O homem desviou do seu caminho natural de convivência quando aprendeu que é mais fácil explorar e violentar o próximo o do que construir uma vida de paz, respeito e igualdade.
Sua exploração tem a base na construção e exploração do medo que permeia todas as instâncias de convivência social.
O medo é o estado psicológico e um dos fatos mais importantes a serem compreendidos que aglutinou a humanidade nas relações sociais, construiu as famílias, as cidadelas e os Estados na forma como vemos atualmente.
E hoje não lutamos mais contra o medo, mas contra o terror. Para manter a dominação prega-se o terror.
Vivemos na era do terror.
Apesar de ainda existirem guerras que pipocam pelo mundo, economicamente sabemos que as guerras trazem mais destruição e prejuízo que o lucro. Uma terceira guerra mundial com o arsenal e a tecnologia que temos tornará real a previsão apocalíptica de destruição que recai sobre todos e sobre o planeta de forma irremediável.
A manutenção da exploração na arbitrariedade da delegação do poder à autoridades com o direito de agirem como quiserem na monitoração das nações sob o discurso de evitar o terror no planeta. O terror da qual eles mesmos fazem parte e mantém.
As ideologias que pregam o terror promovem a contradição nas relações.
Uma anomalia que estende seus braços em tudo aquilo que é desenvolvido no intuito de melhorar a comunicação.
O sonho do livre acesso a informação, do diálogo aberto e sem intencionalidades de dominação e utilização da informação a seu bem próprio em detrimento da vida alheia, cai por terra em discursos protecionistas e luta contra um terror da qual ele mesmo faz parte e ajuda na sua manutenção mediante suas ações pelo mundo.
Das famílias e das amizades, da facilidade e colaboração entre as nações a mesma anomalia está nas relações doentes no mundo cibernético.
E partidos e governos pseudo democráticos utilizarão disto para o domínio e manutenção do seu poder.
Expandimos nossa tecnologia e total dependência inaugurando a nova sociedade da informação, universalização e acesso ao conhecimento. Depositamos nossas vidas no espaço cibernético que acreditávamos seguro. E este espaço se tornou perigoso para governos autoritários.
As sociedades ainda e não fazem ideia do quanto somos dependentes da tecnologia de informação e do quanto depositamos nossas vidas no espaço cibernético que supostamente acreditávamos ser seguro.
Segundo a crença na evolução da humana em “onda”, a primeira onda foi quando o homem nômade passou a ser sedentário, a segunda quando abandonamos uma economia agrícola para a era industrial e a terceira onda, caracteriza-se pela era do conhecimento, segunda a qual as relações políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e militares foram profundamente alteradas.
Nesta nova onde que estamos nos relacionamos, dialogamos, trabalhamos e acessamos nossas contas bancárias pelo espaço virtual, também conhecido como espaço cibernético.
Atualmente, não é possível dimensionar o quanto as sociedades são dependentes da informação e o quanto suas informações estão seguras no espaço cibernético. Assim como na vida real, existem pessoas dispostas a provocar danos na vida das outras, no mundo cibernético, também existem pessoas, organizações, empresas, países, resguardadas pelo anonimato e pela distância, a burlar a segurança dos equipamentos e dos sistemas de informação e se beneficiar destas ações. O fato é que muitas redes e seus protocolos não foram criadas para ser protegidas, mas sim, acessíveis.
De fato, evoluímos tecnologicamente, mas psicologicamente somos os mesmos “macacos” com a possibilidade diante da tecnologia brincado de destruição. Continuamos a ser os mesmos macacos egoístas, territorialistas, utilizando mecanismos de disfarce desde egoísmo como justificativa das nossas ações altruístas.
Nossos antepassados, á luz do que acontece nos nossos dias, provavelmente, também sentiram a necessidade de prever/interpretar comportamentos, de modo a que “surpresa” o deixasse de o ser.
Um motivo para esta necessidade remonta ao egoísmo (mesmo que disfarçado de altruísmo) de cada um.
Queremos sempre prever os comportamentos e se possível controla-los de modo a que nos sejam favoráveis. Ao longo da história, com a maturação civilizacional, o ser pensante ficou ainda mais pensante e teve a necessidade (mais uma vez impulsionada pelo egoísmo altruísta) de obter respostas para os que lhe era “obscuro”.
Hoje o nosso maior inimigo somos nós mesmos. Um pensamento com base na doutrinação religiosa. Escapamos dos perigos da selva e sempre criamos mundos com base nas mesmas leis de sobrevivência. E nem o darwinismo escapou de tal pensamento. Como resolvermos o problema do medo, e hoje do terror que assola nossa mente?
Não é pregando o terror na guerra contra o terror. Isto tudo já fizemos.
A guerra ao terrorismo implantada pelo conservadorismo de Bush, numa estratégia global com forte caráter religioso contra países, grupos ou movimentos caracterizados como “Eixo do Mal” é associada aos esforços nos campos políticos, econômicos, e de inteligência militar que atualmente invadem a diplomacia dos direitos individuais e nacionais.
Extrapolando seus interesses de domínio no mundo os americanos estão criando mais insegurança mundial como porta voz da defesa mundial contra o terror semeando a insegurança entre todas as nações.
A iniciativa de combate ao terrorismo pelos Estados Unidos é muito questionada.
Alguns críticos argumentam que a Guerra ao Terrorismo tem objetivos menos defensivos e mais ofensivos para garantir a expansão das bases militares estadunidenses no mundo e propiciar o controle de regiões estratégicas pela circulação de riquezas ou reservas de petróleo e gás natural.
O certo é que hoje os Estados Unidos ainda ocupam territórios no Oriente Médio e os gastos com a Guerra ao Terrorismo já superaram os custos das Guerras da Coréia e do Vietnã.
E quem ganha com todo este terror e a necessidade de segurança no mundo cibernético?