O Facismo e Sua Psicologia das Massas
O estudo do fascismo não tem uma importância meramente histórica para nós. O fascismo das massas ainda é um fenômeno mundial e apesar de toda experiência perturbadora que ele impôs na humanidade, mantém seu território no pensamento humano e tem crescido atualmente no mundo. Temos vistos as constantes guerras políticas, ideológicas e religiosas que assola a humanidade causando muita destruição e sofrimento.
Por que as pessoas seguem fascistas?
O que faria com nós humanos apesar de toda nossa história mantenhamos tal comportamento?
Dentro da memória dos grandes estudos sobre tal fato, vamos seguir a abordagem de Reich sobre o fascismo que é riquíssima e se configura como uma genial síntese entre Marx e Freud, entre marxismo e psicanálise.
Seu livro “Psicologia de massas do fascismo” foi escrito e publicado no início da década de 1930, enquanto o fascismo era ainda incipiente, e antes também de causar todas aquelas atrocidades que chocariam o mundo anos depois. Isso mostraria, mais tarde, a justeza da análise de Reich.
A clivagem
Conclusão:
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MANUTENÇÃO DA ANTROPOLOGIA DIVINA
Retrocesso antropológico ou manutenção de uma antropologia divina?
As leis morais vistas como uma semiótica dos afetos em suas idiossincrasias sociais, religiosas e políticas não podem ser tratadas como algo estanque e de inexorável condição.
As palavras não são o fato, e a condição de registros mnemônicos, de tradições orais ou escritas não lhes dão o direito a eterna manutenção de um princípio.
O homem é um animal que aprende e inventa, indo na maré das transformações. Mesmos princípios “cientificamente” aceitos foram colocados a margem diante da construção de novas regras, fórmulas e tecnologias que transformaram estas realidades.
Todas as tradições morais, religiosas que querem regulamentar sofrem por seu escopo fundamentalista. E o século atual em sua construção moral ainda sobrevive fundamentado neste obscurantismo arbitrário de uma interpretação dos fatos como uma dança dos contrários. O que é toda essência senão uma maquiagem. A complexa superficialidade humana jamais abarcará a complexidade da existência. Nestas pseudo complexidade as morais religiosas também foram buscar nas morais científicas respaldo para sua existência.
O fundamentalismo de qualquer princípio coloca o homem sobre o altar da ignorância. Muito antes da instituição da moral cristã o homem já havia conquistado seu estado de um espírito dividido.
E foi com base nesta divisão que o Cristianismo se estabeleceu. E a ciência seguiu este mesmo método. E na dialética dos contrários escondemos nossos reais motivos. E esse é o nosso velho problema moral. O que todo deus do seu território deseja é a vontade de poder. O que aconteceu na luz também atua nas trevas e também o seu contrário.
Nossos sentidos de razão são tão hostis e relutantes para com aquilo que acreditamos ser novo que mesmo nos processos mais simples da sensualidade predominam os afetos como o medo e a indolência. Somos desde o começo em relação as nossas morais indivíduos fabricados, fantasiados e habituados a mentir.
Expressando de modo mais virtuoso, agradável e hipócrita.Somos mais artistas do que pensamos.
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SOBRE O CÉU E SOB A TERRA
Ou Sob o Céu e Sobre a Terra
“O poder todo concentrado nas mãos do estado também é algo errado. O estado não é algo abstrato. É constituído por homens. Não é certo então que alguns tenham um poder gigantesco e outros, nada” Rabino Abraham Skorka
Quando se fala em realidade democrática prezando o direito de escolha de cada um, esquece-se que os julgamentos morais têm base em leis arbitrárias.
A não oposição da Igreja e sua concordância do ponto de vista material, de direitos e obrigações nada significa para aqueles que não creditam a autoridade da Igreja como algo “natural”.
Toda a formação de uma cultura humana se dá nas relações de poder, sejam a cultura judaica, cultura bíblica, protestante ou católica e as relações políticas entre os indivíduos e o estado. E mesmo o que acontece no céu, segundo as mitologias religiosas. São essas lutas de poder, de hierarquização, de domínio.
Não há diferenças significativas essenciais entre o céu e a terra no que tange realidades morais com base em leis arbitrárias escritas por homens. Se a Igreja ou o Cristianismo como uma construção humana não tem respostas para a diversidade, e apenas segue uma norma que aparece na Bíblia como algo “natural”, imutável, coloca em evidência o seu fundamentalismo creditado sem o poder de qualquer tipo de questionamento.
A resposta da Igreja para a diversidade sexual todos sabemos. O modelo patriarcal da família reprodutora constituída pelas diferenças anatômicas presente na concepção biológica do masculino e do feminino. Para que necessitamos de tão grande fundamentalismo?
O poder todo concentrado, seja na mão de “Deus”, Igreja, Estado não é algo abstrato por se constituir de uma construção humana que escamoteia o verdadeiro universo das ideologias dominantes. Quando separamos a psique do corpo não imaginávamos que pudessem ter construções diferentes. Mas, isto seria justificar o que sempre existiu?
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RELIGIÃO E SEXUALIDADE
A visão ética da religião tradicional em relação a sexualidade não mudou. A única forma correta admitida pela igreja é a heterossexualidade. Todas as outras formas de manifestação da sexualidade são considerados desvios, pecados, possessão de espíritos malignos. Qualquer outra forma de manifestação da sexualidade que não seja a heterossexualidade também é visto sob o prisma moral da igreja como imoralidade e do desvio de caráter. E na mesma visão ética da igreja aplicada a ciência, ou a ciência fundamentada sob a perspectiva da ética da religião qualquer manifestação da sexualidade não sendo de construção heteronormativa é considerada uma doença, perversão ou desvio de personalidade.
Possíveis Curas:
. Em relação a possessão por qualquer espírito não hétero – exorcismo que subtende-se cura imediata.
. Em relação ao pecado da não heterossexualidade – arrependimento e busca de santidade. Não quer dizer que a pessoa será um hétero, mas terá que usar do arrependimento e da busca de santidade como algo constante até a morte física para finalmente adquirir a total libertação. Concepção de paraíso, livre da sexualidade não hétero normativa. Pode ser traduzido como abstinência sexual ou como na igreja, celibato. A sexualidade como um espinho na carne na visão paulina. O sofrimento como abnegação e glória do ego.
. Em relação a doença, perversão ou desvio de personalidade da ciência sob o comando ético da igreja – um psicanalista com direito ao receituário, antidepressivos, ansiolíticos, e qualquer medicamento que diminua a libido. Psicólogos com terapias que alterem o comportamento sexual desviante da ética hétero normativa. Ambas as terapias são crônicas por se tratar ainda de uma doença crônica.
Em todos os tratamentos os efeitos colaterais são dependência crônica.
Repensando Religião e Sexualidade
Apesar de algumas divergências entre católicos e protestantes,ambos compartilham a sexualidade de forma reproduzir o conceito de família hétero tradicional reprodutiva.
E em pleno momento de muitas mudanças na cultura social em relação a sexualidade, a visão do Cristianismo continua a mesma em relação a sexualidade humana, pautada em alguns textos que acreditam ser a base de uma ética comportamental não refletindo mais os padrões psicológicos, sociais, científicos do nosso tempo.
Esta é a causa de muito sofrimento para muitos que dão crédito a esta concepção decorrente do assédio religioso e da visão condicionada da família tradicional reprodutiva.
Para reconhecermos a dimensão deste sofrimento humano que ao longo da nossa história da sexualidade e a religião envolveu questões como: a obrigatoriedade do celibato dos padres (inexistente até ao século XI) e freiras, a condenação da contracepção dita artificial, da homossexualidade, da masturbação, das relações sexuais pré-matrimoniais, do recasamento dos divorciados são, só por si, motivo mais que suficiente para séria e madura reflexão.
Dentro de uma análise dialética entendo que a sociedade é produto do homem e o homem é produto da sociedade, a religião faz parte da sociedade, ela é uma construção do homem que vive em sociedade.
Este processo dialético envolve o homem a sociedade e a religião, cada um exercendo seu papel, porém, interligados entre si e contribuindo para as legitimações sócio-culturais.
Enquanto o mundo dos animais é fechado em termos de possibilidades, pois cada espécie vive no seu ambiente especifico, o homem vive em um mundo aberto, um mundo que ele deve modelar.
Ao colocarmos qualquer conceito como algo fechado, como fazem todos aqueles que acreditam no fim da manifestação de Deus como um plano definido, destruímos todas as outras possibilidades de fenômenos no mundo.
Para o homem que busca a tranquilidade da certeza em uma fé fechada a crença fechada em Deus, além de determinar um Deus absolutista, destrói toda possibilidade de manifestações do divino em outras instâncias da vida.
Toda religião nada mais é que o construto do pensamento humano de forma a ter algo que o proteja daquilo que acredita ser misterioso ou temeroso. Do medo de sair do conhecido para o desconhecido.
O homem já atribuiu tantas coisas como sagradas, desde objetos de poder com status de sagrados, crenças em sacrifícios, comportamentos regulatórios no que tange a vida em sociedade. E a sexualidade por ser um dos comportamentos mais regulatórios e instintivos do animal humano não ficaria distante do sagrado na construção dos mitos.
A tendência natural é achar que as coisas são do jeito que sempre foram em todos os lugares e tempos. A sociedade se caracteriza pelas suas constantes mudanças. O modelo ocidental de família vem sofrendo profundas mudanças há alguns séculos, percebemos que: “O exercício da sexualidade também está se dissociando mais e mais das esferas da conjugalidade e da reprodução, em decorrência do desenvolvimento cientifico-tecnológico e da diminuição da influência religiosa, particularmente católica, no imaginário social dominante no Ocidente.” (MELLO, 2005,p.31)
As representações sociais relativas à família não devem ser pautadas em apenas um modelo. A forma como as pessoas se organizam já não é a mesma que na Idade Média.
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IMPORTÂNCIA PATERNA
Há mais de 4 mil anos, um jovem chamado Elmesu teria moldado em argila o primeiro cartão desejando sorte, saúde e longa vida a seu pai.
E a história mais conhecida em comemoração ao dia dos pais é a de William Jackson Smart, um ex-combatente da guerra civil que perdeu sua esposa quando os seis filhos eram ainda bem pequenos, criando-os sozinho.
Na Psicologia que o pai tem papel importante na saúde mental dos seus filhos é uma discussão psicológica não que não necessita de grandes pesquisas. É uma pergunta que contém uma resposta embutida na intencionalidade afirmativa da importância paterna.
E esta importância tem servido na construção de padrões de egos de “pai para filho” justificada na presença ou ausência da figura paterna.
O ditado popular que “filho de peixe, peixinho é”, é a justificação do filho na herança paterna.
Na sociedade patriarcal é pior não saber quem é o pai do que não ter tido uma mãe.
Fala-se da decadência do patriarcado, mas família patriarcal ainda é um modelo de mundo do homem por excelência.
Na política a mulher no poder segue o modelo patriarcal, o modelo de construção machista, do falo exclusivista. Nossa política mesmo com uma mulher no governo é patriarcal. No poder a mulher assumiu o mesmo padrão masculino.
“A pátria é a família amplificada. E a família, divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença, o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas. (…) Multiplicai a família, e tereis a pátria”. (Ruy Barbosa)
Isto inclui o poder da mulher nas relações de trabalho e em qualquer relação de comando. As mulheres contribuem na criação machista. Mesmo para aqueles filhos que não tiveram a representação da figura paterna.
Homem que é homem tem que se impor na relação e dizer para a mulher: “Olha aqui, tô cansado de avisar que quem manda aqui é você!
Hoje a discussão sobre o modelo patriarcal transcende da família para a Política, a Ciência e a Religião que seguem o patriarcado como modelo.
No mundo ocidental houve a confiscação do divino pelo princípio masculino. O Cristianismo construído na mitologia da Bíblia tem como referência a perspectiva do patriarcado monoteísta. A divindade assume uma forma única e não múltipla, sendo uma divindade sexuada, já que é um “pai”. Essa concepção é, além do mais, apresentada como a única aceitável e exclui qualquer outra visão espiritual, o que a mais ou menos longo termo só pode mesmo acabar em excessos de toda ordem e, em particular, num comportamento intolerante.” Fonte
“(…) Essa ordem da dominação masculina muitas vezes se expressa de maneira radical, por exemplo, uma dessas manifestações radicais é o crescimento do fundamentalismo religioso, ou seja, quando a religião se volta aos seus fundamentos, ao que fundamenta a si mesmo, os seus mitos fundadores, para tratá-los como se fossem verdades absolutas.” Jean Wyllys
Teóloga Pintos conclui que as mulheres como as mais fiéis seguidoras e melhores transmissoras das crenças reproduzem muitas vezes o patriarcado que as submete.
E como será quando a mulher possuir o direito ao sacerdócio?
O teólogo Juan José Tamayo, que abriu a jornada, desenhou um panorama desolador sobre a relação mulher-religião, mas se mostrou otimista porque, disse, “surgiu uma nova forma de pensar e de reformular as crenças e as práticas religiosas”. Ele se referia à teologia feminista.
Com as mudanças sócio-econômicas-culturais em andamento no mundo, está ocorrendo uma modificação dos padrões historicamente estabelecidos nas relações familiares e no modelo da família tradicional reprodutora.
Ocorre o aumento da proporção de homens que tomam conta da casa e dos filhos sozinhos.
E a revolução doméstica em marcha mostra que no futuro haverá cada vez menos diferenças nas relações entre os papéis masculino e feminino na família do século 21.
Oxalá haja uma grande revisão nos papéis e nas estruturas do modo familiar de existência, onde o sexo biológico não esteja mais visto com tanta relevância. O ser pai ou mãe não esteja mais atrelado ao esteriótipo biológico do macho e da fêmea. E os antigos modelos que continuarão existindo sejam transversalizados por um modo mais afetivo de existência.
Novos país são aqueles que não apresentam a sua história como única alternativa de reprodução cultural nos seus filhos.
Novos filhos que não culpem seus pais por tudo.
O que você vai ser quando você crescer?
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O QUE É A BELEZA
No mundo há mais decoração que beleza.
A mente humana se tornou coletivizada e o “eu” é uma entidade fictícia que sobrevive numa falsa experiência de individualidade.
Sofremos da massificação, da propaganda, da religião organizada, das políticas de rede, da necessidade de ajustamento como método de nos sentirmos seguros.
A liberdade consiste na negação, na dúvida. Uma mente não sujeita aos dogmas, às crenças. Uma mente que não se refugia somente dentro dos limites da experiência. Uma mente que rompeu todas as barreiras da tradição, da autoridade, da ambição, que já não esta presa na rede da inveja. Que não necessita de guias ou mediadores. O medo nos conduz a necessidade de sermos ensinados, dirigidos e quando isto ocorre, infelizmente é inevitável a corrupção e a deterioração humana.
Podemos observar tudo isto acontecendo atualmente em grande escala na sociedade. Não estou falando da mente técnica, pois hoje há muito de tecnicismo no mundo. O que necessitamos é de uma mente criadora, livre inclusive da sociedade nos moldes como ela se apresenta atualmente. Para isto temos que colocá-la em dúvida, por mais sagrada ou poderosa que seja esta coisa. A verdadeira beleza exige a total demolição da nossas própria idéias e tradições. Estes são indivíduos belos necessários no mundo moderno onde a propaganda e o embuste estão assumindo o controle de tudo.
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