Creditado como uma ordem superior separada da matéria, o pensamento é uma herança humana exacerbado na dicotomia mente corpo cartesiana da moderna ciência.
Através desta crença o pensamento humano apresenta a sua neutralidade como participante das decisões humanas, levantando a bandeira da objetividade. Assim, o pensamento se esconde em seu super prolongamento numa fé objetivista, fragmentada, não sensível, não responsável, não crítica, como se ele não fizesse parte da nossa realidade cotidiana, mas apenas a reportasse.
Há muito tempo o mundo atravessa uma difícil situação, e neste momento muitas crises estão acontecendo em várias partes do globo. O nacionalismo, a crise ecológica e econômica, todo tipo de ódio, seja religioso, racial, e a incapacidade de enfrentarmos nossos problemas comuns em comum.
E nos perguntamos, o que acontecerá com a humanidade? A tecnologia avança com poderes cada vez maiores, seja para o bem ou para o mal, indicando que o perigo da destruição está sempre presente. Mal dissolvemos um conflito e surgem novas rivalidades entre o mundo ocidental e oriental, e outros conflitos que pipocam em todo canto.
Ainda continuamos dependentes de líderes ditadores, políticos, religiosos, democratas, socialistas, republicanos, uma situação endêmica nas circunstâncias como um todo. Qual a fonte de todos estes problemas? O que nos impede de vermos com clareza? O pensamento.
A fonte pelo qual tentamos resolver nossos problemas é o nosso maior problema. Nosso pensamento é fragmentário e fragmenta. O pensamento cria uma ideologia, uma nação, um deus, uma religião, um eu como fronteiras separatistas e exclusivistas. Somos especialistas divididos em pequenas peças. Uma falsa divisão e uma falsa unificação, um dentro e um fora. O pensamento afeta absolutamente tudo e ao mesmo tempo diz que não está fazendo absolutamente nada, criando as divisões de si mesmo, dizendo que as mesmas já estavam lá como uma lei natural.
Este é o mecanismo sob o qual todo ser humano tem funcionado. Uma sutilidade programada na qual o próprio pensamento não desenvolveu a propriocepção de que o observador é o observado.
Todos os condicionadores do outro são os nossos mesmos condicionadores.
Não existe palco separado do teatro, e muito menos os personagens. O melhor ator na razão, no conhecimento do seu personagem, é aquele que o faz com emoção. Sempre atuamos no passado. Esse é o automatismo do nosso pensamento.
Devemos começar a investigar o nosso próprio condicionamento, que não é diferente do outro.
Este será o inicio do autoconhecimento da liberdade. A liberdade não requer mediadores.