A taxa de homicídio de negros no Ceará é três vezes superior à de não negros, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “O negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele. Tais discriminações combinadas podem explicar a maior prevalência de homicídios de negros em comparação com o resto da população”, afirma o documento.
O mundo como ilusão de ótica moral é vitimado na realidade dos dados. E para que necessitamos de tantos dados se a realidade como nos é apresentada nas falsas crenças democráticas hoje batizadas de democracia racial, ou políticas afirmativas?
A apresentação de grandes verdades que tendem à extinção como os grandes dinossauros, e a contínua manutenção do que nos é mais intrínseco. Nosso sentimento de segregação presente nas leis.
Mesmo as grandes democracias necessitam da hierarquia das pirâmides sociais. O que negros, brancos, mestiços necessitam entender que a maior de todas as segregações sempre foi a financeira.
O que levou a tal sentimento?
A posse, o território, a terra, as riquezas que esta representa. Desde sentimento surgiram todos os outros, o religioso, o racial, o escravo, o súdito, os reis e os sacerdotes.
Que este sentimento tenha se volatizado nas ideologias, no mundo das idéias, assim como se volatizou o dinheiro no virtualismo dos mercados, escondendo a sua real necessidade de existência no trabalho escravo da maioria que produz as riquezas necessárias à manutenção das sociedades, independentes do seu formato político, religioso, moral organizacional. Em essência todas possuem a mesma origem e manutenção. Não necessitamos de dados para chegarmos a este fato. Basta observamos a História humanidade.
A santidade, a pureza, a matriz que sempre escondeu na sua essência o conceito da separação e do direito à segregação, escravidão e domínio.
Mas, não sejamos trágicos e pessimistas diante de tal fato psicológico da humanidade que usa de mil subterfúgios para justificar um instinto que luta para não seja extinto e promove apenas a decadência.
Foi este mesmo instinto que nos protegeu e nos outorgou o direito enquanto humanos a acreditarmos e sermos o topo da pirâmide evolucionista na cadeia alimentar. Uma forma científica de dizermos que somos o auge da criação divina no universo. Um instinto, uma paixão que se casa com a inteligência e se torna mais que espiritualizada.
Apesar dos discurso de líderes religiosos e dos governos pela paz e contra a pobreza no mundo, o que observamos ainda é apenas os discursos desprovidos de ação.
Neste aspecto a fé e a esperança é um mal. Ela se apresenta como um tempo por devir mascarando anos de repetição histórica de um mesmo fenômeno. Não traz real mudança.
Acreditarmos num tempo psicológico destituído de realidade. Diante de um fato não é necessário ter fé. Diante do fato é necessário ter ações concretas. Enquanto discutimos razões políticas, teológicas e planos governamentais, o mundo continua seu caminho nos mesmos trilhos psicológicos da barbárie.
Os velhos mitos tão arraigados e incutidos em nossa consciência nos governam sem termos um momento de lucidez e observarmos o nosso próprio comportamento diante deste arcaico sistema.
Crioevolucionismo: a junção das velhas teorias ou uma nova teoria?
De que adianta você saber, mesmo que em fantasias científicas ou religiosas de onde você veio se você não possui a liberdade para criar seu próprio caminho.
Todas as teorias de origem apenas mascararam as ideologias dos fins a que temos servido. Produto do pensamento humano. Falácias sem importância que servem apenas à dominação e escravidão.