ACERCA DA SOLIDÃO
O sentimento de solidão é comum todos nós humanos.
Como todos os nossos sentimentos a solidão é aprendida. É uma das forças que nos mobiliza à busca do outro e de nós mesmos.
Da solidão nasce o desejo de interação, da união, da construção de família, do surgimento das tribos, dos “rolezinhos” e todas as nossas atividades sociais.
Enquanto não colocarmos nossa total atenção neste sentimento não resolveremos tal estado. Como diz Fernando Pessoa, para viver a dois é necessário ser um.
O sentimento de solidão, a sensação condicionada deste estado nos é dada culturalmente.
Mesmo na mais íntima relação pessoal temos este sentimento de estar só. Podemos nos engajar em eventos ou relações de intensa intimidade afetiva e ainda nos sentirmos solitários.
A vida coletiva não resolve o sentimento de solidão. Mesmo no interior de grupos o sentimento de solidão pode ser muito intenso, por maior que seja o grupo. A sensação de incompletude.
As religiões moldam este aspecto colocando o homem neste mundo em um estado de busca perene. A sensação de estrangeiro, de separado de um mundo superior na simbologia de uma terra prometida.
Esta sensação de inadequação também pode ser encontrada nos mitos, folclores, lendas e contos infantis de tradição popular na busca por uma transformação, por um eldorado, por uma utopia ou estado que dê fim a este sentimento de solitude.
Em graus mais exacerbados é um sentimento característicos de certas doenças psíquicas.
E por não observarmos de onde provém todo este aprendizado, acreditamos ser algo extraterreno.
Creio que não sabemos o que é a solidão estando constantemente ocupando a nossa mente com coisas, com o passado, com lembrança, aderindo movimentos, atendendo pedidos nossos e dos outros. A mente tagarela como uma forma de fuga deste sentimento.
Pode a nossa mente passar por este estado sem julgamento? Sem o medo do abandono, do sentimento de ser um estado horrível? Sem o nervosismo ante a crença de estar em insegurança?
Para que a mente fique inteiramente livre de conflito, medo e ansiedade é necessário experimentar esse extraordinário sentimento de não relação com alguma coisa.
É este estado de não relação que provém o sentimento de solidão. O que é uma ilusão, pois ninguém consegue se imaginar num estado de nada, de não relação, de não contexto.
Tanto a sensação de solidão, quando o estado de solidão é uma ilusão do pensamento. E este sentimento é utilizado no doutrinamento de escravidão e dependência.
O medo não é algo abstrato. Ele só existe em relação específica com alguma coisa, alguma crença, com o fato, sendo ele mesmo um fato.
Quando entramos no sentimento de solidão sem o condicionamento do medo, este sentimento de solidão onde não há medo, conflito, o imensurável acontece e isto tudo desaparece.
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VISIBILIDADE DAS DIFERENÇAS
A verdade não é incontestável, pura e imutável.
A diversidade humana é o fenômeno da pluralidade humana. Sua manifestação se dá no aprendizado de regras sociais que não enfatizam o preconceito e ou a discriminação. O não conhecimento de determinado fenômeno ou a construção de regras aprendidas sobre o fenômeno como verdades imutáveis, incontestáveis e “naturais” limitam a visão do fenômeno levando ao preconceito e a discriminação.
São atitudes emocionalmente condicionadas e crenças generalizadas independentes da experiência e da razão. Ou seja, temos simpatia, antipatia por determinados comportamentos, grupos, gêneros e crenças e nos comportamos como se isto fosse algo tão “natural” e impossível de mudança.
Nosso pensamento não se comporta como o agente. É como se existisse independente de um contexto, do aprendizado e de uma construção sócio-cultural.
Esta é nossa construção do que é natural.
Surge o fenômeno da intolerância, da violência e do medo.
Não é apenas a discriminação mas a criminalização. Criminalizamos por acreditarmos que determinado fenômeno é passível de punição, culpa, condenação e da necessidade de extinção.
Este é uma das nossas problemáticas de comunicação.
Em 1905, o Dr. William James, de Harvard, disse: “A crença cria o fato.” E acrescentou: “A maior revolução de minha geração é a descoberta de que os indivíduos, ao mudarem sua atitude mental, podem mudar os aspectos externos de suas vidas.”
O respeito pelas nossas aparentes diferenças é necessário para uma sociedade mais justa que leva em conta a sua diversidade em relação à cor, gênero, deficiência, orientação sexual, crença ou idade.
A riqueza social se caracteriza pela sua pluralidade de identidades possíveis. Estas identidades não são estanques, monolíticas, e apenas biologicamente construídas.
A construção do gênero humano transcende a cultura e a biologia.
E se olhamos bem de perto, perceberemos que nossas diferenças se caracterizam mais pela diversidade do teatro do que pela essência do fato.
Iguais nas diferenças, todos sofremos dos mesmos medos. A perda da segurança, do controle, do território. A solidão humana por que enjaulamos nossos pensamentos em crenças de aparência ímpares e individualizadas que sugerem e nos prometem o ingresso ao coletivo, ao eterno, ao seguro na imutabilidade do ser. O seguir bandeiras, partidos, nacionalidades, religiões, deuses e demônios na dualidade da separação inclusiva.
Bobagens humanas em conceitos formados por crenças sobre si mesmo e seu mundo. Se para você elas são reais, você pensará, sentirá e agirá de acordo com elas.
Todos estes pensamentos e crenças serviram à nossa própria destruição, escravização, separação, guerras e isolamento. Criamos as castas financeiras e o direito ao território e a exploração humana financeira e no mundo do trabalho na impossibilidade de uma melhor distribuição dos recursos naturais.
Estas são as nossas verdadeiras diferenças na igualdade do comportamento humano. O cotidiano do nosso pensamento continua se comportando como se não fosse o grande agente de todo este processo.
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PARANOIA PETISTA
Segundo Stephen Grosz, psicanalista americano, a paranóia é uma defesa contra o sentimento de que ninguém pensa em nós.
Por mais trágico que seja sentirmo-nos traídos, perseguidos ou não gostados, é sempre melhor do que a ideia de não estarmos no pensamento de alguém.
Essa tendência evidencia-se à medida que se envelhece. Homens que foram poderosos e mulheres que foram bonitas ou com influência descobrem que o mundo os vota à indiferença.
Quem Torce Contra o Brasil
Segundo a presidente Dilma, “quem torce contra perde”.
Quem em sã consciência torceria contra o próprio país?
Na dialética petista originária da sua relação com a ditadura, todos que são contras as suas políticas são torcedores contra o país. Mesmo sendo situação continua a se colocarem como uma oposição que sofre perseguição. A oposição frente a um sujeito oculto, indeterminado ou inexistente ante a paranoia presente no discurso petista.
“Quem acha que o tempo todo é vigiado, em geral, é inseguro, possui baixa autoestima e não tem autoconfiança”, diz a psicóloga Cecília Zylberstajn, Quem tem mania de perseguição, não consegue enxergar o contexto e leva tudo para o âmbito do pessoal. Uma percepção distorcida onde a vítima não se dá conta de que apresenta a mania de perseguição. Imersa na certeza absoluta de que os outros não param de prestar atenção nela, não conseguem fazer uma autoavaliação.
Os especialistas avisam que, em exagero, o comportamento pode se tornar patológico e ser sintoma de alguma doença psiquiátrica mais séria, como o início de uma síndrome do pânico que pode requer tratamento com terapia e medicamentos.
“Tem gente que torce para o Brasil dar errado. Tem muita gente torcendo para o Brasil dar errado, é só você olhar”, disse, durante entrevista coletiva em Brasília, quando questionada se a economia pode atrapalhar a reeleição em 2014. Perguntada por um repórter se o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, é quem está contra o país, Dilma preferiu não nomear: “Não sei, não perguntei para ele.”
Este tem sido um frequente desabafo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua visão paranoica. Já criticou frontal e repetidamente os “que sempre torcem contra o Brasil”. Questionado a quem se referia, desconversou. “Vocês sabem quem torce contra.”
“Eu não vou falar porque vocês sabem quem são os que torcem contra”, contrapôs, ironizando. “Além disso, não posso revelar as minhas fontes.”
Em entrevista ao Jornal O Estão no dia seguinte à vitória da candidatura do Rio à sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o ex-presidente se colocou como o centro das atenções dos que são “anti-Brasil”.
“Possivelmente a diferença entre mim e outras pessoas no Brasil é que eu tenho de provar todo santo dia – se eu não provar as pessoas não perdoam – que o Brasil vai dar certo”, disse. “Não tem na história alguém que tenha de provar todo santo dia”, seguiu no desabafo.
Guido Mantega, atual ministro da Fazendo do governo Dilma, também apresenta a mesma síndrome. Merece enfatizar o seu tradicional comportamento irônico de reclamar muito e explicar pouco.
A cada vez que os microfones lhe são oferecidos, ele vem com pedras na mão, para atirá-las contra os que fazem previsões diferentes daquelas feitas pelo governo. Ao que parece existe esta
distorção das autoridades petistas de entender que as opiniões diferentes e eventuais críticas não têm caráter pessoal. Ao contrário do que diz a presidente Dilma e seu ministro, um outro problema a ser tratado, um governo não pode gastar indefinidamente mais do que arrecada, sob pena de ir à falência financeira e levar de roldão toda a nação. E não adianta ironizar e ironizar e desdenhar os críticos, como sempre insinuando que eles torcem contra o Brasil.
A presidente já havia se referido da mesma forma ao lançar seu projeto de baixar o valor da conta de luz, dizendo que também que “fracassaram” as previsões daqueles que “são do contra” e, segundo ela, afirmaram que o governo não conseguiria baixar o custo da conta de luz.
Mas, diante da crise de energia e o aporte dados pelo governo dado às distribuidoras de energia quem pagará será pago pelos consumidores em até 5 anos. As críticas são de que o governo postergou a solução de um problema – o ajuste das tarifas elétricas – por razões políticas, o que deve comprometer as expectativas de inflação.
A paranoia petista fica evidente diante do caso do mensalão. A prisão de Zé Dirceu, José Genoino e demais lutadores sociais foi colocada como o início de uma perseguição a toda a esquerda.
E o próprio Lula não apenas acredita que o mensalão não existiu, como disse em entrevista publicada pelo jornal norte-americano “The New York Times”, que não acredita na existência do mensalão. “Eu não acredito que o mensalão existiu”, disse Lula ao jornal.
Esta é a visão do O presidente do PT, Rui Falcão, do deputado André Vargas (PT-PR) que imitando o gesto dos condenados petistas na Ação penal 470, ao cerrar o punho ao lado do presidente do STF, diz em entrevista que “o que o Joaquim Barbosa faz é uma nítida perseguição ao PT.
A paranoia petista leva a outro comportamento bem comum á maioria dos brasileiros, a “síndrome do coitado.”
O complexo de vítima é outra armadilha emocional muito perigosa que todos devemos nos prevenir.
Em uma sociedade de maioria com formação cristã, o sentimento de sofrimento é algo muito valorizado. O que sofre é visto como mais “nobre”.O que não passa pela depuração da dor não tem o mesmo valor do que é vindo com calma e tranquilidade.
O valor que damos ao sacrifício pessoal está profundamente enraizado em valores católicos, que norteiam a sociedade e fazem com que ser vítima seja um sinal de que a pessoa é “boa”, e que outros sãos “maus”.
Essa dicotomia deve ser evitada, porque pode levar ao isolamento e a uma série de outros problemas de relacionamento.
E, frente aos acontecimentos do que vai pelas ruas e o que acontece no mundo, segundo o sociólogo Fernando Henrique Cardoso , em seu insolamento o governo petista não estaria a repetir os delírios de Maria Antonieta na Revolução Francesa?
ALIENAÇÃO
Estando no poder central, eles não se dão conta do que vai pelas ruas, nem do que acontece no mundo? Não estariam a repetir a velha história de Maria Antonieta na Revolução Francesa?
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DIA DA MULHER
História do 8 de março
no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que 8 de março seria o “Dia Internacional da Mulher”.
Uma homenagem às mulheres que morreram na fábrica de tecido no dia 08 de março de 1857. Somente em 1975 a data foi oficializada por um decreto da ONU (Organização das Nações Unidas).
A data não é apenas comemorativa. É um dia específico para que toda a sociedade reflita a mulher na sociedade.
o termo “sexo” se refere à divisão biológica em macho e fêmea. O termo “gênero” ao papel social atribuído a uma pessoa baseado em seu sexo aparente e/ou em outros fatores contingentes. O gênero transcende a dimensão biológica dos seres. Ele analisa os atributos culturais associados a cada um dos sexos e seus relacionamentos interpessoais. Uma análise do papel da mulher na sociedade transcende o sexo.
Na enorme variação de atitudes culturais, entre e dentro das sociedades, em relação ao sexo, a sexualidade e aos papéis sexuais, há a identidade de gênero, o sentimento individual de pertencer a um gênero, e a percepção de gênero como uma descrição de como o gênero de uma pessoa é percebido.
Como o sexo em sua divisão biológica nas suas variações culturais, na sua sexualidade, em seus papéis e na forma como são percebidos têm sido tratados ao colocarem-se como feminino? Está resposta é a imagem da mulher que todos criamos.
O aprendizado deste esteriótipo de mulher é parte do sistema de machismo. No contexto social o machismo se manifesta em todo tipo de ação que desequilibra a equanimidade.
A violência contra a mulher é uma violência cometida não apenas ao sexo em sua divisão biológica, mas a todo ser que assume o papel feminino na sociedade.
Mesmo com todos os avanços, esta violência se expressa de diversas maneiras e numa variedade de formas. A violência nos salários baixos, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Na exclusão do mercado de trabalho, como é o caso do transsexual, do transgênero e do travesti. E a exclusão financeira. E todos temos nossas memórias machistas que entram em ação.
O Machismo Feminino
“Muitas mulheres “não conseguem se ver fora da órbita do homem” e são dependentes da aprovação e do desejo masculino.”
No último século as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar, tomar anticoncepcionais, usar biquíni e a independência profissional.
Mas ainda são vítimas de seu próprio machismo. A maioria ainda não consegue viver fora da órbita do homem. São emocionalmente, financeiramente e psicologicamente dependentes da aprovação e do desejo masculino.
Esta construção do feminino observamos na orientação que independe do sexo biológico.
Apesar de terem conquistado espaço no ambiente profissional desde os anos 80, e no setor acadêmico e político, o pior do machismo no Brasil sobrevive da educação que as mulheres transmitem para os seus filhos. Elas são formadoras dos preconceitos masculinos. Quando colocam o homem como dependentes do seu serviço doméstico, proíbem os filhos ou os maridos de realizarem a manutenção cotidiana da casa. Quando proíbem que as meninas exerçam a naturalidade da sua sexualidade.
Acabam atuando de forma ambivalente. Na vida pública o comportamento liberal e competitivo e aparentemente tolerante. Na vida privada exercem as mesmas morais aprendidas pelas mães. O machismo das nossas mulheres é ainda mais evidente nas classes menos educadas e nas famílias tradição e propriedade.
Alguns fatores contribuem bastante para que ainda haja tantas mulheres com este tipo de pensamento, que vão desde a velha mídia e suas ações que reforçam uma série de estereótipos até a influência da família. Boa parte das mulheres machistas não se reconhece como tal, mas reproduz uma série de clichês que são fundamentados em idéias bastante preconceituosas.
E o que as mulheres querem? O que os homens querem?
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A FUGA DO ESSENCIAL
A maioria das filosofias e construções sobre a infelicidade humana é uma fuga do essencial.
Tudo o que o homem necessita saber sobre si mesmo está contido em sua memória celular. Como um organismo cada célula do corpo possui esta memória não tendo esta visão de centros hierárquicos com mais importância em relação a outros. Cada célula age de forma a manifestar o todo. A ideia de centros cerebrais que governam o corpo é uma ilusão. Foi uma construção do pensamento que supervalorizou, setorizou e hierarquizou o cérebro em detrimento do corpo como um todo.
Esta mesma ideia delega poderes dentro do contexto social de hierarquias e governos como centros nervosos que submetem a maioria a um doutrinamento de escravidão e submissão.
O trabalhador tem o que necessita em suas mãos para ser verdadeiramente livre. Por ser condicionado ao sofrimento, ao engano, ao medo, na busca por falsas seguranças deu este poder à um senhor. Submeteu-se as hierarquias das autoridades. As autoridades no seu comportamento mecanicista submeteu os trabalhadores à escravidão.
Durante milhares de anos instituições poderosas pregam que a submissão as hierarquias é a única forma correta de viver. O prazer pela vida e o trabalho se tornaram decorrente de uma culpa em relação a algo pecaminoso na estrutura humana.
O holocausto de pensamentos confusos nos programas e ideologias que cedo ou tarde fracassam, causam a violência e a crueldade nos jogos de acusações e condenações. Poderíamos funcionar de outra forma?
Fugindo desta problemática o homem tem repetido este padrão de pensamento criando todo este cenário de moralidades e psicologismos artificiais. Cenário de falsas adaptações culturais nas psicanálises, na fraude de classes, nas religiões fabricadas que exacerbam a culpa e o medo e vendem soluções mais caras que a funcionalidade natural da vida. Todas estas políticas governamentais e sacerdotais manifestam-se ditatoriais.
E o homem continua a fugir de si mesmo sendo governado por estas memórias e não pela sua auto-regulação natural.
Observamos este fato nos discursos governamentais de todo tipo de autoridade e em nós mesmos nesta dualidade entre o que teoricamente falamos e praticamos. Este fato ainda é um dos nossos grandes problemas na construção da nossa educação formal e informal.
O governo prega a luta contra a inflação e ao mesmo tempo incentiva o consumo. O próprio governo causa a inflação em seu excesso de gastos e luxos por se acharem no direito a tal. Não necessitamos de estadistas que usam o poder para fortalecer seu mando pessoal.
A verdadeira revolução é pessoal e individual. Esta mudanças tem que serem automáticas e não na construção de uma perspectiva de um tempo psicológico de transformação. A não aceitação de espelhos que refletem apenas nosso ego e o ego de líderes populistas.
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UMA POLÍTICA SEXUAL
Todas as políticas sexuais apresentadas para a humanidade são repressoras com base em mitologias disfuncionais. Servem apenas aos grupos que pretendem o poder por meio da concentração da propriedade e dos meios de produção. São estes grupos os governos e as religiões.
Todos pregam a ideologia do ascetismo extra-conjugal e a permanência do casamento monogâmico.
Estes são os pontos de confluência entre o Estado e a Religião organizada que dão base a organização econômica e sexual. Dai surge a propriedade privada, a divisão de classes originária a partir das formas de organização social.
São as neuroses com tendências possessivas e da acumulação de bens. Esta é a origem de umas das primeiras contradições na comunidade humana.
Isto não é novidade, pois muitos já fizeram estas observações.
A primeira divisão de classes na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher no casamento monogâmico, caracterizado juntamente com a escravidão e a propriedade privada na qual o desenvolvimento e a prosperidade de alguns se fazem a custa da infelicidade e opressão de outros.
Na célula familiar podemos observar todos estes fenômenos.
A ética de uma liberdade sexual natural é incompatível com a moral capitalista e dos meios de exploração.
Nossa cultura sexual possui uma moral que julga a partir da propriedade privada. A monogamia é originária da concentração de riqueza nas mãos de um único homem. A imposição monogâmica é produto subsequente dessa relação. esta organização social consiste na restrição e repressão da liberdade genital.
Assim, é fato que na sociedade capitalista a maioria de seus membros se vê forçado a viver um regime desequilibrado. Este desiquilíbrio afeta as funções básicas da humanidade, alimentação e o sexo. Vive-se um regime alimentar desordenado e economicamente desequilibrado, e um regime sexual economicamente negativo. Os nossos comportamentos nestas áreas são disfuncionais por ser substitutos do que é biologicamente natural.
Nossa educação trabalha a a domesticação e a incapacitação da utilização de possibilidades.
Promovem a privação que provoca sensações excessivamente penosas. Nosso mecanismo psíquico trabalha com substitutos do alívio das tensões que resultam as neuroses, as patologias e os fenômenos anti-sociais.
E não vemos mudanças sociais quando se considera que na sociedade de consumo que depende da força de trabalho de indivíduos que desviam sua energia sexual em favor da produção. A miséria e a compulsão sexual se torna produtora da regulamentação normativa da vida sexual derivada apenas dos interesses econômicos da economia privada.
A relação entre opressão sexual e a opressão da vida material abrange apenas as classes dominadas. As privações de alimentação e o déficit de habitação se impõem ao proletariado que diante deste fato e das suas neuroses não consegue visualizar alternativas a estas restrições. Criam e sustentam as imagens de salvadores e de pendências políticas e religiosas.
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CRIOEVOLUCIONISMO RACIAL
A taxa de homicídio de negros no Ceará é três vezes superior à de não negros, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “O negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele. Tais discriminações combinadas podem explicar a maior prevalência de homicídios de negros em comparação com o resto da população”, afirma o documento.
O mundo como ilusão de ótica moral é vitimado na realidade dos dados. E para que necessitamos de tantos dados se a realidade como nos é apresentada nas falsas crenças democráticas hoje batizadas de democracia racial, ou políticas afirmativas?
A apresentação de grandes verdades que tendem à extinção como os grandes dinossauros, e a contínua manutenção do que nos é mais intrínseco. Nosso sentimento de segregação presente nas leis.
Mesmo as grandes democracias necessitam da hierarquia das pirâmides sociais. O que negros, brancos, mestiços necessitam entender que a maior de todas as segregações sempre foi a financeira.
O que levou a tal sentimento?
A posse, o território, a terra, as riquezas que esta representa. Desde sentimento surgiram todos os outros, o religioso, o racial, o escravo, o súdito, os reis e os sacerdotes.
Que este sentimento tenha se volatizado nas ideologias, no mundo das idéias, assim como se volatizou o dinheiro no virtualismo dos mercados, escondendo a sua real necessidade de existência no trabalho escravo da maioria que produz as riquezas necessárias à manutenção das sociedades, independentes do seu formato político, religioso, moral organizacional. Em essência todas possuem a mesma origem e manutenção. Não necessitamos de dados para chegarmos a este fato. Basta observamos a História humanidade.
A santidade, a pureza, a matriz que sempre escondeu na sua essência o conceito da separação e do direito à segregação, escravidão e domínio.
Mas, não sejamos trágicos e pessimistas diante de tal fato psicológico da humanidade que usa de mil subterfúgios para justificar um instinto que luta para não seja extinto e promove apenas a decadência.
Foi este mesmo instinto que nos protegeu e nos outorgou o direito enquanto humanos a acreditarmos e sermos o topo da pirâmide evolucionista na cadeia alimentar. Uma forma científica de dizermos que somos o auge da criação divina no universo. Um instinto, uma paixão que se casa com a inteligência e se torna mais que espiritualizada.
Apesar dos discurso de líderes religiosos e dos governos pela paz e contra a pobreza no mundo, o que observamos ainda é apenas os discursos desprovidos de ação.
Neste aspecto a fé e a esperança é um mal. Ela se apresenta como um tempo por devir mascarando anos de repetição histórica de um mesmo fenômeno. Não traz real mudança.
Acreditarmos num tempo psicológico destituído de realidade. Diante de um fato não é necessário ter fé. Diante do fato é necessário ter ações concretas. Enquanto discutimos razões políticas, teológicas e planos governamentais, o mundo continua seu caminho nos mesmos trilhos psicológicos da barbárie.
Os velhos mitos tão arraigados e incutidos em nossa consciência nos governam sem termos um momento de lucidez e observarmos o nosso próprio comportamento diante deste arcaico sistema.
Crioevolucionismo: a junção das velhas teorias ou uma nova teoria?
De que adianta você saber, mesmo que em fantasias científicas ou religiosas de onde você veio se você não possui a liberdade para criar seu próprio caminho.
Todas as teorias de origem apenas mascararam as ideologias dos fins a que temos servido. Produto do pensamento humano. Falácias sem importância que servem apenas à dominação e escravidão.
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FELIZ 2014 SENDO UMA LUZ PARA SI MESMO
É possível desejar o que se têm?
Todo início de ano, a práxis, nossos desejos pelo que há de vir.
Numa visão schopenhaueriana, o nosso mundo como vontade e representação necessita que esta vontade reconheça a si mesma com uma clareza e precisão como se olhasse num espelho. Em Schopenhauer a vontade é uma tendência irresistível encontrada tanto na natureza orgânica quanto na inorgânica.
A consciência do seu querer é dada pelo acréscimo do mundo da representação.
A vontade adquire tanto a consciência do seu querer quanto do objeto do seu desejo.
Neste aspecto o reconhecimento do objeto e do desejo nada mais é que o reconhecimento do mundo e da vida como são. A vontade é o substantivo da vida, a coisa em si, a essência do mundo, sendo o fenômeno o seu espelho. Vontade e vida andam juntas na mesma inseparabilidade que a sombra acompanha o corpo.
Seria uma estupidez desejarmos a vida com todas as nuances e significados do que a consideramos como tal, bem como a morte. Assim, toda natureza é o fenômeno da vontade de viver, e o homem a própria natureza cônscio de si no mais alto grau da vontade de viver objetivada. A manifestação deste fenômeno é no tempo e no espaço tendo a causalidade como processo.
“Natura non contristatur. (a natureza não se contrista)”.
Nascimento e morte são condições inerentes a vida e essenciais ao fenômeno da vontade. Nossos desejos são apenas a vontade da manutenção do nosso status quo. Um ritual vazio onde a afecção que prevalece é o nosso medo. Como diz Gonzaguinha: “Ninguém quer a morte, só saúde e sorte”.
À vontade como a substância do fenômeno é livre. Não está submetida a nenhum conceito de necessidade. Não está submetida a nenhum fenômeno da razão apesar de poder ser inteligível. A vontade não se modifica apenas o seu conhecimento.
Assim a liberdade é um conceito de negação.
Não nos libertamos da vontade, apenas dos modos como a objetivamos. Resta apenas voltarmos a Schopenhauer verificando esta faculdade de deliberação humana no que tange aos seus aspectos de modos operantes no seu mundo representacional.
Por possuir esta faculdade deliberativa o homem sofre mais do que o animal, pois nossas maiores dores não se encontram no presente sobre a forma de representações intuitivas, ou de sensações imediatas, mas nas nossas noções abstratas de pensamentos torturantes que ao que parece os animais não possuem podendo assim viver num estado de quietação.
Talvez devêssemos neste momento separar a vontade como coisa em si do desejo e da necessidade.
Nesta tríade observarmos qual o valor na manutenção ou não dos nossos conceitos de necessidades.
Entrarmos num novo ano com a clareza plena do que desejamos. Deste ponto traçarmos uma reta, a meta prática nesta metafísica do desejo objetivado neste mundo como representante da nossa vontade.
A práxis sendo a reflexão e ação dos homens sobre o mundo objetivando transformá-lo. Não façamos desta ação algo preso no tempo psicológico. O tempo psicológico é o maior engodo do nosso sistema de pensamento. É o vir a ser apresentado de diversas formas nas ideologias, religiões e muitos conceitos filosóficos e científicos como o da evolução. Prende a ação e não causa nenhum tipo de mutação.
Ante ao perigo a ação deve ser imediata. Uma ação reflexiva com retorno imediato. Psicologicamente a humanidade é condicionada à obediência e a aceitação de toda autoridade. A dependência de governos, representantes de Deus e toda espécie de intermediadores que geram a burocracia psicológica e a manutenção do mesmo em discursos, teorias e promessas de mudanças mantenedoras do mesmo sistema do pensamento
Tendo a clareza do que você é, sua representação neste sistema você pode transcendê-lo, sendo um ponto de mutação para os demais.
Seja luz para você mesmo e clareia uma nova era.
Feliz 2014!
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O BIGODE FILOSÓFICO: A CONSCIÊNCIA
Provérbios 23:7 diz que assim como um homem “pensa no coração, ele é”.
Mateus 9:29, Jesus diz: “Segundo a tua fé, (será feito) em ti.”
Talvez a mais importante de todas as leis mentais seja a Lei da Crença.
Segundo esta lei, tudo aquilo em que se acredita com convicção torna-se real.
Você não acredita no que vê; você vê aquilo em que acredita. Na realidade, enxerga seu mundo através de uma lente de crenças, atitudes, preconceitos e idéias preconcebidas.
O preconceito são as nossas memória aprendidas que servem de construção do nosso eu, A mesma memória que nos dá a trilha comportamental produz a falsa ilusão de um ser independente, O eu existe nas relações de contexto, sendo uma ilusão necessária ao nosso estado de consciência. A nossa consciência é um conjunto de memórias instintos.
Alcançar o estado de “divina existência” se dá pelo caminho da negação do eu.
O eu é uma ilusão, um erro das causas imaginárias.
Dessa forma as ciências começam a chegar na ideia central do Budismo. Penso, logo não existo!
E os neurologistas e psicólogos andam concordando com os budistas.
Quanto mais os cientistas, filósofos, cientistas cognitivos e as áreas da neurociência mergulham no mistério da consciência humana, criam teorias que desmontam a ideia cartesiana de que existe existe uma consciência independente, separada do mundo, localizada algum lugar dentro do nosso cérebro , fazendo uso seu livre-arbítrio ao fazer escolhas e viver a vida.
O que ocorre na realidade é que nossa mente abrigaria uma profusão de diferentes “eus”. “Eus” que disputam espaço entre si, executam ações especializadas sem que saibamos e, mas impressionante, nos mantêm na ilusão de que somos “apenas um”.
Na verdade, idéias assim não são novas. Além do budismo, diversas tradições orientais, já ressaltavam o abismo entre as ideia e a ideia que temos da realidade.
Nietzsche abordou este ponto de vista em seu livro Crepúsculo dos Ídolos, colocando este aspecto como um dos quatro erros humanos.
Figurado e santificado por todos nós desde os primórdios hábitos da humanidade, toda proposição formulada pela religião ou pela moral encerra este erro. Sacerdotes e legisladores da moral são os grandes promotores dessa perversão do pensamento.
O perigoso erro da confusão entre a causa e o efeito, um perigoso erro considerado como a verdadeira perversão da razão. O mundo fantasmagórico do interior humano.
O erro das causalidade falsas encerrado dentro do organismo como, os motivos, a vontade e um eu que justifique a existência do livre arbítrio.
O erro das causa imaginárias, pois para nós não basta que experimentemos um fato, é necessário se não lhe outorgarmos uma motivo ou motivação.
O que é a consciência senão esta sucessão de idéias que disputam entre si um espaço no ato do pensamento. Hábitos que atrapalham a observação de um fato e impendem a investigação.
O “eu” unificado e separado das experiências é um conceito que ajuda a entender a relidade. Pode ser comparado à idéia de centro de gravidade, da física; embora não exista uma “coisa” centro de gravidade.
A crença de um eu separado ou unificado é mais uma idiossincrasia do pensamento. Este mesmo pensamento que faz uso deste sintoma e esconde a realidade do que tem sido e como tem funcionado a humanidade a séculos girando em torno deste sistema do pensamento.
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NARCISISMO E AUTOIMAGEM DISTORCIDA
ESPELHO, ESPELHO MEU!
Muito estudado pelos psicólogos, o mito de Narciso é fonte de muita inspiração e trabalhos científicos.
A história de Narciso na mitologia grega e a ninfa Eco, uma tagarela incorrigível, punida por Hera, para que sempre repetisse os últimos sons que ouvisse. Eco, acompanhava Narciso admirando sua beleza sem nunca deixar que ele a notasse.
Narciso, passeando pelos bosques e suspeitando de que estava sendo seguido, perguntou: “quem está aí?”. E ouviu: “Alguém aí?” Então, ele gritou novamente: “Por que foges de mim?”. E ouviu “foges de mim”. Até dizer “Juntemo-nos aqui” e ter como resposta “juntemo-nos aqui”.
Toda essa repetição acabou deixando Narciso angustiado por desejar amar algo que não poderia ver.
Entristecido, Narciso foi à beira de um lago e deparou-se com sua imagem nos reflexos da água. Como nunca antes havia se olhado (pois sua mãe foi recomendada a não permitir que isso ocorresse), enamorou-se perdidamente, acreditando ser a pessoa com quem estava “dialogando”.
Imergindo nas águas no intento de ter a pessoa refletida na água, acabou morrendo afogado.
O comportamento narcisista é explicado na reverberação do alter ego em alusão a ninfa Eco. Na busca do outro fora de si mesmo, mas sempre como um retorno a si mesmo.
O egoísmo que reverbera na relação com a nossa necessidade de preenchimento do vazio libidinal e a forma como redirecionamos nossas pulsões sexuais.
No narcismo moderno, o direcionamento exagerado na aquisição de bens, um individualismo exacerbado, recebe o rotulo de “sociedade narcisista”.
O exagero na busca deste padrão gera sofrimento.
E narcisismo exagerado na busca da beleza também gera muito stress e sérios problemas de saúde física e mental.
Na maioria das vezes a forma como nos enxergamos no espelho não condiz com a realidade.
E sempre gostaríamos de se mais bonitos, mais magros ou mais musculosos do que de fato somos. Quando esse desejo é levado ao extremo, há uma distorção da imagem que fazemos de nós mesmos. A autoimagem distorcida é causa de transtornos como anorexia, bulimia e vigorexia, condições que, sem tratamento, colocam a vida em perigo.
Um estudo conduzido pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, concluiu que o narcisismo pode ter efeitos negativos sobre a saúde dos homens.
Os participantes responderam um questionário com 40 perguntas que medem cinco componentes dos traços de personalidade.
Há grande possibilidades do aumento de problemas cardiorrespiratórios, ao medir os níveis de cortisol – substância que indica presença de estresse fisiológico – em 106 estudantes.
A conclusão que os efeitos mais tóxicos do narcisismo foram associados com maiores níveis de cortisol nos participantes do sexo masculino, mas não em mulheres.
Pesquisas anteriores mostram que o narcisismo não só pode influenciar o modo como as pessoas respondem a eventos estressantes, mas também pode afetar a forma como eles respondem às suas rotinas diárias e interações, afirmou Sara Konrath, psicóloga da universidade e coautora do estudo.
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