que cura, mas nosso condicionamento de que precisamos de alguma referência para viver. Quando nossas referencias são colocadas em questão o cérebro entra num processo de perda, de falta de harmonia, como se estivesse fora do compasso com a maioria.
A crença de que não temos crença nos coloca em depressão.
E por que precisamos de fé quando estamos diante do fato?
Deveríamos questionar o que é o ceticismo.
O excesso de fé leva a depressão na medida em que quando colocado em um novo contexto o indivíduo não consegue se adaptar a novas contingências da vida.
O excesso de crença em determinados fatores leva o indivíduo a uma dependência extrema e a busca fundamentalista na manutenção desta crença a todo custo.
Não é a falta ou a fé que leva a depressão e nem a fé que cura a depressão. A falta de capacidade plástica do ego em assumir as transformações que a vida impõe que leva a depressão e ao sentimento de fé
Toda educação do ser humano é um processo de dependência. Transferimos os mesmos arquétipos para outros setores da vida. A dependência de Deus para acalmar nossa consciência em um universo cheio de insegurança. A dependência de governos em uma sociedade cheia de problemas. A mesma imagem mental neste processo de condicionamento. Não fomos bem desamamentados e transferimos todos os nossos medos diante da vida para outras instituições que acabam fomentando o mesmo padrão arquétipo e dominando a natureza humana, não mudando o ciclo.
Para a sociedade, assim para aqueles que acreditam nas instituições governamentais, religiosas, e qualquer outra ideologia, o ser independente é uma ameaça. É um construto do nosso pensamento que disfarça o seu modelo mais tirânico de dominação.
No construto moral de bem e mal exacerbado na fé religiosa, tudo que não satisfaz a manutenção do status quo dos desejos do ego é considerado mal. A própria construção do conhecimento é considerada má por levar a novos parâmetros de funcionamento.
Assim a moral religiosa condiciona o pensamento humano em sua manutenção em considerar o conhecimento sob a dicotomia dos opostos, gerando o sentimento de culpa, medo e depressão. Esta tem sido a nossa maior fé, ou maior crença.
Quando observamos a depressão em algum indivíduo sempre a colocamos sob esta ótica por ele não estar dentro do padrão socialmente estabelecido. Concluímos dai o seu sofrimento, sua doença e seus aspectos negativos, colocando novamente a crença nos mesmos valores da maioria como uma solução para os seus problemas.
Como na dependência das drogas psicotrópicas, a fé entra para regularizar o fenômeno da depressão. Neste aspecto a Psicologia não agiu diferente da religião. O que toda religião quer, assim como a terapia nesta aspecto é o controle das emoções. Questões como perdão e gratidão são apenas esta relação de dependência. Crer numa entidade superior que zela por nós como enfrentamento das dificuldades nada mais é que este modelo mental.
Assim a sociedade gera a depressão decorrente destes mesmos modelos mentais oferecidos como cura.
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O ASSASSINATO DE CRISTO
Dola Indidis, um advogado queniano que é ex-porta-voz do Ministério da Justiça do Quênia está recorrendo a sentença de crucificação dada pelo Império Romano. Pediu à Corte Internacional de Justiça para anular o julgamento e condenação de Jesus Cristo e de sua sentença de morte subseqüente. Está tentando processar, entre outros, a República da Itália e o Estado de Israel sobre a execução do Messias cristão.
O advogado queniano diz ter a intenção de reparar a justiça no caso histórico que dá base ao surgimento da fé cristã.
“A acusação parcial e maliciosa [feita contra Jesus] violou seus direitos humanos”, disse Dola.
Ele virou-se para a corte sediada na Holanda, que costuma ouvir as questões de direito internacional, depois de uma tentativa de arquivar o processo no Superior Tribunal de Nairobi foi expulso em 2007.
Mr Indidis espera ter convicção de Jesus anulada.
Poucos erros aparentes de Justiça repercutiu tão longe e tão longo como a condenação e crucificação de Jesus mais de 2.000 anos atrás.
De acordo com o Novo Testamento, o Messias teve problemas após a realização de milagres e alegando que ele era o filho de Deus, o que levou as autoridades judaicas para prendê-lo sob a acusação de blasfêmia.
Eles levaram a Pôncio Pilatos, então governador romano da Judéia, que lhes disse que ele não tem competência para julgar o caso e enviou-o para o rei Herodes, que o mandou de volta a Pilatos.
Pilatos, Jesus encontrou-se inocente de todas as acusações, mas, depois de uma multidão de judeus irritados chamado por Ele para ser executado, o governador cedeu e teve crucificado ao lado de dois criminosos.
Dola diz que a sua iniciativa não tem ligação direta com sua fé, e que o resultado da sua ação não mudará em nada o que crê, mas entende ser necessário que o caso, visto por ele como uma “má conduta judicial, abuso de poder, preconceito e injúria” por parte de Pôncio Pilatos, seja revisto.
A ação do advogado Queniano é tratado como uma piada pelos veículos de imprensa.
Historiadores e teólogos têm a mesma visão de Dola. É justamente a crucificação de um inocente, a base teológica da Igreja, que dá a condição da “salvação” da “humanidade pecadora”.
Na crucificação de Cristo, uma injustiça social que vai contra os Direitos Humanos nasceu da fé de milhões de pessoas pelo mundo,
E a fundamentação das grandes instituições religiosas, dos Estados também se fundamentam nesta visão da necessidade de expiação e sacrifícios para se herdar o suposto paraíso. E assim continuamos a criar o inferno no mundo para se ter o direito ao céu após a morte.
Se a moda pega, advogados poderiam atuar em uma ação contra o próprio Deus que não defendeu o seu Filho diante das atrocidades cometida por Roma na crucificação. Que lei divina é esta que oferece o próprio filho inocente como pagamento de uma lei moral divina.
Desta louca ideologia divina nasce nosso comportamento de sacrifícios dos nossos filhos em guerras e culpas geradas pelos país. É justo os filhos pagarem pelos erros dos país.
O sacrifício, a punição, a condenação se tornou a base do nosso comportamento, das leis, da maioria das religiões, da condição financeira da maioria neste planeta que sustenta “deuses” em seu direito divino.
Este é o fundamento das instituições financeiras e religiosas na base de uma lei impossível de ser atendida, uma dívida impossível de ser paga, gerando a escravidão na economia espiritual e material no mundo. A necessidade do sacrifício diário.
Não é um caso de mais de 2000 mil anos que envolve, além do próprio Cristo, um império que não existe mais. É algo que aprendemos e apresentamos nas nossas atuais relações cotidianas.
A primeira tentativa, falha, do advogado aconteceu em 2007, no Tribunal Superior do Quênia, na cidade em Nairobi, e o caso não foi levado adiante.
Segundo informações Shalom Life, o líder religioso queniano Maloba Wesonga, porta-voz da Arquidiocese de Nairóbi, classificou como inútil o esforço do advogado: “Como sabemos, esse julgamento tinha que acontecer. Devemos entender que Jesus não era vulnerável e ninguém pode querer fazer justiça a Deus”, destacando a questão a partir do ponto de vista teológico.
O que temos que mudar é a nossa concepção de psicológica e financeira de fé.
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A HUMANIDADE E OS PROFETAS
“A verdade em ciência pode ser definida como a hipótese de trabalho melhor adequada para abrir caminho para uma próxima que seja melhor” Konrad Lorenz
Nós humanos sempre dependemos dos profetas para a revelação dos planos divinos para a humanidade.
Apontem-nos o caminho, nos guie diante das dificuldades e finalmente nos coloque em local seguro.
E hoje são tantos os profetas. Não importa se são falsos ou verdadeiros. Houve um aumento, pois todos nos achamos no direito à profecia. E este é um sinal segundo a ideologia profética de fim de mundo.
Será que houve alguma mudança no conteúdo das profecias? Observem quais são os métodos proféticos. A didática profética. Talvez até a fofoca profética.
Eu sei algo que a maioria não sabe. Eu vejo algo que ninguém vê. Os profetas modernos detêm o poder sobre nós. Mas a humanidade sempre julgou seus profetas. Foram objetos de escárnio, medo, violência, e ridículo. E sempre seguiu algum. O conteúdo das profecias sempre exacerbou um fim, um caos.
Apontou um julgamento, a necessidade de uma mudança de paradigma moral, o arrependimento. Traçou o caminho e o estabelecimento de uma nova organização. Isto é cíclico. Existem os profetas da moda o Face Book ou Google, o seguimento na era da globalização.
Sempre haverá visionários, filósofos, representantes de Deus, pois o nascimento de uma nova ordem humana necessita ainda do Imprinting. Surge a consciência individual.
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O MAL DO AMOR
Independente da nossa orientação de gênero, da nossa orientação sexual, da nossa dinâmica familiar e social, as escolhas dos nossos vínculos afetivos se baseiam no mesmo modelo aprendido historicamente.
O modelo hétero normativo de propriedade privada que dita os nossos vínculos afetivos.
Estes vínculos estabelecidos têm como característica o aprendizado da dependência afetiva, onde o indivíduo tem o outro ou o objeto de sua relação como apoio, confiança e significado para a sua existência.
Esta forma relacional se caracteriza como uma referência disfuncional.
A construção deste modelo se dá desde o nascimento no aprendizado institucional familiar, relacionamento primário entre mãe e filho nas primeiras fases da vida, no modelo político do Estado e da propriedade privada, o modelo religioso no fundamentalismo de uma religião como única fonte da “verdade” e dependência do “Deus verdadeiro”.
Nossa educação não é feita de forma a nos tornar um indivíduo independente. Um indivíduo com saúde mental. Capaz de viver em suas relações consigo mesmo e com o outro em tranquilidade emocional e não dependência afetiva.
O mal do amor é apego, exagerado ou não que transforma o sentimento e os relacionamentos em problemas, gera mais sofrimento e gasto dispensioso de energia. Esta é uma das características humanas que abarrotam consultórios psicológicos. Este é um dos grandes fatores da dependência química e de outras dependências.
Determinar qualquer coisa como a razão única da nossa existência é a característica do comportamento afetivo disfuncional. Este tipo de vínculo presente nas nossas relações com objetos, pessoas, símbolos, religiões e Estado nos torna subjugados. Transforma nossa vida psicológica, física e mental numa total escravidão.
Todo processo educacional deve dar recursos técnicos, psicológicos e físicos visando a maturidade do indivíduo. Dessa forma o indivíduo pode contribuir com a sociedade sem ser colocado ou colocar-se na posição de vítima, dependente de quaisquer fatores que venham torná-lo infantilizado em suas decisões.
O processo educacional de equidade afetiva não visa transformar os objetos primários de afetos em uma necessidade compensatória das suas faltas. Esta seria uma forma patológica de dependência afetiva emocional.
A educação hétero normativa presente em todas as nossas relações afetivas, independente da nossa orientação de gênero, dos nossos vínculos hétero, homo, bi ou trans é a mesma no que concerne o desejo primário de posse e transferência das nossas aspirações infantis embasadas pelo amor recebido ou não em nosso modelo sócio-familiar de origem. Queremos a posse e o direito sobre o outro.
Nestes casos os desfecho é sempre a mesma frustração, o conflito diante do aprendizado desta fantasia. Uma educação à imaturidade. Este tipo de imaturidade que gera o comportamento de servidão em relação as figuras de autoridade a nós apresentadas pelo poder dos país, da religião, do Estado.
O mito da nossa perda de conexão com o universo, com deus, e a busca deste estágio sublime já em si o fenômeno do nosso estado de doença.
A saúde em relação a construção do nosso eu nos dado fragmentadamente por esta crença inconsciente.
Já nascemos sem a possibilidade de sermos nós mesmos neste condicionamento estrutural de dependência emocional e busca de segurança psicológica.
Isto tem sido a base das sociedades paternalistas. Cria-se assim a fragmentação e depois na ideologia a busca de uma “união total”, uma identificação plena e irracional.
Prega-se esta universalidade como sendo um desejo natural que todos têm. As formas apresentadas na solução desta problemática são fragmentadamente e inconscientemente através do sexo, da religião, das drogas, do outro, formas superficiais que apenas geram a dependência afetiva. Formulas de falsas experiências intensas.
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SOCIEDADE DO EXTERMÍNIO
Uma reflexão sobre a construção dos valores punitivos em seus aspectos jurídicos, morais, sociais, psicológicos e políticos como práticas que levam a construção do imaginário da população que ao buscar a justiça acaba confundindo-a como vingança.
Esta é uma das bases da lei que defende a pena de morte como fenômeno de exclusão definitiva.
A morte desde a construção na religiosidade humana é caracterizada como uma forma divina de punição, uma forma divina de eliminação daquilo que é considerado sem recuperação.
Neste aspecto dentro da punição divina, cabe tanto o aspecto físico quanto o psicológico. O evangelho prega a morte como uma instância divina de justiça e ao mesmo tempo de transformação.
Mesmo que em cada época os valores e crenças mudem de acordo com a insatisfação das pessoas, existe a credibilidade em certos conceitos que ao longo da nossa história não mudaram. São construtos tão arraigados em nosso pensamento individual e cultural que dificilmente serão alterados.
O uso da dinâmica do castigo e da punição mesmo tendo mudado as suas engrenagens de manifestação ainda encontra um grande mercado nas mídias, nas relações de poder, nas formas de controle dos governos e nas formas educacionais.
Se por um lado houve uma certa suavização dos castigos físicos, seu espetáculo e efeitos repressivos se observam nas encenações psicológicas de dor e de prazer na arte, nas religiões e nas nossas relações cotidianas.
O extermínio, as guerras e genocídios ainda é cogitado como solução para se combater o mal, a mesma visão maniqueísta do pensamento humano no que tange as nossas morais. Uma violência que se esconde sob a égide da justiça e que se confunde com vingança.
Para vivermos em sociedade ainda fazemos o uso do extermínio como método de defesa e preservação.
Esta tem sido a propaganda dos governos e de todas as nossas instituições políticas, religiosas, econômicas e da nossa psicologia individual. Esta tem sido a nossa visão pública como o mesmo delírio que reporta aos tempos antigos em que se castigava o corpo para contemplação do público.
A punição e a violência hoje é caracterizado pela cultura da sociedade privada.
As disputas pelo privado exacerbado pelo acúmulo que gera as desigualdades econômicas.
O privado se estende para as nossas relações de gênero, de afeto e sexualidade, do casamento, imitando as relações de poder que a classe dominante incute na psicologia individual. E dessa forma todos contribuímos para o sistema de exploração física e psicológica nas nossas relações individuais, coletivas, do trabalho e do afeto.
Cada indivíduo precisa fazer a sua reflexão nas suas relações que o leve à um desenvolvimento autônomo, consciente e capaz de transformar a sua relação com o seus direitos e deveres na composição da organização social.
Um ser consciente e capaz de não naturalizar e individualizar problemas sociais como a violência. Que seja atuante nas políticas públicas que minimizem as desigualdades sociais e promova a paz da organização social em que vive e se constitui.
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