O Medo
O medo é uma das forças mais brutais na natureza. Não é algo ruim.
A milhares de anos nossos antepassados sobreviveram por possuir um comportamento extremamente medroso vivendo sempre em fuga do perigo. Mas, muitas coisas mudaram desde então.
Nosso cérebro humano evoluiu diante das contingências para ser extremamente medroso e sensível ao medo.
Apesar de não vivermos mais em situações extremas na natureza, a força do medo infelizmente ainda é a energia motora utilizada no aprendizado, condicionamento e controle social da humanidade.
Haja visto a forma como os governos, líderes religiosos manipulam a massa.
Há quem diga que mesmo vivendo civilizadamente, a quantidade de situações e estímulos que nos causam receio e medo hoje é incalculavelmente maior. Vivemos uma explosão de medo no mundo. Terrorismos, atentados, guerras, fome, inflação, falta de bens de consumo básico, fome , epidemias e morte. Não precisaria ser deste jeito, mas isto é um fato.
Assim, o medo não é uma abstração. Ele só existe em relação a alguma coisa. Mesmo que seja em relação a alguma ideologia, crença ou sobre o que designamos por medo.
O homem sofre por medo. O medo do vir a ser, o medo do não ser. O temor sob a ideia acerca de determinado fato nos torna cego diante da coisa tal como é e sobre o que pensamos que ela seja.
O medo como resultado do rotular, do nomear, do projetar um símbolo para representar um fato.
Ou seja, o medo não é independente da palavra. E mediante as palavras, símbolos e interpretações fugimos do medo na ilusão de entendê-lo.
Somos condicionados ao temor do desconhecido, ao temor das mudanças e ficamos aprisionados ao cotidiano por mais sofrimento que este estado do ser nos cause.
A mente com medo não é inteligente quando foge do fato e não o observa com clareza.
Somente numa completa comunhão com o fato é que o medo desaparece. Só há libertação e liberdade em relação ao medo quando a mente é capaz de observar o fato sem nenhum tipo de tradução, atribuição de nome ou rótulos.
O autoconhecimento é o começo da sabedoria e o fim do medo.
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O Facismo e Sua Psicologia das Massas
O estudo do fascismo não tem uma importância meramente histórica para nós. O fascismo das massas ainda é um fenômeno mundial e apesar de toda experiência perturbadora que ele impôs na humanidade, mantém seu território no pensamento humano e tem crescido atualmente no mundo. Temos vistos as constantes guerras políticas, ideológicas e religiosas que assola a humanidade causando muita destruição e sofrimento.
Por que as pessoas seguem fascistas?
O que faria com nós humanos apesar de toda nossa história mantenhamos tal comportamento?
Dentro da memória dos grandes estudos sobre tal fato, vamos seguir a abordagem de Reich sobre o fascismo que é riquíssima e se configura como uma genial síntese entre Marx e Freud, entre marxismo e psicanálise.
Seu livro “Psicologia de massas do fascismo” foi escrito e publicado no início da década de 1930, enquanto o fascismo era ainda incipiente, e antes também de causar todas aquelas atrocidades que chocariam o mundo anos depois. Isso mostraria, mais tarde, a justeza da análise de Reich.
A clivagem
Conclusão:
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O Tempo Psicológico
Solidão, desespero e sofrimento, eis a essência que iguala o homem de todos os tempos. Qual a solução?
Seguirmos o pensamento dos outros nos faz não entrarmos em relação com o fato de nós mesmos. Seria possível o homem transcender o seu próprio pensamento? Não como criação do passado? Não como de um vir a ser no futuro? Deste funcionamento nasce a introjeção do tempo cronológico transformado em tempo psicológico. Neste tempo psicológico a origem de todo nosso sofrimento. Seria possível ao homem terminar com todo seu sofrimento exterminando este tempo psicológico do vir a ser? Krishnamurti enfatiza que em nenhum momento ou sentido ele se constitui uma autoridade, um guru, um doutrinário que apresenta à humanidade um novo sistema ou crença religiosa. Ao contrario, cabe a cada ser humano descobrir por si mesmo. Questionar tudo, se libertar de todo apego, de toda autoridade, do pensamento, da sociedade, instituições religiosas e mesmo a família no sentido psicológico como ela se apresenta. Assim se constituirá a liberdade, a felicidade, o amor. Nascido em 11 de maio de 1895 no sul da Índia, foi adotado pela Dra Besant presidente da Sociedade Teosófica que acreditava que ele seria o novo instrutor do mundo. Contudo, em 1929, Krishnamurti renunciou o papel que lhe fora destinado, dissolveu a ordem com seus seguidores devolvendo todo o dinheiro e propriedades doadas para seu trabalho. Assim, viajou pelo mundo falando para grandes audiências sobre a necessidade de uma mudança radical na humanidade até sua morte em 17 de fevereiro de 1986. Falou sobre coisas que preocupam a todos nós. Os problemas de vivermos numa sociedade moderna, violenta, corrupta e da nossa busca por segurança e libertação do medo, da dor e da tristeza, explicando com precisão todo o funcionamento da mente humana. Não vinculado a nenhuma organização ideológica, seita ou pais, apontando justamente estes fatores como causadores da separação humana e promovedores das guerras e do sofrimento. Lembrou incessantemente que antes de sermos hindus, muçulmanos, cristãos, somos seres humanos iguais e participantes de uma mesma mente humana universal. Transmitiu o respeito pela natureza e o meio ambiente dando um novo sentido à verdade. Sem dúvida, ensinamentos atemporais e universais.
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RELAÇÃO
O que é relacionamento? Você já ficou totalmente só?
Estar relacionado significa não depender do outro,não tentar escapar da própria solidão por meio do outro, não tentar encontrar conforto, companhia por intermédio do outro. Quando isto acontece o relacionamento é usar mutuamente. Para que isto não ocorra temos que resolver o problema que criamos a respeito da solidão.
A maioria dos relacionamentos estão fadados ao cansaço e ao fim e sofrimento decorrente deste aprendizado que adquirimos desde a mais tenra idade. Nossa educação familiar necessita orientar a criança e o jovem a emancipação emocional em todos os níveis a que ele se destina. As significâncias, as fantasias orientadas não à dependência e a colocação do bem estar e da felicidade na dependência emocional de qualquer objeto ou ser. Ai teremos uma verdadeira relação e não um estado de suporte para a vida.
haveria um meio de existirmos e de vivermos na qual não usemos o outro psicologicamente nem emocionalmente, não dependendo do outro como válvula de escape das nossas próprias torturas, dos nossos próprios desesperos, da nossa própria solidão? Compreender isto é a compreensão do significado do que é ser solitário.
Até resolvermos por completo o nosso problema da solidão, dessa sensação profunda de isolamento nossos relacionamentos assumem o caráter de um meio de fuga levando à compulsão e a angústia.
A compreensão da nossa solidão é a percepção sem fugas de todas as nossas ações e movimentos que giram em torno de nós mesmos.
Temos que observar a nós mesmos sem conflitos ou julgamentos, pois todo conflito é a corrupção e perda de energia.
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A RIGIDEZ HUMANA
A essência da vida é funcionar. A natureza não conhece a burocracia, sendo antagônica à qualquer tipo de rigidez. todas as leis naturais são funcionais e pródigas em variações.
O homem com sua estrutura de caráter neurótico criou leis com base em seu pensamento mecanicista. Isto separou o observador do observado, criando um tempo psicológico do vir a ser e ao preconceito que o separa da realidade presente.
O religioso, o místico e os moralistas tradicionais são fruto dessa contradição.
A estrutura humana neurótica e mecanicista tem medo da vida e das suas mudanças. Daí resulta a dificuldade humana da metamorfose da mente. Neste medo as mudanças possíveis são interpretadas como incertas. Não há o percebimento do fluxo e do entrelaçamento das funções da natureza interpretando tudo na base da culpa e do medo.
A estrutura humana neurótica e mecanicista tem baixa tolerância à incertezas. Por isto o seu radicalismo estrutural em crenças fechadas que dão a falsa segurança. Passam a vida no conforto ilusório de girar em torno dos mesmo problemas sem nunca resolvê-los. Haja visto as politicas atuais e as frequentes guerras de cunho religioso e político em função de um territorialismo de morais, pensamentos, verdades absolutas no eterno retorno humano à padrões que mudam apenas na teatralidade das suas manifestações.
Onde não há compreensão instala-se o propósito, as finalidades e subordinações e não o organismo vivo como um todo. A permanência da nebulosidade e do mistério sobre o movimento coordenado.
Nossas células nervosas se comunicam em sua multiplicidade de funções. Não há o conceito de centro superiores e sim uma cooperação harmoniosa e de percebimento individual.
“A multiplicidade e a variedade se fundem na unidade.” wilhelm Reich
A própria função regula a cooperação. Cada órgão possui o seu próprio modo de expressão e sua linguagem específica.
A linguagem expressiva específica de um órgão não é função de qualquer “centro do sistema nervoso.”
Por exemplo: ouvimos como todo o nosso organismo e não só com o ouvido.
A mitologia do cérebro dominou as ciências naturais. Antes que houvessem cérebros bilhões de organismos funcionaram durante incontáveis milênios.
Os organismos humanos em seus padrões mecanicistas, em seus padrões não funcionais desenvolveram um sadismo destrutivo que permeia e contamina todas as suas relações.
As suas correntes de energia orgonótica existentes no interior de cada célula batem em um muro como uma couraça que impede o fluxo normal. Estes impulsos funcionais são transformados assim em uma tipo de raiva destrutiva.
Segundo Reich: “Acredito seriamente que, no encouraçamento rígido e tônico do animal humano, encontramos a resposta para a pergunta sabre os seu enorme ódio destrutivo e o pensamento místico-mecanicista.”
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NOSSO MUNDO IMAGEM
Estamos e somos o tempo todo rodeados por imagens. Imagens impostas pela mídia, pela propaganda, por ideias, e comportamentos. Nós próprios somos uma imagem.
Como um ser que é, que produz e vive sobre e sob as imagens é muito importante que saibamos analisar a imagem fazendo uma leitura precisa dos significados que ela nos traz. .
Para compreender este fenômeno, o melhor possível, necessitamos despertar o nosso olhar mais critico, a nossa atitude mais reflexiva, entendendo o que a imagem nos transmite e sobretudo o sentimento que ela nos desperta.
Precisamos explorar mais a imagem que temos de nós mesmos, de uma obra ou comportamento quando a vemos em algum lugar, assim entenderemos e não nos enganaremos com tudo aquilo que vimos, não ficando presos a um só pensamento, a um só sentimento sobre um determinado assunto.
Saber ler imagens é uma exigência e necessidade do ser na sociedade e da sociedade.
Na contemporaneidade social, frente a grande quantidade de informações que nos são transmitidas qualquer educação deve ater-se ao entendimento desta linguagem visual em conexão com todos os nossos outros sentidos que não trabalham isoladamente, mas de forma integral.
A sedução da imagem pode nos assustar porque não fomos preparados para decodifica-lá e usá-la em prol da aprendizagem reflexiva. A própria imagem da sedução é algo a ser discutido. A imagem da sedução como sendo enganação. A ilusão de vendermos aquilo que não é.
O Eu Imagem
Formamos imagens o tempo todo. Esta é uma função do Eu. O nosso próprio eu é uma imagem criada e formada no cotidiano das nossas relações com a cultura, a família, com o mundo onde estamos e somos criados.
As imagens não são isoladas existindo provenientes nada. Estão sempre relacionadas. São a nossa memória, a nossa história, o nosso contexto.
As imagens são a essência das nossas relações. São as nossas próprias relações conosco, com o outro, com os objetos e com o mundo. É o nosso próprio mundo agindo criação e na manutenção do mesmo.
Por exemplo: se em um relacionamento, alguém lhe chama de estúpido. Este conceito já existe como uma imagem que está registrada no cérebro.
O pensamento assume este registro e a partir deste age.
Existindo uma outra imagem a respeito de si mesmo que contradiz esta afirmação, esta imagem se torna “ferida”. Cria-se assim a imagem ferida. Esta imagem ferida torna a essência da ação, da resposta ao sofrimento, e assim por diante numa sequência relacional.
Estas são condições do ego, do eu ou do self. É um processo que todos temos plena consciência e vivência do mesmo.
Imagem Relação
As nossas relações são a coisa mais importante de nossas vidas. Não existimos fora das relações.
A “qualidade” destas relações podem ser determinadas pela qualidade das imagens que temos acerca de nós mesmo e do mundo. O conhecimento de si mesmo é o conhecimento do mundo e das imagens que nos cercam.
Como atuaremos a partir das contradições e das qualidades contraditórias atuantes nas relações dessas imagens?
O que podemos fazer para termos qualidade relacional em nossa vida e não gastarmos uma quantidade excessiva de energia na manutenção ou luta por imagens aparentemente contraditórias.
Não apenas os insultos, mas também os elogios fazem parte desse processo relacional. E, todo elogio ou insulto são automaticamente registrados no nosso cérebro e assumidos como memória. Logo, a imagem é tanto da dor quanto do prazer.
O que podemos fazer para termos qualidade relacional em nossa vida?
Para que isto aconteça dois processos estão envolvidos:
É possível livrar o nosso “HD” cerebral de todas estas imagens contraditórias?
Impedir a manutenção das imagens como uma continuidade modificada. Dessensibilizar e neutralizar as antigas imagens para que este processo seja extirpado.
Impedir futuras dores, desprazeres e feridas causadas pela contínua reprodução e manutenção destas imagens.
Por não entendermos e que existe a contínua relação entre as imagens e que não existe uma distinção entre as feridas e os prazeres do passado e as do presente estamos continuamente repetindo-as. Todo este processo repetitivo vem do condicionamento do passado.
O observador se coloca como diferente da imagem que ele observa e neste estado de separação cria-se uma lacuna, um intervalo de tempo onde há a impossibilidade de transformação.
O observador não é diferente daquilo que ele está a observar. Não existe realmente esta separação entre observador e observado. Esta lacuna criada pelo pensamento tem sido a força da manutenção e reprodução continua imagem. Esta questão tem sido a origem do poder da imagem.
Quando existe a diferença entre o observador e a coisa observada, ocorre um intervalo de tempo no qual outras atividades acontecem.
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CONTINUIDADE MODIFICADA
Nascemos numa determinada estrutura social com suas regras, crenças, leis, políticas e tradições.
As religiões organizadas se empenham em educar-nos numa certa forma de crença condicionada. Os governos insistem em condicionar seus currais eleitorais de forma a manterem seu poderio sobre o gado. Todas as mudanças que operam ficam dentro dos limites modificados desta crença. No teatro cotidiano a humanidade continua a encenar as trágicas comédias com enredos modificados inseridos na mesma estrutura do teatro humano.
A grande maioria não encara o conceito de liberdade como algo necessário à vida.
Se colocam a disposição das crenças, dos governos ou qualquer tipo de liderança que se apresenta sem questioná-las. Afinal em suas memórias, negar a autoridade na forma como ela se apresenta é considerado perigoso.
Na ilusão de uma segurança, na covardia, na preguiça e na irresponsabilidade por nossa vida, delegamos o direito e o dever de comando das nossas vidas.
Este é o mecanismo psicológico individual e social na criação de super-heróis, salvadores e todo tipo de relação afetiva na busca de segurança.
É a educação paternalista da família tradicional que prepara o indivíduo para a segregação, a autocompaixão e o sofrimento em prol de bandeiras.
A incapacidade ou a falta de uma educação de desmame determina adultos infantilizados e prontos para a obediência, dependentes e incapazes de criar alternativas à vida.
Os movimentos individuais ou coletivos só agem de forma reativa diante das autoridades quando percebem que estes não proporcionam tal segurança.
O homem que se coloca debaixo de tais autoridades é tão fútil quanto elas. Toda as nossas tradições milenares produziram poucos homens capazes de viver de forma a não outorgar a qualquer tipo de autoridade o direito sobre si mesmos.
Estas tradições não produziram animais humanos independentes.
Na superficialidade da sua atuação produzem a dominação, o medo, a dependência, as guerras e consequentemente a desorganização.
Seus planos e propostas mascaram sua políticas de dependência.
A mente burguesa e superficial implantadas pelos séculos de condicionamento das autoridades vive com medo.
A não compreensão deste fato gera a continuidade deste medo.
E as transformações reativas vem e vão conforme as marés.
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CONTRADIÇÕES DO BRASIL DE ‘POLVOS E LULA’
O pensamento humano sofre do problema da contradição. A contradição da teoria e da prática. Contrário a todas as nossas crenças, o pensamento em contradição não é inteligente por não ter a percepção da totalidade da realidade da vida.
E as contradições da fala de Lula no Encontro Nacional do PT afastando o “volta Lula” e aclamando Dilma Rousseff como pré-candidata à reeleição desafia os dirigentes e militantes recuperem a imagem desgastada do PT. É um desafio extra em 2014 para uma campanha agora considerada difícil por Lula.
“Junto com a eleição da Dilma, nós temos que fazer um processo de recuperação da imagem do PT, mas, sobretudo, precisamos fazer uma campanha para construir uma nova utopia na cabeça de milhões e milhões de jovens brasileiros”, disse.
Qual seria esta nova utopia?
Estamos cansados da realidade das falsas utopias destituídas da prática no que tange nossa política atual. Ao primeiro vento todos os líderes do PT sucumbiram diante do enriquecimento fácil e do uso da máquina pública como um bem particular. E Lula, apesar de todos os indícios nunca soube de nada referente a vida particular dos seus companheiros. E, em seu discurso pontua a sua vida a parte das falcatruas dos fundadores petistas. Salva a si mesmo e ao partido em detrimento dos companheiros e companheiras.
“Nós criamos um partido político foi para ser diferente de tudo o que existia quando nós criamos esse partido. Esse partido não nasceu para fazer tudo o que os outros fazem. Esse partido nasceu para provar que é possível fazer política de forma mais digna, fazer política com ‘P’ maiúsculo.”
E não provou. O ônus da prova foi totalmente contra o PT em toda contradição do discurso de Lula incluindo o seu partido, o PT na igualdade dos partidos convencionais condenado todos à farinha do mesmo saco.
“Nós precisamos, então, voltar a recuperar o orgulho que foi a razão da existência desse partido em momentos muito difíceis, porque a gente às vezes não tinha panfleto para divulgar uma campanha. Hoje, parece que o dinheiro resolve tudo. Os candidatos a deputado não têm mais cabo eleitoral gratuito. É tudo uma máquina de fazer dinheiro, que está fazendo o partido ser um partido convencional.”
O que Lula deseja? Uma nova chance por ter sido traído pelos companheiros que não eram de sua confiança?
Ao condenar seus companheiros, Lula se eximir da responsabilidade política e pública salvando a si mesmo e ao PT. Por que demovemos nós lhe creditar nova confiança após dez anos no poder?
Esta é a única esperteza de Lula, ou falta de caráter ou desvio de conduta. Eximindo-se da responsabilidade das contradições do seu governo e de seus companheiros fundadores do PT, se colocando a margem de toda realidade comprovada da corrupção que faz parte da história do partido, Lula ressurge como pregador de uma nova ideologia política.
E como Lula devolverá ao PT a imagem de virgem imaculada?
Comprando uma maioria da população como nosso dinheiro público nos programas de governo que usa da máquina pública em mensalões da pobreza? Valendo-se das condições sócio-educacionais e culturas desvinculadas de uma educação política e destituídos de análise pessoal sofrem de desvio de conduta de vido as condições impostas no país da miséria humana.
Segundo estudo, os polvos são os mais espertos entre os invertebrados. E o povo poderia ser mais inteligente que o Lula, apesar de todas os prêmios e horarias recebidos por Luiz Inácio Lula da Silva.
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O BRASIL DOS BRASILEIROS
Brasil, oficialmente República Federativa do Brasil, o maior país da América do Sul e da região da América Latina. O quinto maior do mundo em área territorial (equivalente a 47% do território sul-americano) e população (com mais de 201 milhões de habitantes).
O único país onde se fala majoritariamente a língua portuguesa na América.
Uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas, em decorrência da forte imigração oriunda de variados cantos do mundo.
A maior economia da América Latina e do Hemisfério Sul, a sétima maior do mundo por PIB nominal, e a sétima maior por paridade do poder de compra (PPC).
O lar de uma diversidade de animais selvagens,ecossistemas e de vastos recursos naturais em uma grande variedade de habitats protegidos.
O que atrapalha o desenvolvimento do Brasil, e nós brasileiros?
Nós brasileiros devemos olhar mais a fundo nossa história e refletir nosso comportamento em decorrência dela para podermos elaborar um projeto desmembrado da nossa cultura e das nossas políticas atuais.
Desde a colonização portuguesa, as luso-elites brasileiras elaboraram um projeto muito claro do que é o Brasil. Uma terra, onde, a partir da exploração intensiva do trabalho dos pobres e dos recursos naturais e de uma relação patrimonialista com o Estado, seria possível reunir rapidamente grandes fortunas.
Tais fortunas seriam então usadas para reafirmar a hierarquia social através da ostentação e do clientelismo. Esta cultura se reflete e dita o comportamento de todos os brasileiros em seu cotidiano onde pobres, ricos, funcionários públicos, estudantes e as gerações jovens estão imbricadas neste sistema. E mudança de cultura é uma das causas mais difíceis , mas não impossível.
A população absorveu e absorve estes ideais dos que mandam na nação. O Brasil caminha mal por que todos querem se dar bem.
Nosso Estado ainda é montado e pensado não como fator de desenvolvimento ou estrutura de representação coletiva, mas simplesmente para manter os privilégios, o poder e a riqueza dos dominantes.
O ideal aristocrático permeia a sociedade brasileira, ideal pelo qual se busca sempre enriquecer não pelo trabalho, mas pelo rentismo (ou seja, lucro advindo de atividades não produtivas), e sempre se procurando manter a maior distância social possível entre ricos e pobres, não apenas como subproduto do modelo, mas como ideal deste.
Mesmo após o governo petista, partido dito popular do trabalhador há o aumento dessas derivações óbvias – a violência para manter a ordem social e a fratura entre uma elite pouco comprometida com a nação e a população em geral que quer o assistencialismo do estado.
Talvez em algum momento, a pressão interna ou externa seja tão forte que inste nossas elites e nossa população a mudar. Enquanto isto o “projeto Brasil” é inviável para o futuro.
Seremos sempre um “país do futuro” no engodo político e de nós mesmos.
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