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O PODER BLACK E O OBSERVATÓRIO DA POPULAÇÃO NEGRA

Tuesday, 05 November 2013 by Mika Rodrigues

Joaquim-BarbosaA Secretaria de Assuntos Estratégicos –SAE, em parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares, com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racional e a Fundação Getúlio Vargas está produzindo o primeiro banco de dados nacional sobre a população negra no Brasil.

No dia 21 de março foi lançado o “Observatório da População Negra”, com um  banco de dados, com informações sobre o mercado de trabalho para a população negra, distribuição de renda, demografia, acesso à informação, habitação, estrutura familiar e educação, entre outras.

No Brasil, 51% da população são formados por negros.

As informações levantados  mostram que, apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país.

A carne mais barata do mercado ainda é a carne negra, com apenas 20%  dos negros  brasileiros ganham mais de dez salários mínimos.

No quesito educação, a população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país. E de acordo com o quadro com base em dados da  PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar), 13% dos negros com idade a partir de 15 anos ainda são analfabetos.

Na soma total de todas as raças, o percentual chega a 10% de analfabetos no país.

Mas, o maior percentual de analfabetismo entre a população negra está registrado no Nordeste, 21%. Depois vêm o Norte e o Sul, abaixo da média, cada um com 10%, seguidos da região Centro Oeste, 9% e do Sudeste, com 8%.

Fica claro que está na hora da nossa maior representação populacional ir  a luta em prol de mais politicas públicas que mudem esta realidade no nosso país.

E com certeza o maior sofrimento é em relação ao mercado financeiro, e a inclusão se dá por este mecanismo.

O dinheiro não tem cor, bandeira, orientação sexual, religião ou raça.

LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.

Art. 1o  Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

No discurso e nas leis temos tudo instituído. Necessitamos de uma representação e cobrança mais efetiva.

Os negros e todas as minorias devem sair da sua situação de vitimização e mediante o conhecimento partir para a cobrança junto as autoridades e instituições, quer públicas ou privadas para obterem o mesmo tratamento como ser humano.

Consciência NegraPoder Black
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O POLÍTICO IDEAL E O IDEAL POLÍTICO

Tuesday, 05 November 2013 by Mika Rodrigues

“Que época tão terrível é esta onde uns idiotas conduzem a uns cegos.” William Shakespeare


Lula diz que ‘político ideal não existe, que a mídia avacalha com os políticos e com a política e a sociedade  criminaliza a política.

Tudo isto pode ser um fato. E é fato também que quem criminaliza, avacalha com a política são as políticas dos partidos mediante os seus representantes. Uma total inversão de valores. Elegemos nossos representantes na espera que sejam   funcionários responsáveis na defesa e manutenção do que é mais básico para o funcionamento e e objetivo de toda sociedade. O que temos visto e sentido ao longo desses anos todos de políticas pelo mundo e especificamente no nosso país. A construção de uma  política  e ,primando o pragmatismo dos partidos e dos candidatos. Vivem um mundo totalmente isolado da situação da população e quando são cobrados, apresentam este discursos culpabilizando o povo que o elegeu.

O discurso demagogo em épocas de reeleição em nada mudou.

Se em suas promessas quando não era governo apresentou-se como o político ideal, parafraseando o próprio discurso do Lula, aquele cara sabido, probo, irretocável do ponto de vista do comportamento ético e moral., esse político, que a não só a  imprensa vende que existe, mas que os partidos e os políticos vendem,  não existe.

Talvez , quem sabe este político  ainda exista e esteja dentro de mim ou de você. Mas, quando em contato com a polícia atual acaba sendo destruído.

Então, nos momentos mais difíceis, ao invés de nós desistirmos nos vendendo por parcas bolsas, assumamos  a política  mudando o que é necessário,  não votando mais em nenhum destes candidatos e partidos que tiveram a sua oportunidade e mostraram-se participantes das mesmas políticas do poder pelo poder, em detrimento das condições da maioria. Legislam para o mercado por terem se vendido para ele. Continuam usando dos mesmos problemas (educação, saneamento básico, saúde, segurança) como moeda de troca de plataformas e promessas de campanha. E o pouco que fazem sendo nada mais que a sua obrigação enquanto funcionário do povo, ficam se engrandecendo.

Os anos de política e de político tornam um político mais sábio ou no direito de justificar-se perante sua história?

Que não existe político ideal não necessitamos de tanto tempo para esta conclusão. Muito menos em relação as políticas que temos sido obrigados a engolir.

As políticas mundiais são uma preocupação com o mercado, não importando se são liberais, neoliberais ou pós-neoliberais.

As palavras como sintomas de uma realidade que vai além do discurso. E neste ponto os “bons” políticos possuem o dom da retórica.

Quando os políticos realmente entrarem em contato com a sua violência política na luta pelo poder tomarão atitudes sem as promessas falsas com base neste romantismo platônico de ideais imaginários em falácias egocêntricas pela manutenção do poder no status de deuses a serem adorados.

Quando os jovens assumirem a política como sua, desconstruindo os mitos da dependência a deuses ou heróis, e a necessidade de seguir a partidos ou ideologias que são construção do pensamento humano e não o contato com o fato.

Diante da probabilidade de um câncer, seguir na política  a atitude de Angelina Jolie,  e amputar toda e qualquer possibilidade de seios contaminados no Congresso  para podermos ver uma nova geração florescer.

Devemos refletir o fato e não mais as ideologias.

Olhar com objetividade as questões profundas que acontecem a séculos no mundo requer uma mente liberta de todos os atuais padrões sociais.

Os velhos padrões morais e religiosos devem entrar para a história e desapareceram.

Questionar ainda a finalidade da educação, e a finalidade do próprio homem e todo este tribalismo mundial que levará o homem a comer insetos se quiser sobreviver.

O novo só pode surgir com a negação positiva e não mais com a asserção negativa.

Não temos mais que temer pôr fim ao velho. E nem traduzir o novo em termos do velho.

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O PAPA E O PODER BLACK

Friday, 01 November 2013 by Mika Rodrigues
No mês da consciência negra, podemos observar a situação dos negros pelo mundo. Cinco séculos de intensa  crueldade dos métodos utilizados pelos opressores. A servidão dos negros foi o crime o mais hediondo dos tempos modernos. Mas, apesar do horror, este crime nunca foi punido. Pelo contrário, a Europa está pedindo à África que reconheça os benefícios da colonização. Ao mesmo tempo, o artigo 4 da lei de 23 feveiro 2005 da Assembléia Nacional Francesa determina que se de ênfase ao papel positivo da colonização nos currículos. Atitudes deste tipo ilumina bem a condição do Negro no mundo moderno, desde o século dezoito, pelo menos.
O modo de produção capitalista prioriza os homens e as raças de acordo com seus talentos e suas contribuições intelectuais ou técnicas à economia.Segundo estudo da diáspora africana, para legitimar a escravidão, o capitalismo usa o argumento da “inferioridade congênita” do Negro.
Argumento que reaparece cada vez que o capitalismo tenta  acelerar o processo de acumulação ou de superar uma crise sistêmica.
É o que aconteceu durante os últimos anos, apesar do fato de que as lutas nacionais de libertação e as independências africanas conseguiram afirmar a humanidade dos Negros e a historicidade das sociedades africanas.
Os movimentos de reforma ou de revolução social na África apareceram como portadores de um ideal de transformação qualitativa da Condição Negra em nome da retomada da iniciativa histórica. Isso implicou a exigência de ruptura e de saída do Império. Mas, os movimentos conservadores como a Negritude e o Pós-colonialismo encararam o destino do Negro no seio do Império.E o sul da Itália hoje é uma das principais rotas de entrada de refugiados do Norte da África em direção à Europa.

 Papa Francisco defende o direito dos imigrantes

Papa Francisco defende o direito dos imigrante

Este foi um dos motivos de defesa do Papa Francisco em  visita  a  cidade de Lampedusa, ao Sul da Itália, uma das principais rotas de entrada de refugiados do Norte da África em direção à Europa. Pediu  aos países que acolham e respeitem os refugiados. “Os migrantes e refugiados não são peões no tabuleiro de xadrez da humanidade”, disse o papa em carta enviada a instituições governamentais e internacionais, como a ONU.

A costa do Mediterrâneo naquela região é digna de uma versão contemporânea do inferno de Dante. Nos poucos mais de 100 quilômetros de mar que dividem a Europa do Norte da África já morreram milhares de pessoas. A maioria delas em função dos naufrágios das precárias embarcações, mas parte faleciam por falta de água e comida, enquanto ficavam à deriva no mar.

Francisco, que faz da defesa dos pobres e vulneráveis a principal marca do seu pontificado, disse em mensagem por ocasião do Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados que precisa haver uma mudança de atitude por parte dos países anfitriões.

“São crianças, mulheres e homens que deixam ou são forçados a deixar suas casas por várias razões, que partilham de um desejo legítimo de saberem e terem, mas acima de tudo de serem mais.”

O papa também repetiu sua condenação ao “trabalho escravo” e ao tráfico humano, ampliando sua crítica à “cultura descartável” — termo que ele tem usado para descrever uma sociedade em que os improdutivos, como os idosos, são negligenciados como objetos que perderam a utilidade.

“Não de forma infrequente, a chegada de imigrantes, pessoas desalojadas, candidatos a asilo e refugiados dá margem a suspeita e hostilidade. Há um temor de que a sociedade se torne menos segura, que a identidade e a cultura se percam, que a concorrência por empregos se torne mais forte, e que mesmo a atividade criminal aumente.”

Na mensagem, Francisco recriminou empresas que exploram imigrantes e refugiados, muitos deles trabalhando em troca de baixos salários diários em lavouras e fábricas clandestinas da Itália e outros lugares da Europa.

“Particularmente perturbadoras são essas situações onde a migração é não só involuntária, como na verdade acionada por várias formas de tráfico humano e escravização. Hoje em dia, ‘trabalho escravo’ é uma moeda comum”, afirmou o papa.

Na sua primeira viagem para fora de Roma desde a eleição como papa, ocorrida em março, Francisco foi à ilha de Lampedusa, no sul da Itália, para chamar a atenção do drama de milhares de refugiados e migrantes que desembarcam por lá todos os anos.

“Uma mudança de atitude com relação aos migrantes e refugiados é necessária por parte de todos, afastando-nos das atitudes de defesa e medo, indiferença e marginalização – todas típicas de uma cultura descartável -, no sentido de atitudes baseadas em uma cultura do encontro, a única cultura capaz de construir um mundo melhor, mais justo e fraterno”, disse o pontífice na mensagem.

“O desenvolvimento não pode ser reduzido só ao crescimento econômico, muitas vezes obtido sem um pensamento pelos pobres e vulneráveis.”

Black PowerConsciência NegraLampedusapapa Francisco
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NOVEMBRO AZUL

Thursday, 31 October 2013 by Mika Rodrigues

O mês de outubro teve suas atenções voltadas para os cuidados de prevenção do câncer de mama, o principal tipo de câncer entre as mulheres. Com a chegada do mês de novembro, é a vez de a campanha “Novembro Azul” alertar os homens sobre os riscos da próstata.

A incidência do câncer de próstata é alta entre os homens principalmente pelo preconceito ainda presente em relação ao exame de toque. Dados do Ministério da Saúde apontam que a doença atinge 50 mil homens e mata mais de 12 mil a cada ano.

Foto: Divulgação

Tendo em vista esta realidade, a campanha “Novembro Azul” foi criada em 2003 na Austrália e o dia 17 do mesmo mês passou a ser considerado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.

O câncer de pele não-melanoma é o único tipo de câncer que afeta mais os homens que o de próstata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O diagnóstico no início da doença facilita o tratamento e reduz o risco de morte.

Por isso, especialistas recomendam que homens com idade superior a 45 anos realizem o exame de toque retal e o PSA (Antígeno Prostático Específico) anualmente. Se você tem medo de fazer o exame de toque e perder a virilidade, saiba que isso não se passa de um mito. A perda da virilidade só é um risco para aqueles que deixam a doença se desenvolver por terem um diagnóstico tardio.

FONTE

Leia também:

– Você, homem, também faz o autoexame?

Câncer de PróstataNovembro Azul
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A EDUCAÇÃO O INDIVIDUO E OS GOVERNOS

Wednesday, 30 October 2013 by Mika Rodrigues

Fala-se tanto em educação como a solução para todos os problemas da nação que sua generalização continua na amplitude dos discursos e na distância de uma política efetiva que resolva esta realidade no Brasil. Um país gigante, tão grande quanto a carga tributária e os juros da dívida pública e gastos faraônicos do governo. E a educação como moeda de troca de governos que preferem a maioria com a canga do analfabetismo, da falta de senso crítico e informação para que não questionem seus discursos  populistas. Infelizmente a educação da maioria deste país se reflete na frase famosa do nosso ex-presidente:

“Minha mãe não sabia fazer o ‘ó’ com o copo.”

Lula  em entrevista para o livro Lula, o filho do Brasil.

E para fechar o diagnóstico:

“Temos que saber se as crianças estão aprendendo. O resultado não é nada promissor.”

E houve o aumento do analfabetismo no país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nordeste tem as piores taxas  e os piores índices, concentrando mais da metade dos analfabetos do país. Seria mera coincidência ser o grande curral eleitoral do PT? O local de maior assistencialismo, péssimo índice de desenvolvimento, violência e turismo sexual infantil. O Nordeste concentra mais da metade dos analfabetos do País registrando índices de analfabetismo de 16,9% entre a população com mais de 15 anos.

Fábio Rodrigues Pozzebom/AgBr De acordo com a pesquisa, o número de pessoas com mais de 15 anos que não conseguem sequer escrever um bilhete diminui apenas 1,1% em relação a 2009

Fábio Rodrigues Pozzebom/AgBr
De acordo com a pesquisa, o número de pessoas com mais de 15 anos que não conseguem sequer escrever um bilhete diminui apenas 1,1% em relação a 2009

O que fazer diante de tão alarmante diagnóstico?

E ao contrário do que o governo diz, não é por falta de dinheiro.

Será que nós brasileiros não queremos a educação e preferimos ficar sob o domínio da política atual?

A educação com certeza é a única forma de libertação da demagogia ao converter pessoas em cidadãos com capacidade de questionamento e escolha.  Educar tira o homem da condição de violência cotidiana, da violência das instituições e do Estado. Amplia as condições de saúde do povo. Redime o indivíduo das situações de dependência e assistencialismo, transferido de forma verdadeira a responsabilidade pela sua vida. Tudo o que fazemos tem que passar pela educação, desde o momento que somos colocados neste mundo. A educação não é apenas um conceito formal. Está em todos os setores da sociedade, na família, nas relações de trabalho e na inclusão no mercado financeiro.

Contudo, cada indivíduo não pode mais delegar este poder ao Estado, a governos, apesar de todas as dificuldades que historicamente temos enfrentado.


Analfabetismoeducação
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ESQUERDA DE DIREITA

Saturday, 26 October 2013 by Mika Rodrigues

Primeiro era esquerda, depois virou direita e agora parece que endireitou mais ainda.

Esta é a sensação que temos do governo petista e da presidente candidata a reeleição, Dilma Rousseff.

A verdade que na política atual não temos mais esta polarização do que é esquerda e direita. Os ventos do pragmatismo sopram nos ouvidos dos candidatos e de todos os partidos. Mesmo para aqueles que não saíram oficialmente de um projeto, como é o caso do REDE, de Marina Silva em sua aliança com o ruralismo de Eduardo Campos.

O discurso pragmático ganhou a novidade de um projeto de encontro, ou seria mais do mesmo nas  alianças em prol da “governabilidade”?

O que o eleitor terá pensar ante de depositar seu voto nas urnas nas eleições para presidente em 2014 é observar o discurso dos candidatos, os seus programas de governo que na maioria das vezes ficam  na superfície dos papéis. Observar  o caminho trilhado pelo candidato em suas relações com a política, com seus patrocinadores de campanha e sua vida  nas ideologias particulares nas suas relações pessoais. Ainda assim,  diante da atual conjuntura de anos históricos de uma política afastada das necessidades da maioria da população e do Brasil é uma escolha meio “roleta russa”.

Rui Falcão, em último debate dos seis candidatos à presidência do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal debate foi vaiado e criticado, bem como o atual governo de Dilma Rousseff nas suas alianças com o jurássico PMDB. Temer foi chamado de “sabotador” e Dilma definida como “conservadora” e de possuir um governo de instabilidade econômica.

O que marcou foi o inconformismo com o  leilão do campo de Libra. “Dilma privatizou rodovias, portos, aeroportos, o pré-sal e diz que não foi privatização. Não foi? Chamaram a Shell, a Total e as estatais chinesas para morder o nosso petróleo. É um processo de pilhagem”, protestou Serge Goulart, candidato da “Esquerda Marxista”, que defendeu a reestatização de todas as empresas privatizadas. “Você concorda em estatizar a livraria que você tem na rua Tabatinguera, em São Paulo?”, provocou Falcão, dirigindo-se ao colega, longe do microfone, com um sorriso irônico.

O ironia do PT foi ter chegado ao poder  e na sua relação de manutenção do mesmo, apesar do discurso,  a manutenção dos  mesmos moldes,tendo se endireitado mais que a própria direita.

direitaesquerdaPT
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INFLAÇÃO E JUROS MONSTROS QUE ALIMENTAM OS BANCOS

Friday, 25 October 2013 by Mika Rodrigues

0504alvesPor já existirem quando nascemos e não termos aprendido sobre nosso sistema monetário na educação formal e informal, acreditamos na naturalidade deste sistema. Assim somos dominado por bancos, juros e inflação na propaganda dos governos e instituições financeiras como algo natural, e dificilmente vemos a influência que todo este sistema tem em nossas vidas e na sociedade. Julgando como algo normal não reconhecemos os  efeitos do sistema  na nossa forma de pensar e nas nossas convicções.

Canonizado por economistas, políticos e toda sociedade quer na América, Africa, Europa, Oriente ou Ocidente vivemos esforçando-nos pelo êxito do crescimento econômico e escravos deste. Acreditamos que a economia só é sã quando está em crescimento. Esta é a pregação por todas as mídias em todo tempo. O  nosso sistema monetário  baseado na inflação eterna e a nossa economia no crescimento eterno. Os banqueiros espertos conceberam o sistema desta forma no princípio do século passado. Juros e inflação constituiriam um rendimento permanente para os bancos, como  malabarismo para simplesmente extraírem dinheiro dos seus chapéus.

Por definição a inflação é um conceito econômico que representa o aumento de preços dos produtos num determinado país ou região, durante um período, levando neste processo a diminuição do poder de compra da moeda Num processo inflacionário o poder de compra da moeda cai.

O que os sistemas que definem a inflação, seja de demanda ou de custos não colocam que com o aumento dos juros, que inflaciona o valor do dinheiro, ao mesmo tempo tornando mais difícil o acesso ao mesmo, supervalorizando-o, contraditoriamente não ocorre a redução dos preços dos produtos, e ainda desvaloriza o valor do trabalho humano na aquisição tanto do dinheiro quanto dos produtos. Logo, a forma como os governos agem no engodo de conter a inflação, com a elevação das taxas de juros, apenas alimenta o mercado dos proprietários do dinheiro. Aumentam a dívida da maioria que não tem acesso a esta condição, e produzem mais trabalho escravo pelo mundo.

A inflação foi o monstro  que os detentores do poder financeiro inventaram para enrolar a maioria escravizada que tem que trabalhar muito mais para ter acesso as parcas condições de uma vida descente na aquisição do básico para a sobrevivência na sociedade altamente capitalista.

Exemplo: num país com inflação de 10% ao mês, um trabalhador compra cinco quilos de arroz num mês e paga R$ 10,00. No mês seguinte, para comprar a mesma quantidade de arroz, ele necessitará de R$ 11,00. Como o salário deste trabalhador não é reajustado mensalmente, o poder de compra vai diminuindo. Após um ano, o salário deste trabalhador perdeu 120% do valor de compra.

A inflação é muito ruim para a economia de um país. Quem geralmente perde mais são os trabalhadores mais pobres que não conseguem investir o dinheiro em aplicações que lhe garantam a correção inflacionária.

A redistribuição de renda que os governos dizem que fazem trazem mais lucros aos detentores do dinheiro, pois esta mesma renda volta de uma forma inflacionada na aquisição de mercadorias por estas classes inferiorizadas sem o mesmo poder de compra, pagando em dobro o valor das mercadorias.

Logo, a ação econômica dos governos e banqueiros detentores da economia, não é o fim da inflação, apenas desviam a mesma para o valor do dinheiro, diminuindo o poder de compra nas exacerbadas taxas de juros, lucrando muito mais, retendo a riqueza. Os bancos necessitam da inflação para justificar suas taxas de juros e seus lucros exorbitantes.

Quando os bancos dizem prever a inflação, eles apenas cobraram um pouco mais de juros adiantadamente.

Podemos citar as seguintes causas da inflação:

– Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por parte do governo;

– Demanda por produtos (aumento no consumo) maior do que a capacidade de produção do país;

– Aumento nos custos de produção (máquinas, matéria-prima, mão-de-obra) dos produtos.

Segredos do dinheiro, dos juros e da inflação

Segredos do dinheiro, dos juros e da inflação

Apesar deste discurso   da expansão das nossas economias, nossa população não vai ter este desenvolvimento tão pregação.

Tanto a  igreja quanto o Estado sempre costumavam pregar este crescimento. Os banqueiros, nem se fala, é a ideologia que mais gostam.

Onde estaria o limite para tudo isto que tem trazido o sofrimento para a humanidade?

Depende do que queremos como seres humanos. Queremos  alcançar a qualidade  para nossos filhos e netos? Nosso planeta também está sobrecarregado, e não deveríamos sobrecarregar a Terra mais do que o estritamente necessário.
A política de hoje é completamente oposta às necessidade de uma sociedade pacífica e sustentável. O sistema monetário desempenha um papel chave. São necessárias reformas. Quanto mais tempo esperarmos, mais difícil se tornará o futuro.

BancosInflaçãojurosmercado financeiro
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CANIBALISMO PETISTA E ANTROPOFAGIA DE ANÕES

Sunday, 06 October 2013 by Mika Rodrigues

Otimismo não vence eleição, e o marqueteiro oficial do governo federal, João Santana, está otimista. e ” afirma que a presidente Dilma Rousseff ganhará a reeleição no primeiro turno em 2014.

O povo está mais atento as condições sociais e aos serviços públicos oferecidos pelo governo. Perceberam que mais que discurso a situação do país não é nada boa nestes doze anos do governo petista. E o PT não mudou seu discurso de inclusão e redistribuição de renda feito através da classe média,  transformando a pobreza extrema em pobres. Não temos vistos projetos eficazes do governo da Dilma. Estas foram as cobranças da classe média que sustenta esta país com seu trabalho e é obrigada a pagar altos juros e onerosa taxa de impostos.

As grandes questões centrais do Brasil não mudou nem alterou as demandas sociodemográficas do país. E ainda vão usar isso como plataforma política como sempre fizeram sem alterar a qualidade, traduzindo apenas em promessas. Agora o governo não poderá mais responsabilizar  governos anteriores, pois demostrou que no poder efetivou uma prática histórica.

Queremos ver programas reais e não discursos genéricos. Em prol da governabilidade e de seu projeto de poder o PT fez pactos com o PMDB e ficou engessado num governo medíocre e sem uma efetiva administração pública. O povo contratou um governo através das urnas e percebeu que fez um péssimo negócio colocando eles no comando da nação. Existe uma grande inversão de valores. E para o bem da nação é necessário mudanças.A demissão de muita gente neste Congresso de incompetentes. O atual governo federal administrou a pobreza e não decolou o país para o crescimento necessário em infra-estrutura. Houve até o aumento da taxa de analfabetismo. O PT é um péssimo administrador. Inflou a máquina administrativa aumentando a burocracia e a corrupção histórica.

O casamento de Marina com Eduardo Campos ainda é algo incerto. Pegou muita gente de surpresa. Uma forma de Marina manter a polarização entre PT e PSBD. acho que Marina fez um péssimo negócio. Deveria ter ficando na dela. A morte de dois rebeldes ao governo petista? Seria realmente uma antropofagia de anões como disse o marqueteiro petista, João Santana.

O PT não deve esquecer que ele fez canibalismo com boas lideranças do seu partido em prol da manutenção de uma liderança lulista. E um canibalismo administrativo que o povo não aguenta mais em menos tempo do que muitos partidos que estiveram no poder.

O que teremos como opção a presidência? Anões antropofágicos em busca do poder, um  playboy, e o continuísmo da incompetência com discursos populistas.

O que o povo deseja? Pelo menos o fim da corrupção que assola a nação e depreda nosso patrimônio produzindo servições públicos de péssima qualidade.

Parece que piorou.

AécioEduardo CamposMarinaPSBPSDBPT
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ECONOMIA DO ESTADO PRIVADO

Friday, 04 October 2013 by Mika Rodrigues
Fabio Barbosa, presidente do Grupo Abril

Fabio Barbosa, presidente do Grupo Abril

Problemas da economia não são difíceis de resolver, diz presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, em entrevista a Folha de São Paulo.

O Estado há décadas não investe em infra-estrutura e hoje se torna mais oneroso para não fazer nada do que obras sem as mínimas condições de planejamento. Segundo Barbosa, além de convivermos com o baixo investimento histórico, temos uma limitada capacidade de investimento do Estado.

Será que o Estado tem mesmo esta limitação? Se tem, qual é a cara desta limitação? No país que tem uma das maiores cargas de impostos do mundo, batendo recorde em arrecadação, como se dá esta limitação de investimento em infra-estrutura? A sociedade enche os cofres públicos e não sabe para onde vai tanto dinheiro. O retorno é a falta de investimento em infra-estrutura e o discurso que o Estado possui uma limitada capacidade de investimento.

A limitada capacidade do Estado é de gerenciamento? Colocamos pessoas incompetentes para administrar o nosso dinheiro público?

E as relações do governo quando se abre para concessões no setor privado em infra-estrutura tem sido o maior gargalo na promiscuidade entre o público e o privado. E novamente o povo paga por estas relações promíscuas. O grande problema do Estado e suas concessões públicas é a corrupção e o descaso com o nosso patrimônio público em mega obras que não terminam e se tornam o ralo para o enriquecimento ilícito de muita gente, tanto do setor público, quanto do privado.

Transposição e Transnordestina

Transposição e Transnordestina

E o Brasil, neste contexto sempre vai ser o país do futuro por estar em atraso. Uma nação riquíssima e historicamente sendo depredada tanto pelo setor público, quanto pelo magnatas do setor privado. Basta observarmos os PACs do governo, a burocracia e as obras que por problemas de contrato, corrupção, desvio público nas vias privadas não saem do papel, onerando o povo e trazendo sofrimento, colocando a produção e o trabalho dos brasileiros no ralo. Estas são as aberturas de concessões de um Estado com uma máquina.

Agora o governo está se abrindo para concessões no setor privado em infra-estrutura, que é justamente o maior gargalo, segundo Barbosa, numa tentativa de equilibrar um cenário internacional desfavorável com uma baixa taxa de crescimento e alto nível de desemprego.

Cemitério de locomotivas no Horto Florestal, em Belo Horizonte. FERROVIAS NO BRASIL: SUCATEAMENTO COMPLETA 150 ANOS.

Cemitério de locomotivas no Horto Florestal, em Belo Horizonte.
FERROVIAS NO BRASIL: SUCATEAMENTO COMPLETA 150 ANOS.

O que os bancos fazem no gerenciamento do caos. O que sempre fizeram, manipulação das taxas de juros, e de preferência no que diz respeito ao país em desenvolvimento para cima. “O BC tateou esse equilíbrio mudando os patamares dos juros, para depois entender que teriam que ser mais altos. E o BC voltou com coragem para reequilibrar. É uma leitura de mercado difícil de fazer, até o FED teve leitura volátil.” A volatilidade do FED sabemos qual é.

“Brasil sempre teve um problema oposto. Aqui é preciso conter o potencial de consumo às vezes para evitar superaquecimento. E há uma demanda reprimida gigantesca na infra-estrutura. Diferentemente de outros, sabemos nosso caminho.
Não temos aeroportos e estradas vazias, temos é necessidade de novos aeroportos e estradas. E o que não temos é o capital, a questão é como gerar mais capital.”

Se o nosso problema é conter o consumo onerando os produtos e o  povo com altos impostos  e elevando as taxas de juros para que a população não tenha acesso a qualidade de vida, seria este o caminho de um Brasil tupiniquim? Um total contrassenso.

 

economiaEstadoInfra-estrutura
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A REVOLUÇÃO SÍRIA

Thursday, 03 October 2013 by Mika Rodrigues

YASSER MUNIF, um professor visitante do Emerson College, concedeu na semana passada uma

YASSER MUNIF, um professor visitante do Emerson College

YASSER MUNIF, um professor visitante do Emerson College

entrevista a Jeff Napolitano, transmitida pelo programa de rádio da seção do Oeste de Massachussetts do American Friends Service Committee, intitulada “Inside the Syrian Revolution and What the Left Must Do“. Uma transcrição da entrevista, feita por Linda Quiquivix, foi publicada no blog Syria Freedom Forever. Esta é uma transcrição da entrevista aprovada por Yasser Munif e foi publicada originalmente, em inglês, por Socialist Worker. Esta versão em português foi feita por Sebastião Nascimento e aprovada por Yasser Munif.

YM – Neste verão, passei dois meses no norte da Síria, na área libertada, e essa experiência foi uma lição de humildade. Aprendi muito e vi uma revolução popular em curso. As pessoas estão reconstruindo as instituições, administrando suas cidades após o colapso do Estado e do regime, e é uma tarefa cercada de desafios, pois não há recursos, não há dinheiro e são contínuos os ataques do regime. Essas áreas a que me refiro no norte foram libertadas – não há confrontos no terreno. Mas os bombardeios aéreos são constantes e mísseis continuam a ser lançados contra essas cidades.
As pessoas então recorrem a soluções criativas: estão criando instituições políticas. Há conselhos
locais em cada uma dessas cidades, que se reúnem semanalmente. Eles discutem tudo o que diz
respeito à cidade e tentar resolver seus problemas.

Há milhões de pessoas que ouvem a mídia ocidental e outras mídias falarem de guerra civil e coisas assim, mas a maioria dessas pessoas rejeita esses rótulos. É verdade que estão enfrentando um período crítico, há desafios cruciais pela frente e existem jihadistas tentando minar seu esforço – além, claro, do regime. Mas elas acreditam que há uma revolução popular em curso na Síria.

Jihadistas executam homens na Siria (Foto: AFP)

Jihadistas executam homens na Siria (Foto: AFP)

JN – Os jihadistas são frequentemente considerados como parcela dos “rebeldes”. Mas são, como você diz, algo completamente distinto da revolução propriamente dita.

YM – Correto. Ao longo dos últimos três ou quatro meses, os revolucionários vêm lutando, na
verdade, em duas frentes. Por um lado, existe o regime, e por outro, há os jihadistas – os grupos al-Nusra e aqueles criados pela al-Qaeda. Na verdade, os jihadistas estão prendendo, torturando e matando muitos ativistas, pessoas que têm mantido a resistência desde o primeiro dia. A maioria dos grupos criados pela al-Qaeda não estão realmente confrontando o regime. Eles mantêm sua presença nessas áreas do norte. Permitem que o Exército Livre Sírio e outras facções enfrentem o regime e vêm na sua cola para ocupar todas as cidades e todos os vilarejos que são libertados. São muito cruéis. Como disse, estão prendendo ativistas – qualquer um que os critique é preso, torturado, às vezes morto. Neste exato momento, eles mantêm mais de 1.500 ativistas em suas prisões.

Rebeldes sírios juntam-se à Al-Qaeda

Rebeldes sírios juntam-se à Al-Qaeda

Como pode ver, há duas frentes na Síria atualmente: os jihadistas de um lado e o regime do outro. É por isso que muitas pessoas acreditam que os jihadistas estão de algum modo aliados ao regime sírio. A al-Qaeda está, na verdade, fornecendo petróleo para o regime. O oleoduto tem de atravessar a região controlada por grupos criados pela al-Qaeda para que o regime faça o petróleo chegar até a região costeira.

As coisas são, portanto, muito mais complexas do que podem parecer aqui nos EUA, onde se leem artigos o tempo todo falando da dominação da “al-Qaeda”. A al-Qaeda na realidade não é parte da revolução. É antirrevolucionária.
JN – Correto. O debate que domina o Congresso parece ser em torno da questão de quem assumirá o poder se bombardearmos a Síria. Existem muitas pessoas no Congresso, especialmente republicanos, que parecem pensar que o problema com o bombardeio é apenas que a al-Qaeda passaria a ter o controle do país – ao invés de considerar que bombardear o país simplesmente não é uma boa ideia. Um dos mitos ou impressões populares na mídia é que os rebeldes que se opõem a
Assad e ao regime são favoráveis a um ataque contra a Síria. É isso mesmo?

YM – De longe, não posso dizer. Acredito que a população esteja dividida. Muitos são contrários aos ataques. Acredito que algumas pessoas, por causa da destruição e da violência e da mortandade, veem um ataque dos EUA como uma “saída”, mas não penso que sejam necessariamente a maioria. As pessoas aprenderam nos últimos 30 meses que ninguém é um verdadeiro aliado de sua causa ou se importa com a população síria – que o povo sírio de fato não tem amigos. Eles compreendem que o Ocidente – Europa e EUA – não são necessariamente favoráveis à vitória da revolução.

Quando você conversa com um cidadão comum na Síria, naquelas áreas libertadas, eles lhe contam que, quando quer que estejam perdendo território na luta contra o regime, eles recebem armas – e quando quer que estejam vencendo, as armas param de chegar. A razão disso é que o Ocidente e os EUA querem ver a continuidade dessa guerra como um impasse, pois é isso que mais lhes interessa.
Eles não estão necessariamente em favor do regime e não são necessariamente favoráveis à vitória dos revolucionários – ou do que eles chama de “al-Qaeda”.

Assim, o melhor para os EUA até agora tem sido sustentar a continuidade do conflito. Esse também é o interesse de Israel – que não quer necessariamente ver os revolucionários vencerem. Muitos políticos israelenses e americanos defendem manter um Bashar enfraquecido no poder.

JN – Estou realmente curioso a respeito disso, porque ninguém – nem mesmo na esquerda – fala
sobre como a revolução realmente se apresenta. Ao ouvir você, lembro-me do que aprendi a respeito da Revolução Espanhola na década de 1930, quando os anarquistas e socialistas também estavam se batendo com uma guerra em duas frentes: uma contra os fascistas e outra contra os comunistas. Essa é uma história mais complicada, mas o que me chamou a atenção foi que suas descrições da revolução desenvolvendo suas próprias instituições são similares à Espanha, onde uma sociedade igualitária chegou a desabrochar. Qual é a face da revolução vista de perto na Síria?

Manifestantes antigoverno acompanham enterro de civis mortos por forças sírias, nesta segunda (20), em Damasco (Foto: AP)

Manifestantes antigoverno acompanham enterro de civis mortos por forças sírias, nesta segunda (20), em Damasco (Foto: AP)

YM – A revolução é muito complexa. É bastante multifacetada e há diversas coisas acontecendo simultaneamente na realidade. A parte predominante é a revolução popular. Mas há também uma semi-Guerra-Fria em curso entre os EUA e seus aliados, de um lado, e a Rússia e seus aliados, de outro. Há também um conflito entre o Irã e seus aliados, de um lado, e Israel e o Golfo, do outro.
Existem, portanto, diversas camadas nesse conflito, mas a que predomina é a revolução popular. Acho que é muito importante compreender isso.

Outra razão para comparar a Revolução Síria com a Guerra Civil Espanhola, da maneira como você vinha fazendo, é que todo esquerdista tem uma opinião sobre o que está ocorrendo na Síria, assim como também acontecia com a Revolução Espanhola muitos anos atrás. E a maior parte da esquerda, infelizmente, está assumindo a posição errada. Estão considerando a revolução síria de uma forma fundamentalmente binária e reducionista.

JN – Trata-se da esquerda americana ou da esquerda síria?

YM – Mesmo a esquerda na síria e a esquerda árabe estão divididas, assim como as esquerdas americana e europeias.Em grande medida, esse conflito é entendido como uma guerra entre os EUA, de um lado, e pessoas que são contrárias aos EUA, do outro – “anti-imperialistas”, como alguns dizem. Esse lado inclui o Hezbollah, no Líbano, o Irã e o regime sírio, e seus apoiadores acreditam que a Síria tem ajudado os palestinos. Isso se baseia numa completa ignorância a respeito da história síria e do quão violento foi o regime sírio ao longo dos últimos 40 anos contra a luta palestina.

De certo modo, esses esquerdistas estão na verdade aderindo à doutrina Bush – o “ou/ou”, sem espaço para qualquer grau de complexidade em sua posição.

JN – Em outras palavras, “ou está conosco ou está contra nós”.

YM – Sim. A forma binária e reducionista de pensar sobre a revolução.

Acho que isso é muito prejudicial. Está mandando a mensagem errada para o povo sírio. Muitos sírios acreditam que a esquerda é, por definição, favorável ao regime. Recentemente, vimos protestos em Nova York e em outras cidades com pessoas se manifestando contra a guerra e segurando retratos de Assad.

Solidariedade com a revolução da Síria

Solidariedade com a revolução da Síria

JN – Alguns dias atrás, havia uma fotografia em destaque no Boston Globe, acompanhando um artigo sobre os protestos, e focaram um grupo de pessoas no meio da multidão que estavam carregando bandeiras do regime sírio com a foto de Assad estampada bem no meio. Isso imprime ao protesto inteiro a marca de um posicionamento não propriamente contrário ao bombardeio na Síria, mas em favor de Assad. Mas eu sei de algumas das organizações que promoveram o protesto para as quais isso vai no sentido contrário à mensagem que estavam tentando transmitir.

YM – Correto. Essa parte da esquerda está perdendo sua credibilidade. As pessoas nos EUA ou no mundo árabe ou na Síria não necessariamente perceberão isso como uma mensagem realmente contra a guerra. Verão as fotos de Assad e perceberão essas manifestações como propaganda – não realmente contrárias à guerra.

Acho que a esquerda tem uma tarefa importante diante de si. Deve formular uma posição nova, mais coerente – uma posição na qual se coloque ao mesmo tempo contra a guerra e contra a ditadura. Enquanto não fizer isso, não terão qualquer margem de credibilidade.

As pessoas na Síria verão essas imagens praticamente como uma licença para matar, pois o regime sírio vêm transmitindo essas manifestações na TV estatal, mostrando o quão popular é no Ocidente – que as pessoas estão se manifestando nas ruas de Nova York e outras cidades com fotos de Assad.
O regime sírio não tem sido capaz de organizar manifestações ou comícios assim nem mesmo na
própria Síria. Ficam muito contentes, portanto, ao vê-los surgirem em outras partes do mundo.
Muitas das pessoas que se manifestam não fazem a mínima ideia sobre a realidade daquilo que os sírios vêm enfrentando – suas lutas, seus combates, sua resistência cotidiana, aquilo que estão tentando construir e a criatividade daquilo que estão fazendo.

Acredito que também existe algo de racismo envolvido nisso – de simplemente negar qualquer tipo de iniciativa aos sírios e dizer “Isso tudo é uma grande conspiração e os EUA vêm planejando isso desde o início – é uma conspiração contra Assad”. Isso significa que os sírios não têm qualquer iniciativa, que na verdade não sabem pensar por si mesmos, não são capazes de fazer uma revolução. Acho que é um grande erro que a esquerda está cometendo.

JN – Tenho comigo a proposta apresentada pela secretária-geral do American Friends Services Committee, Shan Cretin, em uma carta endereçada ao Presidente Obama e ao Congresso. O que ela demanda é um amplo embargo ao envio de armas para todas as partes envolvidas no conflito; que a única solução na Síria é uma solução política; apoio aos esforços de Lakhdar Brahimi, o enviado conjunto da ONU e da Liga Árabe; pressionar para que rapidamente se reúna uma nova Conferência de Genebra; e que os EUA deveriam se pautar por uma transição que se baseasse nas instituições já existentes na Síria, em lugar de as remover, além de não alijar as pessoas que tiverem servido o governo ou o exército. O que você acha dessa proposta e o que você acha que a esquerda americana deveria fazer?

YM – Acredito que o mais importante para o movimento progressista e para as pessoas que realmente se importam com as revoluções árabes e querem apoiá-las e demonstrar sua solidariedade é afastar-se das alianças com quaisquer estados e construir um movimento social que apoie a população síria.

Essa solidariedade pode assumir diferentes formas. Pode ser por meio de relatos – um jornalista responsável que vá à Síria, veja o que está realmente acontecendo e tente levar a sério seu trabalho.
Muito do que vem sendo noticiado é sobre as lutas internas e sobre o aspecto militar da revolução, mas acredito que essa seja somente a ponta do iceberg – é a parte mais visível, mas não é a mais importante.

O que está acontecendo na Síria é muito mais que isso. Há muitas revoluções em curso em todos os campos: o político, o cultural, o social, o econômico. as pessoas estão criando novas instituições com novas ideias – estão tentando enfrentar os problemas mais difíceis e superá-los.

pai sírio observa enquanto um turco da equipe médica examina sua filha, que desenvolveu dificuldades na respiração. Foto: ACNUR/A.Branthwaite.

pai sírio observa enquanto um turco da equipe médica examina sua filha, que desenvolveu dificuldades na respiração. Foto: ACNUR/A.Branthwaite.

As pessoas na Síria precisam de médicos, precisam de engenheiros, precisam de qualquer ativista que os possa ajudar. O que é necessário é um movimento global de solidariedade que transcenda a política estado cêntrica que tem dominado pelos últimos 30 anos, revolvendo em torno de governos
e exércitos e tudo o mais. Acredito que esta é a mensagem mais poderosa que podemos enviar à população síria: construir um movimento social global alternativo que realmente compreenda a complexidade da revolução síria e não a reduza a “jihadistas” e “al-Qaeda”, mas compreenda que existem diferentes camadas.

Progressistas e esquerdistas deveriam promover o lado revolucionário e não apenas repetir a narrativa conspiratória que temos visto na mídia.

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