A essência da vida é funcionar. A natureza não conhece a burocracia, sendo antagônica à qualquer tipo de rigidez. todas as leis naturais são funcionais e pródigas em variações.
O homem com sua estrutura de caráter neurótico criou leis com base em seu pensamento mecanicista. Isto separou o observador do observado, criando um tempo psicológico do vir a ser e ao preconceito que o separa da realidade presente.
O religioso, o místico e os moralistas tradicionais são fruto dessa contradição.
A estrutura humana neurótica e mecanicista tem medo da vida e das suas mudanças. Daí resulta a dificuldade humana da metamorfose da mente. Neste medo as mudanças possíveis são interpretadas como incertas. Não há o percebimento do fluxo e do entrelaçamento das funções da natureza interpretando tudo na base da culpa e do medo.
A estrutura humana neurótica e mecanicista tem baixa tolerância à incertezas. Por isto o seu radicalismo estrutural em crenças fechadas que dão a falsa segurança. Passam a vida no conforto ilusório de girar em torno dos mesmo problemas sem nunca resolvê-los. Haja visto as politicas atuais e as frequentes guerras de cunho religioso e político em função de um territorialismo de morais, pensamentos, verdades absolutas no eterno retorno humano à padrões que mudam apenas na teatralidade das suas manifestações.
Onde não há compreensão instala-se o propósito, as finalidades e subordinações e não o organismo vivo como um todo. A permanência da nebulosidade e do mistério sobre o movimento coordenado.
Nossas células nervosas se comunicam em sua multiplicidade de funções. Não há o conceito de centro superiores e sim uma cooperação harmoniosa e de percebimento individual.
“A multiplicidade e a variedade se fundem na unidade.” wilhelm Reich
A própria função regula a cooperação. Cada órgão possui o seu próprio modo de expressão e sua linguagem específica.
A linguagem expressiva específica de um órgão não é função de qualquer “centro do sistema nervoso.”
Por exemplo: ouvimos como todo o nosso organismo e não só com o ouvido.
A mitologia do cérebro dominou as ciências naturais. Antes que houvessem cérebros bilhões de organismos funcionaram durante incontáveis milênios.
Os organismos humanos em seus padrões mecanicistas, em seus padrões não funcionais desenvolveram um sadismo destrutivo que permeia e contamina todas as suas relações.
As suas correntes de energia orgonótica existentes no interior de cada célula batem em um muro como uma couraça que impede o fluxo normal. Estes impulsos funcionais são transformados assim em uma tipo de raiva destrutiva.
Segundo Reich: “Acredito seriamente que, no encouraçamento rígido e tônico do animal humano, encontramos a resposta para a pergunta sabre os seu enorme ódio destrutivo e o pensamento místico-mecanicista.”